quarta-feira, 30 de agosto de 2017

“Varejo vai sair mais forte da crise”, diz Abilio Diniz

Para o empresário, o fato de muitas empresas terem reduzido custos, melhorado eficiência e elevado produtividade irá ajudá-las a crescer mais rápido quando a crise passar


Abilio Diniz acredita que, quando a economia voltar a crescer, vai haver uma arrancada do varejo. “Percebo que muitas empresas do setor se ajustaram nesses últimos anos. Elas reduziram custos, aumentaram a eficiência e elevaram produtividade. São medidas que as deixaram mais fortes e que vão contribuir para crescerem mais rápido, assim que a economia também avançar”, disse ontem (29/08), em palestra no primeiro dia do Latam Retail Show, congresso de varejo realizado pelo GS&MD Gouvêa de Souza, na Capital paulista.  

Segundo o empresário, há quem acha ele otimista demais. “Tem gente que fala que eu sou louco por ser sempre tão otimista quanto à situação do País. Me perguntam como é que concordei em fazer o IPO do Carrefour aqui  num momento desse. O fato é que sou otimista por natureza. Mas, claro, sem perder a noção da realidade”, garantiu.

Para Abilio, os empresários brasileiros precisam apostar que o País vai voltar a crescer e logo. “Porque lá fora todo mundo já está apostando e buscando investir aqui”, afirmou. Ele acredita que o Brasil está indo no caminho certo. “Reformas como a trabalhista (que começa a valer a partir de novembro) e a queda da inflação mostram que o País está caminhando na direção certa para voltar a crescer. As reformas que estão para acontecer também vão ajudar a desatar ainda mais nós”, avaliou.

Abilio finalizou dizendo que é necessário trabalhar pra construir. “O empresário precisa gerar riqueza para o negócio e o País, fazendo bons negócios, gerando empregos, criando mais empresas”.  O Latam Retail Show segue até amanhã (31/08). 

Fonte: http://www.sm.com.br/

ESPECIALISTA EM COMPLIANCE

Interessados enviar CV para rh@multiner.com.br


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Incentive o cliente a arredondar o valor da compra e doar a diferença

Criada pelo instituto Arredondar, a ação tem como objetivo ajudar instituições beneficentes. A bandeira Pão de Açúcar, do GPA, já aderiu ao programa


Contribuir com ações sociais e diminuir problemas com a falta de troco. Para o varejo, essas são algumas vantagens que a adesão ao Movimento Arredondar oferece. Criado há seis anos, o projeto não tem fins lucrativos. De forma resumida, consiste em arredondar o valor da compra para cima e doar a diferença . Mais de 530 pontos de venda espalhados pelo País já aderiram. Uma dessas empresas é o GPA, que adotou o programa em fevereiro do ano passado.

A companhia participa do movimento com mais de 120 unidades das bandeiras Minuto Pão de Açúcar, Minimercado Extra e Pão de Açúcar. Desde a adesão, a companhia já somou R$ 549 mil doados a partir do arredondamento do valor das compras. “Existe uma boa aderência por parte dos clientes. Depois da primeira vez, a pessoa passa a doar sempre por sentir confiança no processo, já que recebe um comprovante da sua doação”, diz Thatiana Zukas, gerente de sustentabilidade do GPA. “Aos poucos, vamos aumentar o número de lojas participantes”, completa.

A maioria dos arredondamentos no gpa oscila entre R$ 0,30 e R$ 0,35. O valor máximo registrado nas lojas é de R$ 1. “A doação ajuda bastante a reduzir o problema da falta de troco. Apesar do crescente uso de cartão, muita gente ainda prefere dinheiro como forma de pagamento”, confirma Thatiana.

As doações feitas no GPA são destinadas a cerca de 10 instituições voltadas à educação e sustentabilidade, por exemplo. “Escolhemos as localizadas nas regiões onde atuamos e que estão alinhadas aos nossos valores e proposta. A partir dessa lista, cada loja define quais serão suas entidades beneficiadas, o que gera maior engajamento nas equipes”, diz a gerente de sustentabilidade.

Outro ponto que favorece a adesão ao programa é a facilidade de integração dos sistemas de gestão do varejo com o do Instituto Arredondar, que acontece de maneira automática. “Isso ocorre sem gasto ou dor de cabeça”, garante Ari Weinfeld, um dos idealizadores do projeto. As lojas conseguem, inclusive, gerar relatórios dos valores doados no dia. Os principais fornecedores de sistemas de frente de caixa já apoiam o movimento. É o caso da Consinco. “Todos os nossos modelos de sistema permitem a parametrização necessária”, afirma Silvio Sousa, diretor comercial da Consinco. O processo é feito em poucas horas pela fornecedora e não há custo para o varejo, incluindo o suporte após a implantação. “Acreditamos no projeto e essa é nossa forma de colaborar”, acrescenta Sousa.

O movimento arredondar conta com cerca de 40 instituições espalhadas pelo Brasil e voltadas a diferentes causas, como cidadania, cultura, esportes, saúde. “Para garantir a credibilidade do projeto, as organizações sociais passam por avaliação de idoneidade. Um dos critérios é trabalhar pelos 17 Objetivos do Milênio, da ONU”, diz Nina Valente, criadora do Arredondar.

O Instituto se encarrega ainda da divulgação em loja e do treinamento do pessoal de frente de caixa. “Ensinamos como e quando propor ao consumidor o arredondamento e explicamos a mecânica para as operadoras tirarem dúvidas dos clientes”, conta Maria Bresser, integrante do Arredondar. O próximo passo é atrair a parceria de lojas online para o movimento. “Assim, tornamos a cultura da doação mais simples, democrática e transparente.”

R$1,1milhão Valor arrecadado pelo Instituto Arredondar com doações de troco até julho/2017

Fonte: Movimento Arredondar

Mais de 530 lojas Total de unidades que aderiram ao movimento. Entre as redes estão: Havaianas e Spoleto, além do GPA


Nas lojas do gpa o valor médio de doações com arredondamento da compra é de r$ 0,30 a r$ 0,35. o máximo registrado nas unidades participantes do programa é de R$ 1

39% das doações na companhia ocorrem com troco inferior a R$ 0,10

5,7% quando ele é superior a R$ 0,90

Cerca de 120 lojas do GPA participam do Arredondar

R$ 549 mil já foram arrecadados nas filiais da empresa desde a adesão em fevereiro/2016


Como funciona o arredondar:


O consumidor é convidado a arredondar o valor da compra. Por exemplo: R$ 22,4 pode virar R$ 23, independente da forma de pagamento. A doação, nesse caso, corresponderia a R$ 0,60

Tecnologia

A operação ocorre no software de frente de caixa e separa o valor da compra do valor da diferença do arredondamento, que corresponde ao que será doado às instituições . Dessa forma, garante-se que os tributos sejam pagos apenas sobre o valor efetivo do que foi comprado. O consumidor recebe um tíquete referente à doação e outro à sua compra. Para isso, o Instituto Arredondar criou uma plataforma que armazena e processa os dados

Repasse do dinheiro

A sincronização entre o sistema da loja e o do Arredondar acontece automaticamente. O dinheiro das doações é transferido pela loja ao Instituto. Desse total:


Treinamento
O Arredondar oferece treinamento para as operadoras de caixa. A ideia é que elas saibam como e quando propor o arredondamento para o consumidor, além de tirar dúvidas

Fonte: http://www.sm.com.br/

Contrabando gera perdas de cerca de R$ 130 bilhões em 2016

Levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade aponta para sonegação de impostos


Uma exposição de produtos contrabandeados e pirateados foi montada no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, com o intuito de mostrar a fragilidade das fronteiras brasileiras. Para se ter uma ideia deste mercado subterrâneo, só em 2016, o contrabando gerou perdas da ordem de R$ 130 bilhões para o País, segundo levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

Ao lado do local da exposição, um caminhão está preparado para destruir toneladas de cigarros também contrabandeados e apreendidos pela Receita Federal. As ações, que ocorrem na manhã desta quarta-feira na capital paulista, dão início à nova campanha do Instituto Etco e do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) intitulada "O Brasil que nós queremos".

O objetivo da ação de hoje é destruir ao menos 12 toneladas de cigarros em São Paulo, Brasília e em Foz do Iguaçu, principal porta de entrada dos produtos ilegais. Segundo levantamento da Receita Federal, mais de 65% das mercadorias contrabandeadas que entram no país são cigarros. Em 2016, o volume de cigarros ilegais atingiu 31,521 bilhões de unidades. Além do abandono das fronteiras, a disparidade tributária entre o Brasil e o Paraguai é um dos principais estímulos ao contrabando.

— Hoje, mais de 55% dos pontos de venda formais estão contaminados com cigarros ilegais e 72% dos estabelecimentos vendem o produto abaixo do preço mínimo estabelecido por lei — disse Rodolpho Ramazzini, diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação.

Ramazzini detalhou que o aumento do contrabando tem acontecido por uma combinação de fatores: aumento de impostos, crise econômica e fragilidade das fronteiras. Ele defendeu que o ataque ao contrabando "é uma medida extremamente efetiva para a recuperação econômica e ainda colabora duramente para o fim do tráfico e do crime nas cidades".


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Também faz parte da campanha iniciada nesta quarta-feira um protocolo de intenções assinado, em Brasília, pelo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, focado no combate ao mercado ilegal e que contém as principais medidas e ações para fiscalização do contrabando.

— Vamos trabalhar junto com o governo federal para combater o contrabando de produtos e serviços que tanto afeta e traz prejuízos para todo país. A violência que está na rua e que nos amedronta é financiada por esses crimes. Lutar contra isso é lutar a favor da vida e da dignidade do cidadão brasileiro, da concretização de uma realidade almejada por todos, de respeito aos direitos e do combate às ações criminosas — afirmou Edson Vismona, presidente do Instituto Etco.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Osmar Serraglio, disse que está disposto a agir “em favor da preservação da legalidade” e contra o contrabando. A intenção das entidades de mercado com o protocolo de intenções assinado nesta quarta-feira com o governo é organizar um grupo de inteligência para passar um pente fino nos dados oficiais e identificar os mandantes do contrabando.

IMPACTO EM SAÚDE

O ministro ressaltou que o contrabando não prejudica apenas a economia, mas pode ter impacto sobre a saúde e a vida de quem compra. Ele citou, por exemplo, o uso de medicamentos, óculos e bebidas falsificadas, que podem afetar gravemente a saúde do consumidor.

— Quem compra um simples par de óculos de sol falsificado está sujeito a doenças oculares como fotoalergia, catarata, degeneração da visão e câncer de pele na região das pálpebras. Mas a categoria mais perigosa é a dos medicamentos. Há uma falta de informação sobre a quantidade de droga ingerida. Você pode estar ingerindo 500mg quando deveria estar tomando 250 mg. A pessoa pode estar tomando remédios com componentes que não são necessários — disse.

Segundo o coordenador do Movimento em Defesa do Mercado Legal, Edson Vismona, os principais setores afetados pelo contrabando são tabaco, vestuário, combustíveis (adulteração), cosméticos e ótica.

O ministro reforçou ainda que comprar mercadoria falsificada é crime e pode levar o consumidor à cadeia. Ele enfatizou que a Interpol classifica a pirataria como o crime do século, que movimenta US$ 522 bilhões. No Brasil, a principal porta de entrada é a tríplice fronteira com Argentina e Paraguai.

Serraglio ponderou que um dos problemas para o alastramento do contrabando e descaminho é a facilidade de atrair mão de obra e ponderou que a aceitação da pirataria é cultural no país.

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— É comum encontrar pessoas que não vêm problema em levar pra casa um CD ou DVD pirata. O que as pessoas não sabem é que a pirataria financia outros crimes, destrói negócios e faz o país perder dinheiro — disse, completando:

— Não há preconceito social com o contrabandista, o sacoleiro, o muambeiro, como há com quem está envolvido com tráfico de drogas.

Entre as ações estudadas estão a aprovação de dois projetos, ambos em regime de urgência, que tratam de medidas administrativas de prevenção ao contrabando e roubou de carga e da regulação de direitos e obrigações relativas à propriedade industrial. A previsão é que a votação ocorra na próxima semana.


Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/

Rodízio de setores para funcionários antigos na empresa

Maior engajamento e produtividade são benefícios para as companhias ao promover um treinamento em que os colaboradores com maior tempo de casa passam um período em outros setores. Veja como implantar:


Adotado para formação de trainees, o job rotation começa a ser utilizado para desenvolver pessoas com maior tempo de casa. A ferramenta consiste em fazer o profissional passar por diferentes áreas durante um determinado período, preparando-o para se transferir de setor definitivamente ou retornar a seu posto. “Com o job rotation, as empresas conseguem desde preparar lideranças até disseminar conhecimento entre filiais ou formar pessoas-chave com visão 360º do negócio”, explica Edson Herrero, consultor da Integração Escola de Negócios. Veja a seguir os benefícios do programa e como estruturá-lo.

Retenção de talentos, menos despesas com recrutamento, motivação da equipe, maior produtividade e decisões mais assertivas. Esses são alguns benefícios do rodízio entre áreas promovido para profissionais com maior tempo de casa. É o que afirma Maria Sartori, gerente de divisão da Robert Half. A essa lista, ela acrescenta redução de conflitos e oxigenação entre os departamentos. “Com o job rotation, o varejo de alimentos, que sofre com turnover alto, consegue ainda desenvolver equipes de loja multitarefas”, afirma a consultora. Ou seja, enquanto um colaborador é capacitado para realizar atividades da padaria e da rotisseria, outro aprende sobre açougue e peixaria. Repositores, por exemplo, podem ser treinados para atuar como operadores de caixa e vice-versa.

Os profissionais que irão participar do programa devem estar abertos ao aprendizado ou a mudar de área, caso seja esse o objetivo. “É inviável colocá-lo no job rotation apenas porque não está satisfeito com sua atividade. A mudança precisa gerar valor para a empresa. Esse é um fator-chave para o programa funcionar”, alerta Maria. A recomendação é priorizar quem tem mais de três anos de casa, é especialista em sua área e já tenha desenvolvido bons projetos. “O colaborador deve vestir a camisa da companhia e contar com potencial interno”, acrescenta Herrero, da Integração Escola de Negócios.


Como pode ser o rodízio

O rodízio de funções pode envolver pessoas do mesmo departamento ou de áreas diferentes, ou acontecer entre filiais, regionais ou até países, se a companhia for multinacional. Para Joel Dutra, coordenador do Programa de Estudos em Gestão de Pessoas da FIA (Fundação Instituto de Administração), um gerente de loja, por exemplo, pode passar por várias filiais. A ideia é que ele compartilhe sua experiência para aprimorar processos internos, entre outras melhorias. Compradores, fiscais de loja e o pessoal de logística, por sua vez, podem participar de intercâmbio entre suas áreas para um entender melhor a rotina do outro. Com isso, a relação melhora, o que reduz conflitos e eleva a produtividade.

Já o grupo de prevenção de perdas pode desenvolver um projeto para outra área, tendo como base seu conhecimento. Outro exemplo é o profissional de RH que tem potencial para atuar com compliance (área responsável pela implementação de processos que garantam o cumprimento de regras e da legislação vigente). “Essa pessoa pode até mudar de setor”, avalia Dutra. Um profissional mais velho, mas com boa disposição, pode ser incentivado a aprender novas habilidades. “Ele se sentirá mais útil e motivado. O job rotation, portanto, favorece também os profissionais”, afirma Maria Sartori, da Robert Half.

Roteiro de áreas e duração

Os setores que serão alvo do rodízio e o tempo que os profissionais ficarão em cada departamento dependem do objetivo da empresa. “Se a ideia é apenas ampliar o conhecimento do colaborador quanto às diversas etapas que envolvem seu trabalho, a permanência em cada setor pode ser de dois meses”, explica Edson Herrero, da Integração Escola de Negócios. Por outro lado, se o profissional precisa aprender detalhadamente uma atividade mais complexa, o período pode ser maior. Em muitos casos, o job rotation chega a durar um ano ou mais. “Quem pode indicar o tempo mais adequado são os gestores dos departamentos envolvidos, pois conhecem o grau de dificuldade das atividades”, observa Herrero.


Principais dificuldades

Apesar das vantagens, o job rotation pode gerar problemas para a empresa se não for implementado corretamente. Um dos principais é a resistência, segundo Joel Dutra, da FIA. Ele explica que, quando voltada a profissionais mais experientes, a ferramenta tende a promover uma mudança radical na rotina do funcionário. “Dependendo do tempo de atuação numa mesma área ou função, esse medo, seja do novo, seja de não se encaixar ou de errar e se frustrar, é normal”, afirma. A resistência também pode partir do gestor, que não quer abrir mão de um bom profissional. Ou ainda de outro funcionário, por achar que vai perder a posição na companhia. Há também problemas envolvendo questões trabalhistas, caso uma mudança definitiva de atividade não seja atualizada na carteira de trabalho do colaborador. Estruturar um programa de job rotation, com diretrizes de funcionamento, comunicação e regras claras, é a melhor maneira de evitar situações como essas.

Fonte: http://www.sm.com.br

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Benefício tributário a açougues leva supermercados à Justiça

Nas gôndolas paulistas, carnes são comercializadas com alíquota de ICMS de 6%, ante 4% nos açougues


Contrariados com o tratamento tributário diferenciado conferido aos açougues desde o fim de junho, os supermercados paulistas decidiram ingressar com uma ação judicial contra o governo do Estado de São Paulo. A intenção das redes varejistas é conseguir a alíquota de 4% de ICMS que hoje é paga pelos açougues paulistas nas vendas de carnes. Atualmente, a alíquota média de ICMS dos supermercados está próxima de 6%.

Em entrevista ao Valor, o vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Ronaldo dos Santos, afirmou que a entidade deve ajuizar a ação ainda neste mês. "Pedimos o mesmo tratamento para a Secretaria [da Fazenda], mas não foi concedido. Então, nós vamos procurar uma resguarda judicial", afirmou ele.

Embora o decreto estadual que estabeleceu o regime especial de ICMS para os açougues tenha sido publicado no Diário Oficial do Estado de S. Paulo em 27 de junho, o imbróglio envolvendo supermercados e açougues teve origem em 1º de abril. Foi quando entrou em vigor o decreto 62.402, que extinguiu a isenção de ICMS nas carnes que beneficiava varejistas e consumidores desde meados de 2009.

Com a decisão, o varejo - incluindo os açougues - passou a pagar 11% de ICMS nas vendas de carnes e receberam um crédito outorgado de 7%. Na prática, isso significa que, quando adquire R$ 100 em carnes, o varejo tem um crédito tributário de R$ 7. Como as varejistas embutem uma margem no preço de venda da carne, a alíquota de 11% incide sobre o preço final. Assim, a alíquota efetiva é a diferença entre o valor a ser pago e o crédito apurado. De acordo com a Apas, no caso dos supermercados a alíquota efetiva é, em média, de 6%.

Em tese, os açougues também pagariam a mesma alíquota, mas o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo protestou contra a medida. De acordo com o presidente da entidade, Manuel Henrique Farias Ramos, a Secretaria da Fazenda foi acionada. "Nossos contadores concluíram que pagaríamos 9,1% de ICMS. Obviamente, isso inviabilizava completamente os açougues", argumentou.

Diante da situação, disse Ramos, a Secretaria da Fazenda propôs o regime especial com a alíquota de 4%. "Ficamos relutantes a essa proposta, porque ainda é um tributo muito alto. Mas entre pagar 9,1% e 4%, é melhor pagar a alíquota menor", afirmou, ressaltando que não considera o regime especial um benefício. Na visão de Ramos, o setor foi onerado, já que até abril era isento.

Os supermercados, no entanto, não tiveram o mesmo benefício. "O decreto [da Fazenda] criou um desequilíbrio econômico no mercado", criticou o tributarista Marcos Pagliaro, que é sócio do escritório Fagundes Pagliaro Advogados e presta assessoria para as varejistas. Segundo ele, a tributação diferenciada entre açougues e supermercados é inconstitucional. De acordo com a Apas, as vendas de carnes são relevantes, e rendem R$ 12 bilhões ao ano para o setor, 10% do faturamento total.

Procurada, a Secretaria da Fazenda informou que o regime especial de ICMS para os açougues foi feito para "simplificar" o recolhimento do tributo e para facilitar o trabalho do Fisco, dispensando o "confronto entre as informações do imposto devido sobre as operações tributadas e os créditos fiscais das operações anteriores". Segundo a Fazenda, a medida não é aplicável aos supermercados porque eles comercializam diversos produtos. "No caso dos supermercados não haveria uma simplificação das obrigações tributárias para o contribuinte, pelo contrário, aumentaria a complexidade", afirmou a Pasta, em nota enviada ao Valor.

Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Estas são as 5 marcas mais antigas do mundo da moda



Divulgação



Nós sabemos que muitas labels no mundo da moda estão por ai faz anos. Nada como receber aquele lenço Hermès que era da sua avó ou encontrar uma peça vintage da Chanel em um brechó. Mas quantos anos exatamente tem estas casas? Conheça abaixo as 5 marcas de moda mais antigas da história!


Hermès – 179 anos

A Hermès é possivelmente a casa de luxo mais antiga da história. Mas, curiosamente, ela foi criada por Thierry Hermès como um lugar para vender selas de cavalo, 1837! A primeira bolsa só apareceu em 1922.


Louis Vuitton – 162 anos

A princípio, a Louis Vuitton era apenas uma marca de malas de luxo. Hoje, a label centenária já abrangeu seus produtos para os mais diversos públicos.


Lanvin – 127 anos

Criada por Jeanne Lanvin, tudo começou com uma loja para roupas elegantes para mulheres e seus filhos.


Chanel – 107 anos

Coco Chanel teve o seu começo fazendo chapéus na Rue Cambon, em Paris.


Prada – 103 anos

Fundada como um local de venda de produtos de couro, por Mario Prada em Milão, a marca cresceu graças a chegada de Miuccia Prada no comando, em 1970.



Fonte:http://elle.abril.com.br

Os principais fornecedores de cada região do País

Conheça a relação dos fabricantes que se destacam por sua atuação diferenciada em vários locais


Os principais fornecedores de cada região do País

Quase 60 fornecedores com forte atuação regional. É o que você encontra nas páginas a seguir. Essas empresas ocuparam o primeiro ou segundo lugar no ranking dos melhores fornecedores em regiões específicas do País.Também obtiveram share of mind superior a 10%. Avalie quais podem ser suas parceiras para aumentar as vendas de diversas categorias.

Conheça as empresas que são destaques regionais clicando na imagem abaixo.


Fonte: http://www.sm.com.br/

Apesar do preconceito, mulheres comemoram crescimento do mercado plus size

A marceneira Fernanda Amalino Sanino, 32, cansou de passar vontade por querer comprar uma roupa e ouvir da vendedora que a peça não tinha sido fabricada no seu tamanho --ela veste manequim que varia de 48 a 52.

“O meu desejo de emagrecer vinha muito mais disso, porque eu queria usar uma roupa ou um estilo, mas não conseguia encontrar para mim”, comenta.
De uns anos para cá, no entanto, ela e outras mulheres gordinhas comemoram uma mudança significativa nesse cenário, observando na prática uma oferta muito maior de lojas que atendem ao público plus size. E mais: que oferecem peças modernas e antenadas com as principais tendências da moda.

“Eu gosto de roupas coloridas, estampadas, shorts. E hoje em dia tenho muito mais facilidade em encontrá-las”, afirma Fernanda.
Essa virada é reflexo de dois aspectos. O primeiro deles faz parte de um movimento crescente pelo fim de tabus da moda, como o de que mulheres acima do peso não podem usar listras, roupas coloridas ou que marquem o corpo.

Os próprios consultores e especialistas em moda afirmam que tudo pode, sim, desde que a pessoa se sinta bem e que respeite os seus gostos e o seu estilo. “Quem disse que não pode usar branco? Há alguns anos, a revista ‘Elle’ francesa fez uma capa com uma modelo plus size toda de branco e o resultado ficou lindo”, salienta o consultor de moda Arlindo Grund.

Brilho e listras -Katia Dornellas, 34: As saias midi e de cintura alta são tendências da estação que ficam ótimas nas mulheres plus size, segundo especialistas da moda. A cintura alta em saias ou calças flare [com a boca larga] fica bonita nos mais variados tipos de corpo, diz a professora Mayara Behlau. Os especialistas também derrubam mitos, como o de que mulheres gordinhas não podem usar peças brilhantes, metalizadas ou listradas. O legal é adaptar as tendências ao seu estilo e corpo, destaca Mayara.Descrição: Saia midi com glitter (R$ 129) e maxicolar com franjas (R$ 49,90), na Renner; blusa listrada (R$ 39,99) e tênis branco com detalhes metalizados (R$ 59,99), nas Pernambucanas; e anel acervo pessoal Robson Ventura/Folhapress

O outro aspecto é que muitos lojistas e fabricantes perceberam que esse mercado pode ser bastante lucrativo. Em meio à crise econômica, enquanto o setor de vestuário adulto de modo geral, apresentou queda na produção de 1,5%, o plus size cresceu 2,9%, segundo dados da empresa Iemi (Inteligência de Mercado). E as estimativas para este ano são de aumento ainda maior, de 8,2%.
Lojistas e fabricantes chegam a registrar crescimento de 30% a 35% nas vendas, como a marca Elegance, voltada ao público plus size. “É um mercado promissor, que ainda tem muito espaço vago”, destaca Daniel Fonseca, diretor comercial e de marketing da marca.

Marcelo Prado, diretor do Iemi, salienta que a procura por roupas plus size ainda é maior do que a oferta oferecida no mercado. “A demanda é grande e crescente, e os fabricantes só começaram a abrir os olhos para isso recente mente, como uma saída para a crise.”

Diretor executivo da ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), Edmundo Lima destaca que as grandes marcas também estão de olho nesse segmento. “Foi-se o tempo em que esses consumidores tinham opções apenas em lojas especializadas e que não acompanhavam as tendências da moda. Os investimentos do varejo na ampliação da grade de tamanhos e modelagens estão em evolução”, afirma.

O aumento do segmento plus size em lojas populares, como Lojão do Brás, Marisa, Renner, Pernambucanas e Riachuelo, atende a uma reclamação antiga desse público, que só encontrava roupas em marcas mais caras. “Há dois anos, observamos que a procura por peças plus size vem aumentando muito”, comenta Maxwelle Dutra, auxiliar de visual do Lojão do Brás.
Apesar dos avanços, as mulheres gordinhas destacam que ainda há muito a melhorar. Faltam, principalmente, opções para tamanhos acima do 52, além de lingeries e peças para academia, por exemplo.

Marcelo Prado, do Iemi, concorda. “Nós temos hoje uma população muito grande que está acima do peso, mas que se vira com roupas ajustadas em costureiras. Ainda há muita coisa produzida pelos fabricantes que não pensam nas especificidades desse setor. O público se sente rejeitado, e a maior parte não está interessada em perder peso, porque é feliz do jeito que é.”

A maquiadora Niége Benedito, 26 anos, é exemplo disso. “Passei a vida inteira tentando emagrecer e me sentindo inadequada por ser do jeito que eu sou. Em 2015, o meu pai morreu de repente, em um acidente de carro, e isso foi um divisor de águas para mim. A vida é muito curta, e eu percebi que não podia mais perder tempo me odiando.”

Como a marceneira Fernanda, ela afirma que o mercado plus size melhorou nos últimos anos. “Mas ainda tenho dificuldades na hora de comprar.” A modelo plus size e consultora de recursos humanos Katia Dornellas, 34, acredita que a moda mudou também pelo crescimento do movimento feminista e de valorização dos diferentes tipos de corpos das mulheres.

“Mas ainda enfrentamos muito preconceito. As pessoas se sentem ofendidas por a gente estar bem vestida. Qual é o problema de nós usarmos uma roupa bonita, uma transparência? O meu corpo deixa de ser bonito só porque eu sou grande? A mulher plus size pode tudo, desde que respeite o seu corpo”, destaca ela, que começou a carreira de modelo em 2014, ao participar de um concurso de Miss Plus Size. “Eu tinha muita dificuldade de me aceitar, e essa foi a forma que encontrei. A gente precisa ser feliz hoje, com o peso que tem, e não projetar a felicidade para o futuro, quando emagrecer”, destaca.

Professora do núcleo de criação da escola de moda Sigbol Fashion, Mayara Behlau concorda com Katia e destaca que a mais importante dica de moda é o autoconhecimento. “Siga o seu próprio estilo e seja criativo para adaptar as tendências ao seu corpo e ao que você gosta de vestir”, ensina a especialista.

OPORTUNIDADE

A empresária Sandra Regina Gomes, 48, é outro exemplo de mulher plus size que é feliz com o próprio corpo. “Durante muito tempo, eu quis emagrecer, mas já há alguns anos que não tenho mais essa preocupação. Eu quero curtir com a minha família. Não vou deixar de viajar e usar biquíni na praia porque estou acima do peso”, conta.

Foi a partir dessa sua percepção e de se dar conta de que havia muitas mulheres que pensavam como ela, mas não encontravam opções de roupas no mercado, que ela resolveu investir no segmento e hoje comemora o sucesso da sua loja multimarcas Miss Taylor.

“Comecei a acompanhar esse mercado em 2010 e percebi uma oportunidade de negócio. Fui estudar moda e, em dezembro de 2015, inaugurei a primeira loja, em São Bernardo do Campo [ABC]. Foi dando tão certo que me chamaram para abrir uma filial no shopping Paulista, inaugurada há oito meses e que também vai muito bem”, destaca.

“Hoje, já há bastante coisa legal no mercado, mas ainda há muito a crescer. Vejo muitas mulheres que vêm de longe porque não encontram peças adequadas em outros lugares. Fico feliz de ver que a gorda não é mais tratada como aquela pessoa relaxada”, conclui.

OS NÚMEROS DO MERCADO PLUS SIZE

No Brasil - Comparação entre 2015 e 2016
- A produção de vestuário plus size feminino cresceu 2,9% 
- Enquanto isso, o vestuário adulto em geral (*) teve queda de 1,3%
Estimativa para 2017 
- O plus size deve ter crescimento de 8,2%, com destaque para o setor feminino, com 9,3%
- Já o vestuário adulto em geral deve registrar aumento de produção de 4,7%
- Existem hoje 19.439 empresas que produzem moda feminina e 30,4% delas produzem plus size feminino
(*) Não inclui meias e acessórios.
Fonte: Estudo do Mercado Potencial de Moda Masculina, Feminina e Plus Size  2017 do Iemi  - Inteligência de Mercado

Fonte: http://www.abvtex.org.br/

Loja francesa alia elegância, modernidade e sofisticação

Localizada em Paris, a La Grande Epicerie pode servir de inspiração para os varejistas brasileiros na criação de novas soluções de compra, exposição e decoração de loja. Confira galeria de fotos


Inaugurada em 1923 em Paris (França), a La Grande Epicerie é uma loja refinada tanto no seu layout quanto nos produtos que oferece. Com 3.500 m² de área, a unidade integra o visual clássico do prédio em que está instalada e o ambiente moderno, que pode ser observado em seu interior. Por isso, é um ponto muito visitado por turistas na cidade. Já os supermercadistas podem se inspirar nessa loja de três andares e avaliar o que pode ser adaptado à sua realidade. 

O sortimento conta com cerca de 30 mil itens. Contempla os mais variados alimentos frescos e industrializados, além de um amplo mix de bebidas alcoólicas, como vinhos e destilados. A isso somam-se artigos de decoração e de presentes, entre outros. O tíquete médio da loja fica entre 70 e 90 euros (cerca de R$ 259 a R$ 333).  Para conhecer mais sobre a loja, confira a galeria de imagens a seguir. Observe o bom uso do espaço, a decoração diferenciada e as soluções criadas para atender a clientela. 


Fonte: http://www.sm.com.br/

Entenda como a Supreme virou um fenômeno

Um dos maiores fenômenos recentes do alto luxo, grife de streetwear se transformou na grande obsessão dos fashionistas em várias partes do mundo.


supreme

Em 2000, a marca de streetwear Supreme lançou uma série de camisetas e uma prancha de skate decoradas com o monograma da Louis Vuitton. A maison francesa não gostou da apropriação e exigiu legalmente que a produção fosse encerrada, e o já existente, queimado. Corta para janeiro de 2017: durante a semana de moda masculina de Paris, a mesma label de luxo apresentava sua nova, e desejadíssima, colaboração… com a Supreme.
A internet veio abaixo com discussões mil. Alguns entraram em êxtase, outros viram a parceria como uma venda barata da label. Opiniões à parte (os produtos só começam a chegar às lojas nos próximos meses), o fato é que a Louis Vuitton é apenas mais uma grife em busca do toque de midas cool da Supreme. Antes dela, Lacoste, Comme des Garçons Shirts, Vans, Nike e The North Face já haviam se juntado à marca do logo vermelho.

O motivo de tanta idolatria é um misto de hype, modelo de negócio acertado e muita coerência no discurso. “O fenômeno da Supreme e essa vontade de se associar a seu universo vem da sua autenticidade, que se manteve intacta nas mais de duas décadas de história”, diz o publicitário e skatista Arthur Bortolin, consumidor e admirador da marca.

Desde o lançamento, em 1994, foram muitas as colaborações da etiqueta de skate e streetwear – e não só com empresas de moda, mas com artistas plásticos, músicos e publicações. Porém, depois dos anos 2000, do boom das redes e mídias sociais e da atual obsessão fashion com o estilo das ruas, as parcerias ganharam toda uma nova roupagem. É que a Supreme se tornou um case de êxito. Virou sinônimo de sucesso absoluto de vendas, com filas do tipo arrasa-quarteirão (existem casos até de intervenção policial para conter multidões).

Para entender a fundo esse fenômeno, é preciso olhar para a história da Supreme e para o estado do mercado hoje em dia. Criada por James Jebbia, na Nova York dos anos 1990 – mais especificamente na Rua Lafayette, no Soho –, a loja logo se tornou um misto de clube underground, galeria de arte e ponto de encontro para skatistas e mentes criativas antiestablishment. “Essas pessoas fizeram da Supreme parte do lifestyle delas. Se encontravam na loja para andar de skate, depois iam a algum coquetel na galeria de arte que o amigo trabalhava, se infiltravam no after no apartamento de um colecionador e, quando menos esperavam, estavam bebendo com grandes nomes das artes, da moda e do cinema”, explica Arthur.

Era época de Wu-Tang Clan, das intervenções artísticas de KAWS e do longa Kids (1995), de Larry Clark, sobre adolescentes, sexo e drogas na era da aids. “Era como o próprio filme na vida real”, disse Clark, em entrevista ao The New York Times. Apesar de ter nascida focada no universo skater, a Supreme jamais se limitou a isso. A mistura com outras culturas e tribos sempre foi muito presente.


Fonte: http://elle.abril.com.br

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Reestruturação de estoque melhora fluxo de caixa

Veja o que pode ser feito para se ter um nível de produtos estocados que favoreça o capital de giro e ajude a retomar as compras adequadamente

A cascata de problemas gerada pela insuficiência de capital de giro e, em muitos casos, pelo alto endividamento das empresas continua trazendo dificuldades para o varejo alimentar. Entre as principais, mantêmse a redução das compras, que leva à ruptura principalmente de itens de alto giro; e o enxugamento equivocado do sortimento, impactando na satisfação do consumidor e, portanto, nas vendas. Apesar disso, já há redes combatendo o problema por meio da reestruturação de seus estoques. Segundo Luiz Melo, diretor de produtos e supply chain da 360ºVarejo Consultores & Associados, essa medida consiste em equalizar a quantidade de mercadorias estocadas, mantendo um sortimento adequado para o negócio, mas sem perder vendas ou gerar excedentes de produtos sem giro, o que compromete o fluxo de caixa. Atingir esse nível ideal não é uma tarefa fácil. Há muitos cuidados que precisam ser tomados nos mais diversos processos, que vão das compras do fornecedor até o produto ser adquirido pelo consumidor final nas lojas. “Falta controle sobre recebimento, pedido e troca, além de auditoria dos procedimentos”, diz Lauro Junior Bueno, diretor da consultoria Unitrier. Acompanhe a seguir alguns pontos que merecem sua atenção.


Compras no detalhe

“É preciso analisar o estoque como um todo para realizar a compra corretamente”, afirma Bueno, da Unitrier. Ele explica que, muitas vezes, a área comercial olha só a posição geral de estoque, mas não entra no detalhe das filiais. “Com isso, deixa de identificar, por exemplo, lojas em que há excesso de determinada mercadoria. Nesse caso, seria possível transferir o excedente para outra unidade em que há falta”, explica ele. “O custo de mercadoria representa cerca de 70%, em média, das despesas de um supermercado. Qualquer erro na compra tem um impacto grande no resultado financeiro do negócio”, alerta.

Mudança na negociação

Em um momento de dificuldade financeira, o mais indicado é concentrar as compras nos itens de alto giro. “Nessa hora, o varejo deve buscar ampliar o prazo de pagamento e explicar ao fabricante por que irá comprar somente os produtos de maior rotatividade”, afirma Leonardo Marques, professor de logística e supply chain do Instituto Coppead, ligado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para ele, o fornecedor tem interesse em manter o cliente. “Se houver uma relação de parceria, a indústria vai entender que o varejo voltará a comprar outros produtos futuramente. Em uma situação difícil, não faz sentido empurrar portfólio”, diz o especialista, lembrando que o fornecedor também enfrenta dificuldades semelhantes às do varejista. Marques alerta ainda para as compras de oportunidade – aquelas em que o varejista compra mais do que a demanda da loja para ter um bom desconto. “Isso vale a pena se for um produto de compra por impulso, para não superestocar o consumidor. Mas essa prática é perigosa para a margem no longo prazo”, avisa o especialista do Coppead.

Inventário e correção de dados

Realizar inventários periodicamente é importante para corrigir dados do sistema. A partir disso, a área comercial pode ajustar os volumes negociados com os fornecedores, tendo como base as reais necessidades da empresa. Segundo a Unitrier, produtos das curvas B e C podem ter inventários a cada três e seis meses, respectivamente. Já os da curva A devem ter a contagem física de produtos realizada com frequência inferior. No caso de perecíveis, como hortifrútis, o inventário deve ser semanal.


Contagem periódica
Alguns produtos de alto giro devem ter inventário realizado mensalmente. No caso de perecíveis, até semanalmente

Itens de baixo giro e prazos

Segundo Bueno, da Unitrier, o excesso de produtos de baixo giro em estoque interfere diretamente no caixa. Em geral, o varejista demora para vender, embora já tenha pago à indústria. É importante ajustar os prazos de recebimento do cliente para serem inferiores aos de pagamento aos fornecedores. Leonardo Marques, do Coppead, lembra que, na hora de eliminar itens, nem todos os de baixo giro devem ser cortados. “Existem marcas bem trabalhadas pelo fabricante, que formam a imagem da loja. Há também aqueles itens que atendem nichos específicos”, explica. Para ele, o maior problema são as mercadorias com baixo giro e baixa margem, pois conduzem à prejuízos.

Erros no controle

Equívocos nos processos internos podem gerar estatísticas erradas quanto a quantidade de produtos em estoque. Isso atrapalha a área comercial na hora da compra e eleva custos. Confira:

  • A área de recebimento aceita a carga do fornecedor mesmo com a quantidade errada. A divergência não é apontada no sistema, mantendo-se o volume do pedido original, o que distorce estatísticas e análises e, portanto, novos pedidos
  • Mercadoria bonificada não é lançada no estoque, assim como transferências de produtos entre filiais
  • O mesmo acontece quando os produtos da loja são utilizados para produção em seções como padaria e confeitaria
  • Muitos varejistas deixam de considerar a data de vencimento dos produtos no cálculo do estoque. “Essa informação nem sempre é levada em consideração no reabastecimento. Por conta disso, as perdas de mercadorias aumentam, afetando o estoque e prejudicando as vendas”, afirma Luiz Melo, da 360ºVarejo


Fonte: http://www.sm.com.br/