quinta-feira, 14 de março de 2019

Cidade americana obrigará comércio a aceitar dinheiro

Prefeito da Filadélfia argumenta que lojas que não aceitam dinheiro como pagamento excluem população de baixa renda


Enquanto muita gente está na contagem regressiva para o fim do dinheiro físico – ou pelo menos uma considerável redução nas notas circulantes – uma nova lei entrará em vigor na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, exigindo que a maioria das empresas locais aceite dinheiro como pagamento, indo na contramão do crescente uso de cartões ou de pagamentos digitais. A lei entrará em vigor em 1º de julho.


O prefeito da cidade, Jim Kenney, assinou o projeto na semana passada depois de ter sido aprovado pelo conselho da cidade. Legisladores locais dizem que ajudará a aliviar o dia a dia de muitos moradores de baixa renda. “Com uma taxa de pobreza de 26% na cidade, o prefeito acredita em oportunidades iguais para todos”, disse Mike Dunn, diretor de Comunicação da prefeitura, em um comunicado enviado por e-mail, acrescentando que há esforços para melhorar o acesso a serviços bancários para os pobres. “Podemos resolver os obstáculos que enfrentam os sem-banco, precisamos remover quaisquer obstáculos que possam impedi-los de desfrutar de todas as comodidades desta cidade, comodidades prontamente disponíveis para os afortunados o suficiente para ter um cartão de débito ou crédito ”.

Mas Dunn ressalta que a nova lei, que contraria a tendência do fim do dinheiro, poderia prejudicar a economia local se os varejistas que preferem pagamentos digitais decidissem levar seus negócios para outro lugar. “Essa decisão vem apesar de nossas preocupações contínuas sobre como esta legislação pode impactar a inovação em nosso setor de varejo”, disse ele. “Continuaremos a monitorar isso, já que enfrentamos o desafio contínuo de crescimento de nossa economia, garantindo que o crescimento seja inclusivo.”

Um número crescente de varejistas vem adotando o uso de cartões de crédito e débito, bem como de carteiras digitais como a Apple Pay e a Google Pay, para vender seus serviços e produtos de forma a acelerar as transações e limitar o risco de roubo, e por isso acabam colocando em segundo plano o uso do dinheiro.

As compras em dinheiro caíram para 30% de todas as transações de varejo no ano passado, em comparação com 40% em 2012, segundo o Federal Reserve, o banco central norte-americano, destaca o USA Today. Principalmente entre a geração dos millennials: apenas 21% desse grupo usou dinheiro em suas compras, de acordo com pesquisa Gallup de 2016. Em 2011, esse percentual chegou a 39%.

Mas os defensores do projeto e outros críticos ao fim do dinheiro apontam que muitos consumidores de baixa renda estão em desvantagem quando os varejistas não aceitam dinheiro porque não têm contas bancárias, cartões de crédito ou identificação com foto.

Em 2017, 6,5% das residências dos EUA não possuíam membros com uma conta corrente ou de poupança e 20% não usaram uma plataforma de crédito ou cartão de crédito convencional.

Nova Jersey (NY) segue a Filadélfia e também já aprovou uma lei que impede os varejistas de proibirem dinheiro, assim como na capital Washington e em Nova York. Massachusetts baniu comerciantes sem dinheiro por 41 anos, segundo o USA Today.

Fonte:

Vicunha e Ecoera de olho no impacto ambiental do uso da água

Preocupados com o impacto ambiental da produção têxtil, a Vicunha, maior produtora mundial de índigos e brins, e o Movimento Ecoera, consultoria com foco em ações sociais e ambientais que atua nos setores de moda, beleza e design, estão lançando o projeto Pegada Hídrica na indústria têxtil, que pretende criar uma metodologia para mensurar o consumo de água na produção de jeans. 


A proposta tem a parceria da H2O Company, especializada em promover uma gestão para a sustentabilidade, e da Organização Não Governamental (ONG) Iniciativa Verde, organização do terceiro setor que busca contribuir para a melhoria dos serviços ambientais como biodiversidade, água e qualidade do ar. 

A ideia do projeto, explicou o diretor executivo de Operações e Planejamento Estratégico da Vicunha Têxtil, Marcel Yoshimi Imaizumi, é utilizar métricas próprias para analisar o mercado da produção de uma calça jeans. “A gente não sabe se esTe número que está aí, de 15 mil litros de água para produção de um jeans é real. Isso é nos Estados Unidos. Nossa indústria não tem uma metodologia unificada”, conta. 

O objetivo, conforme Imaizumi, é promover transparência na cadeia da moda e fortalecer o setor, unindo os diversos players em prol da criação de indicadores próprios na gestão sustentável da água. “As empresas têm que ter posicionamento. A indústria têxtil é penalizada, porque existem iniciativas, mas não se conversam”, ressaltou. “Há uma necessidade de ação, vivemos num mundo de escassez. Como a Vicunha exporta e os consumidores lá fora são mais exigentes, estamos atentos à necessidade de conscientização e engajamento.”



A especialista em sustentabilidade e fundadora do Ecoera, Chiara Gadaleta, que atua nos setores de moda, beleza e design, afirmou que é preciso mapear os produtos para desmistificar quanto cada um realmente gasta de recursos hídricos. “A moda é um indicador do seu tempo, mas parou de representá-lo, porque hoje precisamos pensar em um mundo sustentável. Então, a moda tem que acompanhar isso, porque precisamos nos vestir”, afirmou.

Com a pegada hídrica, o que a Vicunha e a Ecoera pretendem é dar ferramentas de medição para que seja possível estabelecer metas de redução do consumo de água na produção têxtil. “Isso significa engajar também o varejo e o consumidor de modo a viralizar a mensagem. É uma plataforma de boas práticas”, sintetizou Chiara.

O projeto calculará o volume de água gasto em toda a sua cadeia de produção, desde o plantio do algodão até o final do processo, durante a lavagem na casa do consumidor. Além disso, o trabalho identificará a situação atual da empresa, indicando maneiras de redução e formas de compensação por meio de projetos socioambientais como recuperação do solo, conservação dos recursos hídricos, estoque de carbono e criação de corredores para a biodiversidade.

O cálculo será dividido em três indicadores de pegada hídrica: azul, verde e cinza. A pegada azul refere-se ao volume extraído das fontes de água doce, de superfícies ou subterrâneas. A pegada verde representa a água proveniente da chuva ou umidade do solo. Já a pegada hídrica cinza diz respeito ao volume de água necessário para diluir os poluentes e devolver a água tratada às redes de esgoto, de acordo com a legislação. A soma dos três indicadores confere a pegada hídrica total do produto.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br

São Paulo e ABC têm perdas de R$ 45 milhões no comércio por causa das enchentes

Segundo a FomercioSP, micro e pequenos negócios são os que mais sofrem com as enchentes

A rua 25 de março, polo do comércio paulista, durante as chuvas desta semana (crédito: Rovena Rosa-Agencia Brasil)

As enchentes que atingiram a Grande São Paulo entre o último domingo (10) e segunda-feira (11) geraram perdas de R$ 45 milhões para o comércio, em especial na capital e na região do ABC Paulista, onde as chuvas causaram grandes  alagamentos. A estimativa é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e representam 0,2% do faturamento esperado para a região no mês de março.

Segundo a FomercioSP, micro e pequenos negócios são os que mais sofrem em momentos como esse pois têm estoques menores e menos funcionários, o que pode inviabilizar a operação em dias atípicos como esse.

O trânsito intenso de trabalhadores entre São Paulo e o ABC Paulista foi profundamente afetado entra a noite do domingo e toda a segunda-feira. A Via Anchieta, a principal ligação entre as regiões, teve parte interditada, inviabilizando a passagem de qualquer veículo. Assim como linhas de trem totalmente paradas por conta dos alagamentos das vias férreas e no entorno das estações, que impediu, até mesmo, que ônibus alcançassem o local para realizar o transporte de trabalhadores.

Em São Paulo, as regiões do Sacomã e do Ipiranga, que concentram grande quantidade de pequenos comércios de rua, foram as mais afetadas pelas águas. O transbordamento do rio Tamanduateí na avenida do Estado às 22 horas do domingo e do córrego do Ipiranga foram os principais motivos da inundação nesses bairros.

Grandes estabelecimentos
As médias e grandes lojas acabam sendo mais poupadas por conta da infraestrutura nas quais estão instaladas, porém, para essas, a ausência de funcionários também é sentida.

A principal perda para esses negócios em dias de enchentes está relacionada à falta de fluxo. Essas perdas tendem a não ser recuperadas em negócios que dependem principalmente das compras por impulso, como shoppings, supermercados e farmácias.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), no período entre a noite de domingo e a segunda-feira choveu o equivalente a 90,6% do esperado para o mês. São Paulo chegou a ter 56 pontos de alagamento.

Fonte: https://portalnovarejo.com.br/