quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Rede Dia investiga possível manipulação de números no Brasil

Auditores forenses estão analisando novamente balanços da empresa


Uma possível fraude contábil está sendo investigada pela rede de supermercados Dia%. A empresa quer esclarecer "certos ajustes contábeis" nos resultados de 2017 em todos os países em que opera, inclusive no Brasil. A informação é do jornal Valor Econômico.

A publicação ouviu duas fontes segundo as quais os números da subsidiária brasileira estão sendo examinados novamente há quatro meses por auditores forenses da EY . O objetivo da análise seria averiguar se ocorreu manipulação nos números de relatórios divulgados. Já teriam sido analisados os balanços da rede de 2016 e 2017, e a expectativa é de que o trabalho termine ainda neste primeiro trimestres.

Uma fonte informou ao Valor Econômico que a auditoria tem levantado informações sobre transferência de estoques para as lojas franqueadas, que representam quase 60% das 1.172 unidades do Dia% no Brasil. O trabalho envolve verificar se esses estoques, de fato, viraram receita com venda dos produtos. A forma como as informações sobre verbas e bonificações concedidas pela indústria aparecem no balanço também está em processo de checagem. 

Em nota, a Rede Dia% informou que esse processo de auditoria foi realizado no final do ano passado, porém fontes revelaram ao Valor Econômico que o trabalho segue em andamento. A publicação questionou se a saída de alguns executivos da subsidiária brasileira nos últimos meses teria relação com as investigações, mas, em nota, a rede afirmou que as mudanças fazem parte de "um grande processo de transformação no Brasil e no mundo", e lembrou que 2018 "foi um ano desafiador, provavelmente o período mais crítico desde que a empresa foi fundada, há mais de 40 anos". O Dia% ressaltou, ainda, que está iniciando um novo ciclo, que envolve a contratação de "talentos experientes em varejo, que chegaram com o principal objetivo de restabelecer a organização."

Procurada pelo jornal, a EY não comentou o assunto, assim como a KPMG, atual responsável pela auditoria da rede supermercadista.



Fonte: Valor Econômico

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