terça-feira, 5 de abril de 2016

A nova cultura de consumo dos brasileiros

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Consumo: relatório aponta que 87% acham que o Brasil está no rumo errado — e isso também mudou o sentimento da população em relação a compras.

Na opinião do consumidor, o país não inspira confiança.” É o que defende Thiago Graça Ramos, autor do estudo “10 anos que encantaram e desiludiram o consumidor brasileiro”, do Ipsos Connect GMU. Segundo ele, 87% acham que o Brasil está no rumo errado — só 8% acreditam no contrário. O número é consequência da crise política e econômica catalisada pelo escândalo de corrupção investigado na Operação Lava Jato. E isso afeta diferentemente o consumo.

Enquanto a parcela pessimista da população cresceu, os otimistas diminuíram. Os primeiros são as pessoas que acham que podem perder o emprego a qualquer momento. Entre eles, 99% consideram que a situação econômica muito ruim. Os otimistas, por outro lado, continuam comprando normalmente e não veem chance de perder seus trabalhos. São um grupo pequeno. É o que mostra a pesquisa mensal feita pelo Ipsos, em 72 municípios brasileiros, e apresentada nesta segunda-feira (04/04), no 7º Congresso Brasileiro de Pesquisa de Mercado, Opinião e Mídia da ABEP, em São Paulo.

O evento discutiu as mudanças nos padrões de consumo dos brasileiros. Mas a crise não foi o único tema. O avanço da tecnologia também foi responsável por parte das transformações. Entre 2010 e 2014, um novo item entrou para a cesta de necessidade básica do brasileiro (a em que está comida e gás): o smartphone. Erick da Silva Vasconcelos, do Ipsos, apresentou dados que ilustram a evolução do aparelho, no painel “Não vivo sem ele: quando o celular deixou de supérfluo”.

Em 2014, a população já tinha 16 vezes mais celulares do que telefones fixos. E há anos, o número de aparelhos ultrapassa o da população brasileira.

Segundo Vasconcelos, já é possível observar uma mudança nos dispositivos. Eles voltaram a ganhar tamanho — justamente por causa da quantidade de funcionalidades. Para ele, em um futuro próximo, o celular deve ganhar novos tipos de material, novo visual (entrando na onda dos dispositivos vestíveis) e alertas inteligentes. “Você vai passar em frente a uma loja e receber a notificação de que há um item ali que você estava procurando.”

Crianças
As crianças também são um importante grupo. Uma pesquisa das empresas HSR e Officina Sophia ouviu 1.500 de 7 a 12 anos. Só 38% não tinham celular. E mais: para a maioria delas, o aparelho atual não é o primeiro. O estudo revelou ainda que a maioria nunca desliga o smartphone ou só desliga quando vai dormir. Ou seja, estão sempre conectadas. Facebook e WhatsApp são os aplicativos mais utilizados. 92% diz saber para que serve o dinheiro — e a maior parte delas gasta apenas uma parte do que recebe dos pais e guarda o restante.

Alimentação
Por sua vez, o estudo “De mestre-cuca ao MasterChef: o que moverá o consumo do setor de alimentação fora do lar na próxima década?” entrevistou 400 brasileiros para falar das 15 principais marcas de fast-food no país. Se antes o consumidor estava desconectado e tinha necessidades basicamente funcionais na hora de sair para comer, hoje ele exige uma experiência emocional. Segundo Fernanda Campanini, autora do estudo, para uma marca vencer hoje ela precisa ser significava e diferente. “Agregar o emocional é o caminho para fortalecer as marcas”, diz Fernanda.

Fonte: Época Negócios

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