sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Regulamentação da profissão de costureira pode engessar o setor, dizem debatedores

Audiência pública sobre o PL 7806/14, que “regulamenta a profissão de costureira em todo o território nacional e dá outras providências
Dep. Flávia Morais (D) alerta que redação do projeto pode causar conflitos trabalhistas entre várias categorias de costureiras

As consequências da regulamentação da profissão de costureira foram debatidas em audiência pública na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (21).

O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) Fernando Pimentel, afirmou que a regularização pode engessar o setor, pois alguns dos artigos previstos no projeto podem inviabilizar a atividade para as costureiras e para o setor têxtil, enquanto outros legislam sobre assuntos que já estão estabelecidos em leis trabalhistas brasileiras.

"Pisos salariais, trabalhar 30 horas. Por que vai trabalhar 30 horas? Por que tem 20% de insalubridade sem laudo? Onde nós estamos? Então isso não faz parte de um projeto de lei. 20 peças máximas por trabalhador? E se a tecnologia mudar, você vai parar a máquina de produzir? E o consumidor? Eu diria: regulamentar a profissão não tem problema, mas tudo aqui que mexe com a relação privada tem que estar fora."

Segundo a ex-costureira e líder comunitária no Distrito Federal, Maria Abadia de Jesus, algumas questões poderiam prejudicar parte da categoria, mas ela ressaltou a importância de se regularizar a profissão, com o objetivo de proteger os trabalhadores da categoria.

"Para nós, existe muita precarização. A OIT, a Organização Internacional do Trabalho, embora ela acompanhe, a gente sabe que existe trabalho escravo, existe precarização do trabalho, existem pessoas fazendo trabalho com muita insalubridade.”

A deputada Flávia Morais (PDT-GO), autora do requerimento para realização da audiência, acrescentou que a maneira como o projeto está redigido pode causar conflitos trabalhistas com as diferentes categorias de costureira. "Nós precisamos avaliar bem esse projeto para que a gente possa separar a costureira da produção industrial em grande escala daquela costureira que trabalha em casa, que faz aquele serviço artesanal", acrescentou.

Reportagem – Ana Gabriela Braz
Edição – Carol Linden

Fonte: http://www2.camara.leg.br/

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Vendas nos super e hipermercados têm queda de 0,4% em junho

Vendas nos super e hipermercados têm queda de 0,4% em junho

Já as vendas no varejo geral apresentaram leve alta de 0,1%, segundo dados do IBGE

Em junho, na série com ajuste sazonal, os supermercados e hipermercados apresentaram queda de 0,4% no volume de vendas em junho na comparação com o mês anterior. Em relação a junho de 2015, a queda é um pouco maior, -2,6%. E no acumulado de 12 meses, o índice fica em -3,4%. Os dados foram divulgados hoje (9/8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Em compensação, o comércio varejista geral apresentou variações positivas de 0,1% em volume de vendas em junho na comparação com maio deste ano. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, houve queda de -5,3%. 

Fonte: http://www.sm.com.br/

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Atividade do comércio registra retração no período de férias escolares, aponta Serasa Experian

Maior queda para o mês de julho da série histórica

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, julho de 2016 entra para a história com a pior retração de toda a série, na comparação interanual com julho de 2015. No desempenho comparativo entre janeiro a julho/2016 e igual período de 2015, o indicador manteve-se também em patamar histórico de retração nas atividades do comércio.

De acordo com os economistas da Serasa Experian, uma combinação de fatores críticos às vendas do comércio tem mantido a atividade varejista estagnada, entre elas: o baixo nível de confiança do consumidor; a manutenção da elevada taxa de desemprego; as condições restritivas do crediário, derivadas da inadimplência e alta do crédito; e o aumento da inflação, principalmente dos alimentos.
Nas comparações interanuais, tanto acumulada (janeiro a julho 2016/2015), quanto mensal (julho16/julho15), a maior retração se deu no comércio de veículos, motos e peças; a segunda maior queda foi das lojas comércio de tecidos, vestuário, calçados e acessórios; seguida pelas vendas de móveis, eletrodomésticos e informática.

Outras retrações, nesses períodos comparativos, ocorreram em supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas e nas lojas de material de construção. A exceção a esse comportamento de retração foi a venda de combustíveis e lubrificantes, que se manteve em crescimento nesses períodos.
Na comparação mensal, o comércio de tecidos, vestuário e calçados registrou a maior retração em julho/2016, quando comparado a junho/2016, na série ajustada sazonalmente (-1,3%), seguida pela retração nos supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-0,5%) e veículos, motos e peças (-0,3%). Em contrapartida, combustíveis e lubrificantes e materiais de construção registraram aumento de vendas em relação ao mês anterior.
http://www.serasaexperian.com.br/release/indicadores/atividade_comercio.htm

Metodologia do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio

O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio é construído, exclusivamente, pelo volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados da Serasa Experian. As consultas (nas formas de taxas de crescimentos) são tratadas estatisticamente pelo método das médias aparadas com corte de 20% nas extremidades superiores e inferiores. Com as taxas de crescimento tratadas e ponderadas pelo volume de consultas de cada empresa comercial é construída a série do indicador. A amostra é composta de cerca de 6.000 empresas comerciais e o indicador, com início em janeiro de 2000, é segmentado em seis ramos de atividade comercial.

Para mais informações, visite www.experianplc.com

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Extra quer dobrar venda de roupas com marca própria


A rede Extra de hipermercados pretende ampliar as vendas de vestuário com marca própria. A empresa lançou três novas grifes de vestuário, que se somam às três lançadas no ano passado, além da linha de cama, mesa e banho feita sob encomenda para as lojas da bandeira. 

De acordo com a diretora de comercialização do departamento têxtil, Rose Silveira, as marcas próprias já representam 15% das vendas da divisão de vestuário do grupo. "A intenção é que este ano as nossas marcas representem 30% das nossas vendas de vestuário", explica Rose Silveira. Embora não revele o quanto esse porcentual significa em termos de faturamento, tudo indica que a aposta vale a pena. 

O grupo está investindo em reformas nas 55 lojas da rede para criar espaços propícios à circulação de clientes que queiram comprar e experimentar roupas, com iluminação e pisos especiais. Até o final do ano, toda a cadeia Extra terá a seção de vestuário remodelada. Para Vânia de Alcântara Machado, diretora de marketing da rede Extra, o consumidor perdeu o preconceito contra comprar roupas num hipermercado. 


A empresa aposta num preço competitivo para ganhar a atenção do público. Segundo Rose Silveira, a idéia é trabalhar com preços até 20% inferiores aos de modelos de shopping. A empresa apresentou as primeiras coleções das novas grifes (a Arkitect, de moda feminina, a Cast, para o público masculino, e a BreakSea, de surfwear). Trata-se de mais uma aposta do grupo nas marcas próprias para ?fidelizar? a clientela com peças para um público de 18 a 45 anos. 
O grupo já havia lançado no ano passado as marcas Bambini, de roupas de bebês, Boomy Kids, de crianças e Life, para adolescentes. 

Num desfile estilizado, que contou com a presença da badalada Adriane Galisteu como apresentadora, modelos circularam com os jeans, blusas e conjuntos despojados com um toque ?fashion?, feitos sob medida por 30 fornecedores diferentes para as grifes da empresa. 
Antes da abertura do evento, o diretor do grupo Pão de Açúcar, João Paulo Diniz, deu o tom da nova investida: "A empresa quer investir cada vez mais na área têxtil, para ter um diferencial de muita qualidade com o melhor preço". Algumas peças dão uma idéia da faixa em que o Extra vai atuar. 

Uma jaqueta jeans, por exemplo, vai chegar às lojas por R$ 39,90. Cerca de 20 pessoas estão trabalhando com a nova divisão, atuando principalmente no desenvolvimento dos modelos exclusivos. A empresa pretende investir na variedade e renovar sempre a modelagem. 

A expectativa, segundo Rose Silveira, é colocar entre 70 e 80 modelos novos por mês de cada grife.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Marisa Lojas encerra 2º trimestre com prejuízo de R$ 18,4 mi

Marisa (AMAR3)

Marisa: segundo a empresa, a queda no volume é relacionada à redução no fluxo de clientes em lojas, verificado desde o segundo semestre de 2015

A Marisa Lojas registrou prejuízo líquido de R$ 18,4 milhões no segundo trimestre de 2016, montante 9,2% menor que o prejuízo de R$ 20,3% apurado no mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) total somou R$ 60,7 milhões entre abril e junho, com crescimento de 6,6% ante os mesmos meses de 2015. Já o Ebitda do varejo foi de R$ 30,1 milhões, ante R$ 40,5 milhões no segundo trimestre de 2015 (-25,7%).

A receita líquida de varejo totalizou R$ 624,1 milhões no segundo trimestre do ano, com variação positiva de 1,8% ante igual trimestre do ano passado.

No conceito mesmas lojas, as vendas apresentaram crescimento de 3,2%, resultante da combinação de aumento do preço médio em 8,3% e da redução de volume de 4,7%.

Segundo a empresa, a queda no volume é relacionada à redução no fluxo de clientes em lojas, verificado desde o segundo semestre de 2015. Já a evolução do preço médio ocorre em função de uma melhor gestão de estoques, combinado com ajustes pontuais no mix de produtos.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 35,8 milhões, impactado pela redução do endividamento, frente a despesa de R$ 39,5 milhões no segundo trimestre do ano passado.

Fonte: http://exame.abril.com.br/

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Antiga equipe da Cnova fraudou empresa

Resultado de imagem para sinal vermelho

Em documento encaminhado à SEC (Securities and Exchange Commission), órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, a Cnova aponta ter identificado alteração nas contas de reconciliação dos balanços "intencionalmente preparadas pelo 'staff' de contabilidade sob orientação da antiga equipe da Cnova Brasil para enganar a equipe de auditoria independente" no País. A empresa é o braço de comércio eletrônico do GPA. 

De acordo com o comunicado, a Cnova afirma que constatou "má conduta pela área de tecnologia da informação”. O setor “intencionalmente alterou registros relacionados com o acesso do usuário de alguns dos sistemas de tecnologia da Cnova Brasil para enganar a firma de auditoria"

A empresa avisa que demitiu 13 pessoas relacionadas à investigação, que envolveu duas frentes: identificação de fraude contábil e levantamento de desvios de produtos de centros de distribuição. A companhia diz que executivos não impediram a má conduta na área contábil "quando tomaram consciência" dela.

A companhia relata ainda, no documento, erros contábeis identificados nos relatórios manipulados. Há aumentos e reduções no valor de contas a pagar e outras contas nos anos investigados, com alteração também na linha de custo das vendas. A empresa afirma também que a administração diminuiu incorretamente valores de ativos intangíveis em 31 de dezembro de 2013 e 2014, respectivamente, em R$ 13,9 milhões e R $ 24,2 milhões. Isso resultou num aumento correspondente de despesas operacionais nas mesmas somas nos dois anos. Descobriu-se também incorreções em faturas de produtos vendidos.

Outro aspecto deixa mais evidente as falhas internas. Segundo o jornal Valor Econômico, a Cnova passou a contabilizar recursos aplicados no desenvolvimento de softwares como investimentos (Capex) e não como despesas operacionais. Também era feita a depreciação daquele ativo ao longo de anos. Dessa forma, conseguia-se melhorar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação).

Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Consumidores são presos por fraudes em ações contra empresas


Consumidores e advogados do Rio de Janeiro têm sido multados e até presos por fraudar processos contra empresas nos Juizados Especiais. Na maioria dos casos, o autor da ação "fabricava" o dano para lucrar com as indenizações por danos materiais e morais. Os golpes atingem as principais redes varejistas do país, além de bancos e operadoras de telefonia.

Em uma dessas situações, um falso consumidor fez compras em lojas virtuais de redes varejistas por 14 vezes para alegar nas ações que os produtos não haviam sido entregues. Ele usava grafias do nome, sobrenomes e CPFs diferentes e como prova do pagamento apresentava boleto com autenticação mecânica falsa da Caixa Econômica Federal.

Algumas companhias chegaram a ser condenadas, na audiência de instrução, ao valor supostamente pago pelo produto (uma televisão de R$ 15 mil), além de R$ 2 mil por danos morais. Depois de descoberta a fraude, as decisões foram reformadas.

Outra situação descoberta envolvia o advogado do falso consumidor. Ele aparecia como autor de cinco ações idênticas as do cliente. A prática era a mesma em todos os processos. E ele teria ainda auxiliado outros consumidores, com quem tinha "estreita relação de amizade". Nas redes sociais havia fotografias do profissional com as partes comemorando "vitória expressiva" na Justiça.

"Temos noticiado pelo menos uma fraude a cada semana", afirma o juiz Flávio Citro, que atua na 1ª Turma Recursal e coordena um grupo de trabalho do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que tem por objetivo investigar fraudes em processos.

O grupo, que iniciou suas atividades em maio, é o primeiro do país a combater o que chamam de "demandas artificiais". Já são dez casos descobertos em pouco mais de 60 dias de trabalho. A principal função é monitorar os processos que entram nos Juizados Especiais Cíveis (JEC) – onde correm 80% das demandas de consumidores.

Duas pessoas tiveram decretada a prisão em flagrante e consumidores condenados por litigância de má-fé. Eles tiveram que pagar honorários dos advogados da parte contrária e multa de 10% sobre o valor da causa. Já os advogados envolvidos nas fraudes têm sido denunciados ao Ministério Público e à OAB – que pode suspender o direito ao exercício profissional.

Em uma das maiores fraudes detectadas, um único consumidor moveu mais de 300 ações contra bancos e operadoras de telefonia. Ele falsificava comprovantes de residência e modificava o nome.

O esquema foi descoberto em uma ação contra o Banco do Brasil, proposta pelo suposto consumidor no 1º Juizado Especial Cível de Niterói. Ele afirmou que teve uma compra com o cartão do banco não autorizada mesmo tendo crédito. Em função disso, pedia indenização por danos morais.

A juíza da ação, Claudia Monteiro Albuquerque, condenou o consumidor por litigância de má-fé e determinou a prisão em flagrante. Ela aplicou o artigo 304 do Código Penal, por apresentação de documento falso em processo judicial. "Em quase todas as ações há a inclusão de documento falso visando alteração de competência", afirmou a magistrada na decisão. "As demandas, em regra, versam sobre os mesmos fatos. O autor possui linha de todas as operadoras e conta em diversos bancos, diversificando os réus, mas narrando fatos semelhantes de supostas falhas."

Companhias aéreas também não escaparam das tentativas de fraude. Um advogado foi preso em flagrante durante audiência no 4º Juizado Especial Cível do Rio por falsos casos de furto de bagagem. Ele pedia danos morais em três processos diferentes – para clientes e para ele próprio. Uma das empresas já havia sido condenada ao pagamento de R$ 12,5 mil quando o esquema foi descoberto.

O advogado sustentava, nos casos, violação de bagagem e furto de um relógio rolex, um celular e um computador. Ele usava as mesmas notas fiscais dos produtos para reclamar o furto contra as diferentes companhias. O documento foi usado tanto no processo em que aparecia como autor como nas ações de clientes.

Especialistas atribuem o alto índice de fraudes de consumidores a dois fatos: ao período de crise, propício à busca por receita, e ao que chamam de "indústria do dano moral". O Rio é considerado como um Estado crítico de demandas de consumo. Tanto que a advogada de uma das principais redes de varejo do país, que prefere não se identificar, afirma que a empresa chegou a pensar em parar de vender aos consumidores do local.

"Seria uma atitude drástica. Mas, diante do cenário, chegamos a cogitar. A maioria dos problemas de consumidores está no Rio de Janeiro. E isso acontece com qualquer empresa que comercializa no Estado", diz a advogada.

As demandas dos consumidores estão no topo da lista dos assuntos mais recorrentes do TJ-RJ, segundo o último levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). São quase 700 mil processos desse tipo. Enquanto em São Paulo, o Estado do país que mais consome, por exemplo, são 500 mil.

Para o especialista na área, Ricardo Motta, sócio do Viseu Advogados, é preciso entender os motivos que levaram a essa situação. Ele destaca três pontos: a celeridade do Judiciário fluminense – o tempo médio de duração dos processos é menor do que na maioria dos Estados -, os altos valores de indenização que, no passado, eram concedidos pelos juízes e a facilidade de acesso à Justiça. Nos Juizados Especiais os consumidores não precisam arcar com as custas processuais e o ônus da prova é da empresa – que deve provar que não causou o dano alegado.

"Isso atraiu uma quantidade enorme de descontentes com produtos e serviços contratados. E, no meio deles, começaram a aparecer as fraudes. Pessoas que acharam uma brecha para lucrar por meio das demandas judiciais", observa o advogado.

Flávio Citro, coordenador do grupo antifraude do TJ-RJ, enfatiza, porém, que as empresas têm parcela de culpa. Principalmente porque, segundo ele, passaram muito tempo sem resolver as demandas dos consumidores. "Os juízes ficam numa situação delicada. Existe o receio de, com a aplicação do dano moral, incentivar as demandas de consumo. Por outro lado, as empresas não resolvem os problemas de seus clientes", diz.

O magistrado afirma que muitas companhias, ainda hoje, não se defendem de forma adequada nos processos. "Apresentam um capítulo inteiro sobre dano moral, com mais de dez páginas, mas não falam do caso concreto", diz. "O juiz não tem bola de cristal. Fica impossível decidir contra o consumidor diante de um fato grave e em que há uma defesa genérica da empresa", afirma o magistrado.

Fonte: Valor

Ambiente é difícil para empresas, mas pior pode ter passado

Notas de Real
Real: entre esses sinais estariam alguma estabilização na tendência negativa das vendas nos últimos trimestres, tendo como pano de fundo uma melhora relativa na confiança do consumidor

Um primeiro conjunto de resultados do segundo trimestre de companhias de varejo e consumo no Brasil mostrou um cenário ainda desafiador para o setor, mas com sinais de que o pior da crise econômica pode ter ficado para trás.

Entre esses sinais estariam alguma estabilização na tendência negativa das vendas nos últimos trimestres, tendo como pano de fundo uma melhora relativa na confiança do consumidor.

Mas a pressão nas margens dessas empresas e indicadores ainda incertos de variáveis econômicas, particularmente emprego, renda e crédito, mantêm os analistas ainda reticentes sobre um viés mais otimista para o setor de varejo.

Na visão do assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, o que houve foi um "suspiro de confiança", e para efetivar isso no consumo é preciso também mudanças em outras variáveis econômicas, como emprego, renda e crédito, fundamentais para que o consumidor retome o ritmo de compras.

"O 'pior que ficou para trás' foi quando não havia nenhuma expectativa de melhora. Agora, há uma expectativa, mas se ela vai se cumprir, só o tempo vai dizer", destacou Dietze.

Dados divulgados no mês passado pela Fundação Getúlio Vargas mostraram o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subindo 5,4 pontos na comparação com o mês anterior, maior ganho registrado neste ano e terceiro mês de alta.

Enquanto isso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), por sua vez, mostrou a taxa de desemprego brasileira subindo a 11,3 por cento no segundo trimestre deste ano ao mesmo tempo em que a renda média voltou a cair.

"Do que vimos (resultados trimestrais de empresas), é muito cedo para falar em reversão de tendência", reforça o analista João Mamede, do Santander Brasil. "Pode ser um estágio em que os resultados pararam de piorar, mas é cedo falar que estão em processo de recuperação."

O analista Lucas Santoro, da Canepa Asset Brasil, endossa a premissa de que algumas variáveis macroeconômicas ainda jogam contra uma recuperação de vendas no curto prazo, mas também diz não esperar quedas expressivas na base anual como visto em 2015.

CASO A CASO 

Entre as divulgações de resultados trimestrais da última semana, Lojas Renner e Raia Drogasil se destacaram positivamente, conseguindo até surpreender os profissionais do "sell side" que já aguardavam resiliência de ambas as empresas ao cenário econômico.

A varejista de vestuário, por exemplo, conseguiu apresentar entre abril e junho alta nas vendas, com melhora na margem bruta devido a menores remarcações de preços e a campanhas de controle de estoques e da inadimplência.

No caso da rede de varejo farmacêutico, animou o mercado o desempenho das vendas no conceito mesmas lojas no período combinado com a ampliação de um plano já considerado ambicioso para a abertura de lojas, que passou a 200 unidades por ano.

Natura dividiu opiniões, após um resultado de modo geral considerado fraco e com margens ainda pressionadas, principalmente pelas operações no Brasil, enquanto reverteu a tendência negativa nas vendas brutas no país.

A equipe do Credit Suisse, que elevou a recomendação dos papéis da fabricante de cosméticos para "neutra", disse que os resultados do segundo trimestre da Natura ainda foram fracos ante 2015 ou 2014, mas que estão melhorando.

"Notamos a inflexão nas tendências de vendas no Brasil, em conjunto com estabilidade das despesas operacionais (SG&A) em termos nominais, o que é um bom sinal para a alavancagem operacional", disse a equipe do Credit Suisse, liderada pelo analista Tobias Stingelin, em relatório.

Na ponta negativa, chamaram a atenção Grupo Pão de Açúcar e sua rede de eletrodomésticos e móveis Via Varejo, apesar de alguma melhora das vendas.

Analistas, de modo geral, consideraram o resultado da maior rede de varejo do país fraco e poluído com ajustes, bem como ajudado por créditos fiscais, enquanto a Via Varejo sofreu com forte aumento de despesas operacionais.

A Cia Hering também não agradou, com retração nas vendas do segundo trimestre no conceito mesmas lojas. Para a equipe da Brasil Plural, há pouca evidência de que a empresa será capaz de melhorar a percepção do consumidor em relação à marca.

A temporada ainda reserva balanços de um grupo relevante de empresas, como Lojas Americanas, B2W, Arezzo, Lojas Marisa, Magazine Luiza, Guararapes Confecções, entre outras.

AÇÕES 

O tom ainda conservador acerca dos números trimestrais do setor de varejo contrasta com a forte reação de algumas ações na semana passada, desproporcional quando considerado o desempenho do período de abril a junho e as perspectivas.

Lojas Renner acumulou desde a divulgação do resultado até a última sexta-feira alta de 4,64 por cento em quatro pregões, enquanto Raia Drogasil valorizou-se 3,24 por cento em apenas um dia após a apresentação do balanço na noite de quinta-feira.

Mas o que chamou a atenção foi a disparada de 22 por cento apurada por Natura em apenas dois pregões, enquanto Cia Hering saltou 8,3 por cento em uma sessão na sequência dos números do segundo trimestre, apesar das avaliações não tão positivas dos analistas para os dados de ambas.

No caso de GPA e Via Varejo, a intensa correção negativa, de 8,8 e 12,8 por cento, respectivamente, na sequência de suas divulgações trimestrais, ocorreu depois de forte valorização na esteira dos dados prévios de vendas do trimestre.

Para Mamede, do Santander Brasil, há uma certa euforia com o Brasil, em razão do momento político, expectativa de melhora de indicadores econômicos, o que explica o movimento tão forte das ações que não tem relação com os números do segundo trimestre.

Fonte:http://exame.abril.com.br/

Confecções de Araraquara apostam no tecido nacional para vender mais


Pai e filha tocam confecção em Araraquara e veem melhora no setor (Foto: Reprodução/EPTV)
Na contramão da crise, a alta do dólar aquece o mercado interno de moda. Em Araraquara (SP), um ateliê especializado em vestidos de festa passou a usar tecido nacional por ser uma opção mais viável para clientes e até mesmo para quem vende.

A estudante de designer Nina Medeiros disse que os tecidos importados demandam mais tempo de trabalho para confeccionar um vestido, por exemplo. “Os importados geralmente têm muita pedraria. O tempo que a gente conseguiria fazer ele, a gente faz dois três com o tecido nacional. Então a gente acaba tendo uma margem de lucro maior”, relatou.

Melhora nas vendas
Um balanço da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) confirmou uma melhora de 15% no setor da moda este ano. A expectativa é um crescimento de 20% até o fim do ano.

Segundo Vivan Huss, coordenadora do curso de moda do Centro Universitário de Araraquara (Uniara), um dos motivos é o valor da moeda norte-americana. “A moda segue a economia e de acordo com dólar agora está mais rentável que a produção seja feita no Brasil”, disse.


Lançamentos de minicoleções a cada 15 dias impulsionam vendas (Foto: Reprodução/EPTV)

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Fonte: http://g1.globo.com

Garnero não vai vestir Colombo

Garnero, em Londres:  fundo do empresário não recebeu os US$ 30 milhões prometidos pela Colombo

Um ano depois de anunciar a compra da marca de moda masculina, o fundo GGAC, do empresário Mario Garnero, cancela o contrato, alegando falta de pagamentos e de informações

Ao que tudo indicava, em meados do ano passado, Mario Garnero, o empresário paulista e importante interlocutor do Brasil com homens de negócios e políticos americanos, trocaria seus elegantes ternos feitos sob medida pelos da Camisaria Colombo, a maior rede de vestuário masculino nacional. Pelo menos, em relação à sua preferência de negócios. Em agosto de 2015, ele anunciou a aquisição da Colombo, por meio da Garnero Group Acquisition Company (GGAC), um fundo de investimentos criado nos EUA e braço de aquisições de seu banco de negócios no exterior, o Brasilinvest.

A transação avaliada em R$ 1,1 bilhão criaria a Garnero Colombo e ajudaria a solucionar a difícil situação financeira da rede de varejo, fundada em 1917, controlada pelos irmãos e herdeiros Álvaro e Paulo Jabur Maluf. A dívida, atualmente, se aproxima de R$ 1,5 bilhão. Os controladores chegaram a fazer três road shows nos EUA, com o banco suíço UBS, para apresentar a companhia aos investidores estrangeiros. Mas, na quarta-feira 20, quase um ano depois da celebração do contrato, um comunicado enviado pela GGAC ao mercado e à SEC, órgão que regulamenta o mercado de capitais americano, causou surpresa.

A companhia informava o cancelamento do negócio, alegando que a Colombo não havia cumprido uma série de exigências. Agora, a GGAC ameaça tomar medidas judiciais para o ressarcimento de danos causados com o fim do negócio. Pelo acordo original, os irmãos Maluf deveriam pagar, até o dia 10 de junho deste ano, US$ 30 milhões para terem direito a uma fatia de 25% da empresa resultante da fusão e se manterem no comando do dia a dia da rede. Como o prazo não foi cumprido e com a piora do mercado varejista brasileiro neste ano, Mario Garnero aceitou diminuir o valor para US$ 10 milhões, a serem pagos até o dia 20 de junho.

Mas nem esse aporte aconteceu. No dia 4 de julho, por meio de carta anexada aos autos do processo e enviada à Colombo, o advogado David Ann Miller, do escritório nova-iorquino Graubard Miller, representante de Garnero, explica quais seriam as brechas de contrato em que a família teria incorrido. A GGAC teria cobrado, no dia 8 de fevereiro, o envio à SEC de relatório financeiro auditado relativo ao ano fiscal de 2015, o que não aconteceu até a data da carta. Outras informações sobre o estado dos negócios estariam sendo sonegadas.

Uma fonte próxima do processo também reclama que a dívida da Colombo, a qual teria sido informada que estava em R$ 700 milhões, na época da assinatura do contrato, foi revisada para R$ 1,5 bilhão. Há suspeita de que parte do valor seria de dívidas pessoais dos irmãos, relacionada à recompra, em fevereiro de 2015, de 49,9% da Colombo que haviam sido vendidos para a Gávea Investimentos, gestora de fundos do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Na época, interlocutores do mercado comentavam que os irmãos seriam “incontroláveis”.

A Colombo alega que os motivos para o fim do contrato com Garnero são outros. “O investimento foi planejado em fevereiro de 2015. O Brasil era outro”, diz o advogado Pedro Bianchi, do escritório Felsberg Advogados. “O grupo GGAC não encontrou investidores e a Colombo foi buscar alternativas.” A versão é contestada pelo fundo de Garnero, que, na data de cancelamento do acordo, afirmava ter US$ 143 milhões captados. A alternativa para a Colombo foi uma renegociação com os seus credores. 

Cerca de um mês antes do rompimento com Garnero, no dia 10 de junho, a empresa anunciou que fechou um acordo extrajudicial para alongar a sua dívida com os bancos – que incluem Itaú, HSBC, Brasil Plural, Santander e Banco do Brasil, somando R$ 700 milhões, mais R$ 197 milhões com a Cotia Trading –, transformando os débitos em uma debênture conversível. A GGAC alega que nunca teve conhecimento dessas negociações e, como controladora que deveria ser da empresa, nem as teria autorizado. Mesmo a presença entre os credores do fundo de investimentos Brasil Plural Special Situations – que teria comprado do Gávea a dívida pessoal dos irmãos – seria desconhecida. Procurado, Mário Garnero não deu entrevista.

Independentemente das reclamações de Garnero e de outros credores não financeiros que não aderiram ao acordo, o plano de reestruturação já mudou a varejista. Segundo o processo capitaneado pelo Brasil Plural e pelo escritório Felsberg Advogados, a empresa terá cinco anos para pagar a sua dívida com os bancos, e Warley Pimentel, sócio do banco, assume a posição de presidente do grupo Colombo. “Agora, somos uma das empresas mais bem estruturadas do setor”, disse à DINHEIRO Álvaro Jabur Maluf Júnior, no começo de julho.

“Depois de um tempo voltados para dentro, teremos fôlego para investir no negócio e estamos prontos, com mercadoria nas lojas, para o Dia dos Pais.” De 2014 para cá, o faturamento caiu de R$ 800 milhões para R$ 500 milhões anuais e mais de 50 das 434 lojas foram fechadas. “Vamos ficar com 320 lojas”, diz Maluf. No último mês, desde a renegociação financeira, a curva se inverteu e as vendas da empresa voltaram a crescer, em torno de 30%. Isso mostra que o imbróglio todo não prejudicou a marca junto ao seu público consumidor, avalia o analista de varejo Alberto Serrentino, dono da consultoria Varese Retail.

“O dano para a marca é muito pequeno. A moda masculina é menos suscetível a mudanças de tendências, e o cliente só percebe problemas se há desabastecimento”, diz. O consultor, no entanto, alerta que há risco da empresa sofrer dificuldades de crédito, o que pode ser especialmente perigoso para quem vende para a classe C e precisa de liquidez para financiar as compras de seus clientes. Uma coisa é certa: Mario Garnero não estará na fila dos interessados.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Cia. hering fecha 4 lojas, mas consegue crescer quase 5%

cred: Shutterstock

Varejista de moda reportou crescimento no lucro líquido no segundo trimestre e segue com plano de reforma das Hering Stores. Entenda
A Cia. Hering anunciou que cresceu 4,9% no segundo trimestre deste ano. Ao todo, a marca atingiu um lucro líquido de R$ 61,6 milhões no período. O resultado veio mesmo com a queda de 0,7% na receita líquida e recuo de 2,4% na receita bruta da empresa, que somou R$ 444,4 milhões.

As vendas brutas da empresa caíram muito por conta dos canais franquia e multimarcas. “Os efeitos do declínio do cenário econômico exerceram, por mais um trimestre, influência negativa nas vendas sell-in da companhia a franquias e multimarcas”, disse a empresa no relatório de resultados.

O canal multimarca retraiu 9,5%, atingindo R$ 189,1 milhões, também influenciado pelo menor número de clientes ativos.

As vendas para franquias atingiram R$ 155,3 milhões, queda de 4,1% frente ao mesmo período do ano passado, com deterioração mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste. “Os efeitos do declínio do cenário macroeconômico aliados ao maior conservadorismo nas compras do canal impactaram negativamente as vendas das coleções outono e inverno o que, entretanto, favoreceu a rentabilidade do canal em função de menor atividade promocional no trimestre”, disse a empresa.

Já as vendas realizadas pela companhia para consumidores finais, através de lojas próprias e webstores (sell-out), apresentaram melhor desempenho. As lojas próprias apresentaram crescimento de 10,2% nas vendas, principalmente pelo aumento médio da área de vendas em 7,8%, com a abertura de quatro lojas.

“As lojas próprias apresentaram, de modo geral, desempenho de vendas superior à rede de franquias, favorecidas por melhor execução e estratégia de abastecimento, com destaque para o bom desempenho de lojas outlets”, comentou a empresa. As webstores, por sua vez, mantiveram trajetória de crescimento de vendas de dois dígitos, de 10,9%.

Mesmo com esse desempenho de vendas, a empresa apresentou geração de R$ 85 milhões de caixa livre, R$ 68,6 milhões superior ao caixa gerado no segundo trimestre de 2015.

No desempenho por marcas, as vendas da Hering caíram 4%. A Hering Kids, por mais um trimestre apresentou resiliência e reportou crescimento de 4,3%. DZARM. e PUC apresentaram fraco desempenho de vendas, com retração de 24% e 8,5%, respectivamente.

A Cia. Hering encerrou o período com 828 lojas, 17.600 varejistas multimarcas e cinco webstores. Durante o segundo trimestre, a marca fechou 8 operações, mas abriu outras 4 – dando um saldo negativo de 4 lojas fechadas no período.

No início do ano, a companhia lançou o Plano de Reformas de Hering Store. Até agora, 18 lojas foram entregues. O plano conta com incentivos da companhia em forma de subsídio (que poderá alcançar R$ 10 milhões em 2016) e financiamento de parte do montante investido. A companhia espera renovar aproximadamente 100 lojas ainda neste ano.

“Nossos resultados de curto prazo permanecem sob pressão, principalmente, em função do desempenho de vendas. Ainda assim, o modelo de negócios da companhia tem se provado resiliente, com forte geração de caixa livre, bons níveis de rentabilidade e situação patrimonial confortável. Seguimos confiantes em nossa estratégia de negócios, com a combinação de marcas fortes e um modelo de negócios diferenciado que tem demonstrado alto poder de geração de valor ao longo dos ano”, comentou a empresa.

Fonte: http://portalnovarejo.com.br/