sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Fusão da Cnova e Via Varejo repara erros do passado


Loja do Ponto Frio no Shopping Vila Olímpia
Depois de operarem de forma separada por anos, as donas das lojas online e física da Casas Bahia e Ponto Frio irão se unir. Para analistas ouvidos por Exame.com, a união poderá corrigir uma estratégia que não fazia sentido no momento atual, de competição interna por preços e estruturas duplicadas.

A Cnova Brasil, que opera o comércio eletrônico das duas marcas e do Extra.com.br e Cdiscount.com.br, será incorporada completamente pela Via Varejo, responsável pelo varejo físico. As duas companhias estão dentro do Grupo Pão de Açúcar.

Segundo a empresa, a fusão, anunciada no começo do mês, tem potencial para criar valor para a Via Varejo e seus acionistas por simplificar a estrutura de governança.

Os analistas do BB Investimentos Maria Paula Cantusio e Victor Penna comentam, em relatório, que "não fazia sentido manter as operações separadas e conservar estruturas duplicadas, como equipe, logística, marketing e estoque para as mesmas marcas".

Além disso, as duas empresas eram concorrentes e prejudicavam uma à outra.

"A dinâmica de competição dos dois canais é diferente e a Cnova adotou uma política de preços agressiva para ganhar mercado. Canibalizava inclusive a Via Varejo", disse o analista Guilherme Assis, do banco Brasil Plural. "Não dava lucro e ainda queimava caixa".

Preços bem mais baixos para ganhar mercado no comércio eletrônico não foi uma estratégia usada apenas pelo grupo, mas permeou todo o setor nos últimos anos, afirma Ricardo Neves, sócio e líder de varejo e consumo da consultoria PwC.

No entanto, as operações de e-commerce tinham margens pequenas e não eram eficientes ou lucrativas, diz ele. Com a queda na renda e consequentemente no consumo, essa tática se tornou inviável, ainda mais dentro de um mesmo grupo, como o caso da Cnova e Via Varejo.

Nunes afirma que, hoje, a tendência é a união do físico e online. O lançamento do comércio eletrônico do Carrefour em julho é um exemplo. Além disso, a integração entre os canais tem ajudado a Magazine Luiza a se destacar.

Separadas no nascimento

As vendas físicas e online da Casas Bahia e Ponto Frio operavam de forma separada por uma decisão do francês Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar.

O plano era reunir todas operações globais de comércio eletrônico do conglomerado francês em uma mesma empresa, para ganhar com sinergias e ter mais força para negociar com fornecedores multinacionais, como Whirpool, Samsung ou Apple.

Outro motivo era valorizar as ações das empresas de comércio eletrônico na bolsa, já que os investidores tendem a encontrar mais valor em negócios do ramo se comparados a varejistas.

No entanto, a estratégia não deu tão certo, nem globalmente e nem no Brasil, explica o analista da Brasil Plural.

"Lá fora, o Casino enfrentou problemas em seu caixa e precisou vender operações no Vietnã e Tailândia, por exemplo, e a Cnova NV irá fechar o seu capital", afirma ele. "Já no Brasil, o problema foi a competição entre duas empresas do mesmo grupo".

Ano passado, a Cnova Brasil sofreu outro percalço: foram descobertas fraudes na gestão de estoques, que geraram perdas contábeis de R$ 400 milhões ao seu patrimônio.

"Há muitos desafios internos para resolver, ainda que alguns tenham sido aparentemente solucionados depois das investigações, em especial os relacionados à governança corporativa e à contabilidade", afirmam os analistas do Banco do Brasil.

Milhões em sinergia

Com a união das duas empresas no Brasil, desaparecem o conflito de interesses e a competição entre duas empresas do mesmo grupo.

Para incorporar completamente a operação da Cnova Brasil, a Via Varejo irá abrir mão de sua participação de 22% da Cnova NV, a companhia global, e ainda desembolsar uma diferença de R$ 16,5 milhões.

Entre os ganhos com a operação, estão a integração das plataformas logística e comercial das duas plataformas e a unificação de equipes.

As empresas projetam sinergias de R$ 245 milhões já em 2017 e ganhos não recorrentes de R$ 325 milhões.

Fonte: http://exame.abril.com.br/

Consumidores buscam por moda ética mas não a qualquer preço aponta pesquisa

As últimas pesquisas feitas pela Verdict, uma empresa de análises de mercado com sede em Londres, indicam que um quinto dos consumidores não aceitam pagar mais pela moda ética, enquanto que apenas 3% pagariam no máximo 21% mais caro. Os resultados são extremamente significativos pois o os custos adicionais para se produzir artigos de moda sustentável ficam em média 20% mais caros do que a moda convencional.


“Apesar da consciência crescente, o consumo ético continua a ser um nicho de mercado de moda justa, com número insuficiente de pessoas dispostas a pagar mais por roupas sustentáveis. Isso dificulta que as empresas adotem em grande escala o comércio ético”, disse Sarah Johns, analista da Verdict.

Os resultados da Verdict sugerem que os consumidores  dão grande importância as credenciais éticas, mas geralmente não estão dispostos a pagar mais por roupas e acessórios produzidos de forma ética. “Mas eles estão dispostos a pagar mais pelo estilo, qualidade, variedade e relação qualidade/preço aliada com valores éticos“, disse Sarah Johns. “Isto significa que os varejistas devem encontrar um equilíbrio entre o investimento em políticas éticas e impulsionamento das vendas.”


Os consumidores buscam uma moda ética mas não a qualquer preço aposta pesquisa stylo urbano

Os pesquisadores também descobriram que 60% dos consumidores dizem que as credenciais de ética e sustentabilidade do varejista contribuem positivamente para sua decisão de comprar roupas e calçados, apenas 15% dos consumidores dizem que não iriam comprar de um varejista se não fosse transparente sobre seu método de produção de moda. Tais achados parecem encontrar pouco incentivo para os varejistas mudarem suas práticas.

Isso é devido a cultura criada pelas grandes redes de fast fashion que acostumaram os consumidores com a gratificação instantânea de novas coleções a cada semana com roupas a preços muito baixos. Afinal, produzir em altíssima escala de qualquer jeito poluindo o meio ambiente e explorando a mão de obra barata na Ásia tem custos baixíssimos para o fast fashion.

Segundo Sarah Johns: “O ponto crucial é que a renda dos consumidores está mais baixa devido a crise econômica, e a atração de roupa produzida de forma sustentável por si só não será suficiente para fazê-los gastar mais a não ser que a marca invista em credenciais como estilo, qualidade, variedade e relação qualidade/preço aliada com valores éticos. Isso fica evidente pelo sucesso das coleções sustentáveis da H & M Conscious, Topshop Reclaim e ASOS Africa que colocam estilo e vanguarda na coleção juntamente com credenciais sustentáveis.”

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Fonte: http://www.stylourbano.com.br

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O legado da crise para o varejo brasileiro

Há um legado que ficará para as organizações que souberam interpretar e agir de acordo com as mudanças que o mercado vem exigindo.
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Desde 1994, com a estabilização da economia brasileira, o varejo vem passando por diferentes ciclos. De 1994 a 2003, tivemos o ciclo da organização, da estruturação do crédito e do início da consolidação. De 2003 a 2013, ocorreu o boom do consumo – sem dúvida, o de maior sucesso. Neste período, o varejo cresceu, em média, 2,5 vezes acima do PIB brasileiro. A partir de 2013, iniciamos um momento marcado pela maior crise econômica da história recente do Brasil: quedas bruscas nas vendas, poucas linhas de crédito para as empresas e para o consumidor, alta do desemprego, e um grave problema na confiança do consumidor e dos empresários.

Nesse ciclo marcado pela crise, entretanto, não temos apenas más notícias e prejuízos empresariais. Há um legado que ficará para as organizações que souberam interpretar e agir de acordo com as mudanças que o mercado vem exigindo: corte de custos, racionalização da rede de lojas e tomada de decisões difíceis. Em um futuro breve, olharemos para este ciclo que está se encerrando (2013/2016) como o da eficiência operacional e produtividade das empresas de varejo.

Desde o início desta fase, reduzir custos, melhorar a operação e fazer mais com menos se tornaram expressões comuns nas reuniões de diretoria das empresas do varejo brasileiro. São essas decisões que ajudarão as empresas a alcançar bons resultados assim que houver a retomada da demanda e a melhora do quadro político e econômico. Esse cenário tão esperado deve ocorrer já no final de 2016.

Para tornar esta agenda de eficiência e produtividade mais clara e prática, é importante ressaltar quatro temas relevantes para as empresas do varejo nacional:

Rupturas: A busca pela redução das rupturas aparece como um dos principais elementos de construção de valor e aumento de produtividade para o varejo. A ruptura é a perda de uma venda pela inexistência do produto no momento da compra. Essa perda de venda pode ocorrer por quatro diferentes tipos de ruptura: a de cadastro, que ocorre quando um cliente procura por um produto que a loja não oferece, que não possui em seu cadastro e que não faz parte de seu sortimento; a de abastecimento ou de compra, que se dá quando um item já cadastrado está em falta nas lojas por uma falha na compra ou no abastecimento; a de exposição, que ocorre quando um item existe em estoque, mas não está exposto na loja; e a fantasma, que consiste na perda de venda de um item cadastrado, comprado, estocado e exposto. O somatório dessa perda de venda, de acordo com estudo feito pela NeoGrid/Nielsen, pode representar até 8% do faturamento de uma loja e até quase 20% de perda de venda para a indústria. Além desse índice, o estudo realizado em 2015 apontou que 32,8% das gôndolas de supermercados estão desabastecidas.

Perdas: No varejo brasileiro, convencionamos chamar de perdas toda a diferença de inventário identificado em uma loja ao longo de um período. Em tempos de queda na rentabilidade, programas de prevenção de perdas são essenciais para buscar uma maior eficiência e produtividade no setor, já que diferentes estudos e pesquisas apontam para uma perda superior a 2% no faturamento bruto das redes de varejo brasileiras. Um programa consistente de prevenção de perdas cobre as quatro principais origens do problema: furto externo, furto interno, erros operacionais e erros administrativos. O combate às perdas no varejo requer um equilíbrio entre tecnologia, processos e pessoas.

Custo operacional: Um elemento que tem gerado competitividade para diferentes formatos de varejo é o baixo custo operacional. O custo operacional de uma loja é formado pela soma de todos os gastos diretos da loja, ou seja, pessoal, aluguel, energia, água, segurança, embalagens etc. No segmento de alimentos, o Cash & Carry, atacado de autosserviço, é um exemplo de formato que, pelo baixo custo operacional, vem ganhando mais participação de mercado. Em outros segmentos, podemos destacar o e-commerce como um canal de varejo de baixo custo operacional e que tem conquistado espaço no bolso dos brasileiros.

Desde o início desta fase, reduzir custos, melhorar a operação e fazer mais com menos se tornaram expressões comuns nas reuniões de diretoria das empresas do varejo brasileiro.
Gestão de pessoas: Um estudo global realizado recentemente pela organização The Conference Board e divulgado pela Folha de São Paulo mostrou que são necessários quatro trabalhadores brasileiros para produzir o mesmo que um americano. Diante dessa triste estatística, precisamos arregaçar as mangas e promover mudanças.

Um processo de contração mais cuidadoso, investimentos em treinamento e processos, e um Recursos Humanos mais estratégico são alguns dos caminhos – longos, mas possíveis – para ganhar mais produtividade na gestão de pessoas do varejo brasileiro.

O grande desafio é dar praticidade a essa agenda e garantir sua rápida execução.

Portanto, para que uma empresa de varejo atinja indicadores mais produtivos e eficientes, é preciso estabelecer uma agenda focada prioritariamente nos quatro elementos estratégicos citados. Dessa forma, olharemos para este ciclo em que estamos como um período que deixou um bom legado para as empresas, preparando-as para competir em um mercado complexo e desafiador.

Fonte: Artigo publicado originalmente na Revista Varejo SA

O varejo do futuro sem esquecer a análise do presente

Sendo um dos setores mais dinâmicos e importantes da economia brasileira, é inexorável a capacidade do comércio e do varejo de se reinventar.
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Sendo um dos setores mais dinâmicos e importantes da economia brasileira, é inexorável a capacidade do comércio e do varejo de se reinventar. Mesmo em um momento de fragilidade no poder de compra dos consumidores, há uma busca por criar ou renovar modelos já presentes, acompanhando o ritmo de crescimento, de modo a atrair novos interessados.

Para ter uma ideia da importância do comércio e do varejo no País, o IBGE divulgou recentemente a sua Pesquisa Anual do Comércio. O levantamento mostrou como o setor avançou nos últimos anos. Em 2014, o comércio brasileiro movimentou R$ 3 trilhões, o que representa mais de 50% de tudo o que gira na economia brasileira. O dado relevante mostra a participação do varejo. Em 2007, a parcela varejista dentro do comércio era de 39,8%. Em 2014, esse percentual passou para 43,4%. O aumento foi significativo.

Como o varejo e seus players podem interpretar esse crescimento e como trabalhar melhor para entender esses novos consumidores? Esse foi um dos muitos questionamentos levantados em um evento recente com protagonistas do ecossistema varejista no País. O Latam Retail Show, realizado no final do mês de agosto em São Paulo, propôs dissecar esse novo momento do varejo no País, seja ele eletrônico ou tradicional.

Assim como o número de consumidores aumentou, houve também um significativo avanço tecnológico. Uma palavra passou a caracterizar o comportamento desse público: mobile. E como consequência, as estratégias dos varejistas passaram a ser definidas a partir desse dispositivo móvel. A conclusão, portanto, é que não há mais distinção entre o on-line e o off-line. O consumidor é um só, e ele já é omnichannel.

O desafio agora é como entender o comportamento desse novo consumidor e se aproximar dele. Muito tem sido apresentado sobre o mobile como elo da experiência do usuário com o varejo, no que diz respeito a atendimento personalizado, experiências sensoriais e comodidade. A Loja do Futuro, apresentada no Latam Retail Show, nos deu uma leve amostra do que está por vir. A chamada Experiência 5.0 é olhar para o futuro do varejo.

Porém, não podemos nos esquecer do momento atual. O consumidor exige ser entendido e não pede tempo. Hoje, ferramentas de analytics ajudam o varejista a entender os momentos do consumidor dentro e no entorno de sua loja, e assim como essas informações são base para as decisões no varejo eletrônico, o mercado off-line também percebeu que o uso dessas informações é fundamental para seu negócio.

E nesse momento de crise, quando muito se fala sobre como aumentar a taxa de conversão e diminuir os custos operacionais, o uso de métricas no varejo tradicional se torna essencial. Contagem de visitantes, taxa de atratividade, fluxo de vitrines, tempo de visitação, tempo de permanência e frequência com que o cliente volta a loja e, principalmente, taxa de conversão. Não é precisa olhar para o futuro para saber essas informações. Elas já estão no presente.

Com dados qualificados é possível direcionar melhor as ações de marketing. Em momentos de desaceleração da economia e, consequentemente, da intenção de compra do consumidor, otimizar a gestão se torna mais do que necessário. O varejista precisa conhecer o consumidor do presente antes de olhar para o futuro.

Autor:Vicente Rezende
Fonte:http://onegociodovarejo.com.br/

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Supermercados com carrinhos sujos serão multados em SP

A nova lei entra em vigor a partir de hoje (21/9) na cidade paulista

Hipermercados, supermercados e atacadões do município de São Paulo agora podem ser advertidos ou multados se disponibilizarem carrinhos e cestos de compras sujos aos consumidores. A medida foi criada por meio da Lei nº 16.545, publicada no Diário Oficial do Município desta quarta-feira (21/9).

De acordo com a Lei nº 13.725, de 9 de janeiro de 2004 – Código Sanitário do Município de São Paulo — a multa por infração sanitária vai de R$ 100,00 a R$ 500 mil.

Fruto do Projeto de Lei nº 70, de 2016, do vereador Dalton Silvano (Democratas), a norma determina que carrinhos e cestos devem ser mantidos sempre limpos e higienizados. A nova lei entra hoje (21/9) em vigor.

Fonte: Valor Econômico

ROUPAS ILEGAIS MOVIMENTAM R$ 600 MILHÕES EM SÃO PAULO

Contrabando, pirataria e roubos de cargas abastecem um mercado paralelo milionário, mostra estudo inédito realizado pela Fiesp com nove setores.

O mercado ilícito de roupas movimentou pelo menos R$ 616,05 milhões, apenas em São Paulo, em 2015. Desse total, 86,4% são mercadorias que chegam a São Paulo vindas de fora do Brasil, sobretudo da China e do Paraguai. A origem desses bens passa pelos crimes de contrabando, pirataria, descaminho, roubos de carga, entre outros. Além da perda de receita, as empresas alvos de crimes como contrabando e pirataria acumulam prejuízo pela desvalorização de suas marcas.

A análise de perdas com o crime no setor de vestuário para a indústria paulista faz parte da primeira edição do Anuário de Mercados Ilícitos Transnacionais em São Paulo, desenvolvido pelo departamento de segurança da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) concentrando as análises em nove setores: além de roupas, inclui alimentos, automotivo, brinquedos, eletrônicos, higiene, medicamentos, químicos e tabaco. O valor do mercado ilícito de vestuário representa 3,3% das perdas estimadas para a indústria paulista como um todo.

Segundo a publicação, em 2015, a produção ilícita está estimada em R$ 13,26 bilhões, praticamente o mesmo valor apurado em 2014 (R$ 13,24 bilhões). Mas, em cinco anos dobrou o valor, aponta Ricardo Lerner, vice-presidente da Fiesp. Em 2010, eram R$ 6,71 bilhões. A Fiesp chegou a esse valor usando dados oficiais apurados junto à Receita Federal do estado e com a polícia, tendo por base mercadorias confiscadas. “Por isso, digo que esses números são bem conservadores porque só temos os casos confiscados. O mercado é maior”, afirma o dirigente.

As três principais perdas e que estão nos setores de tabaco (R$ 4,35 bilhões), automotivo (R$ 3,49 bilhões) e de eletrônicos (R$ 1,47 bilhões). Na avaliação de Lerner, os incentivos para a existência e a manutenção de um mercado ilícito tão extenso são a combinação de penas brandas e lucro alto.

PRÓXIMAS FASES
O Anuário serve para jogar luz a um problema crescente, avalia a Fiesp. A intenção é evoluir com esse trabalho. Ao longo do ano, a expectativa é lançar relatórios trimestrais com análises mais aprofundadas sobre cada setor, explica João Henrique Martins, consultor da Fiesp para esse trabalho, prevendo o primeiro relatório setorial até o final do ano. No de vestuário, por exemplo, a intenção é conseguir verificar a composição do mercado ilícito, se movimenta mais produtos populares ou de luxo, por exemplo, diz o consultor.

As próximas edições do estudo também deverão contemplar o prejuízo causado com a produção das fábricas ilegais nos nove setores.

VITIMIZAÇÃO DA INDÚSTRIA
O Anuário contempla ainda os resultados da primeira pesquisa em torno dos reflexos da violência cometida contra a indústria. Com amostra de 345 empresas de diferentes portes, a pesquisa constatou que 46,7% das indústrias do estado foram vítimas de algum tipo de crime, em sua sede ou no transporte de produtos, nos últimos 12 meses. E quase 29% delas desistiram de ações empreendedoras, como expansão ou lançamento de produtos, em função da criminalidade.












Fonte: http://gbljeans.com.br/noticias_view.php?cod_noticia=7131

terça-feira, 20 de setembro de 2016

A indústria do fast fashion pode ser ética?

A indústria do fast fashion pode ser ética Stylo Urbano-1

O modelo de negócio “fast fashion” se baseia em produzir novos estilos de moda rápida e barata que podem ser facilmente descartados. Isto é extremamente rentável para grandes marcas e atraente e acessível para todas as classes sociais de consumidores, mas também é insustentável e dispendioso para as pessoas e para o planeta. O que as maiores redes internacionais de fast fashion como H & M, Zara, Uniqlo, Topshop e Forever 21 estão fazendo para mudar sua reputação de promover um sistema de consumo e produção insustentável?

Não há dúvidas de que as redes de fast fashion tornaram a moda mais democrática devido ao seu sistema altamente eficiente de produção feita em larga escala em países asiáticos que possibilitou a todas classes sociais, principalmente as classes C e D, pudessem comprar roupas bonitas, baratas e “na moda” por baixo preço e com enorme variedade. Esse é um feito impressionante mas infelizmente causou também graves efeitos colaterais que descreverei a seguir.

O problema

O fast fashion tem sido comparado ao fast food por ser fácil, barato e cheio de aditivos mas não é necessariamente bom para o meio ambiente. O problema fundamental com o sistema de fast fashion é o seu modelo de negócios de baixa qualidade e alta rotatividade. As roupas e acessórios são projetados para ficar fora de moda rapidamente ou simplesmente se desgastar, para assim serem substituídos constantemente.

Há grandes problemas associados ao fast fashion pela enorme pressão de produzir de forma barata e rápida em fábricas terceirizadas em países asiáticos. O site americano Newsweek fez uma matéria completa sobre o fast fashion que você pode acessar aqui.

Locais de trabalho inseguros

Em abril de 2013, 1.123 trabalhadores morreram e centenas de outros ficaram feridos em Bangladesh quando a fábrica Rana Plaza desabou. Essa tragédia expôs ao mundo, principalmente através das redes sociais, onde, como e por quem as roupas baratas das grandes redes de fast fashion são fabricadas.

O desastre do Rana Plaza foi um “divisor de águas” na indústria da moda pois serviu para impulsionar internacionalmente eventos, organizações e marcas de moda ética e sustentável. Foi a partir desse evento que surgiu o movimento “Fashion Revolution”. Veja mais aqui.

Violação dos direitos humanos

Há vários relatos de trabalho forçado e infantil sendo usado em campos de algodão na China, Índia, Paquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Burkina Faso, Benin, Cazaquistão e Tajiquistão. Muitas fábricas fornecedoras não pagam os trabalhadores com um salário digno. O relatório Free2Work 2015 constatou que das empresas investigadas, pouquíssimas foram capazes de pagar um salário digno que cobrisse as necessidades básicas. Veja mais aqui e aqui.

Poluição química

Uma série de investigações do Greenpeace encontrou produtos químicos perigosos (incluindo NPEs e corantes causadores de câncer) nas águas residuais provenientes de fabricantes de têxteis na China. Estes produtos químicos continuam a poluir as fontes de água pois são despejadas diretamente nos rios que cortam as cidades sem nenhum tipo de tratamento e acabam envenenando a população. Veja aqui e aqui.

Pegada de carbono e uso da água

A indústria da moda global tem uma grande pegada de carbono, emitindo milhões de toneladas de dióxido de carbono a cada ano. Grandes quantidades de água também são utilizadas nas plantações de algodão convencional e produção de poliéster virgem, além é claro dos processos ineficientes de tingimento de tecidos. São necessários 2.700 litros de água para fazer uma única camiseta de algodão.

Tudo parece tão indiscutivelmente insustentável, o que levanta a questão: poderia as marcas de fast fashion se tornarem realmente amigas do ambiente, mantendo a sua filosofia de produção rápida e barata?

Algumas soluções?

Nos últimos anos tem surgido várias tentativas para resolver estes problemas, entre elas estão:

O Bangladesh Accord é um acordo legalmente vinculativo que requer que as marcas garantam condições seguras de trabalho nas fábricas de fornecedores;
A Ethical Trading Initiative fornece um código de conduta para que os fornecedores eliminem o trabalho forçado infantil e o trabalho escravo;
A campanha Detox do Greenpeace avalia o comprometimento das marcas para remover todos os produtos químicos perigosos dos seus produtos e do processo de fabricação.
O Sourcing Network faz com que as empresas se comprometam a não comprar algodão do Uzbequistão, até que o governo corrupto do país pare com a absurda imposição de forçar adultos e crianças a trabalharem durante a colheita de algodão.
Mas quais redes de fast fashion estão adotando estas soluções para tornar seu sistema de produção mais ético e sustentável?


A indústria do fast fashion pode ser ética Stylo Urbano-2



A Uniqlo, H & M e Zara são as maiores redes e fast fashion do mundo e também as que mais estão investindo na tentativa de melhorar o seu impacto sobre as pessoas e o planeta. Mas a TopShop e a Forever 21 tem um longo caminho a percorrer para tornar sua cadeia de produção mais sustentável, ética e transparente.

Quando você for comprar dessas redes de fast fashion, lembre-se que algumas marcas são escolhas melhores do que outras. O post “H&M e Zara – As gigantes do fast fashion que mais investem em sustentabilidade” mostra o que essas duas empresas estão fazendo para melhorar seu sistema de produção. O Moda S/A da Globo News fez um interessante vídeo de como funciona o fast fashion.

Fonte: http://www.stylourbano.com.br/a-industria-do-fast-fashion-pode-ser-etica/

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Cientistas criam tecido que te deixa "fresquinho" nos dias de calor


Quem nunca ouviu a frase "no inverno as pessoas se vestem melhor"? Os seres humanos aprenderam a usar as peles e criaram tecidos para enfrentar a temporada de frio, mas e quanto aos dias de calor? Que roupa usar para ficar confortável nos dias quentes e úmidos?

Engenheiros da Universidade Stanford (EUA) decidiram encontrar uma solução e desenvolveram uma matéria-prima à base de plástico, que, se usada em tecidos, pode resfriar o corpo muito mais rápido do que qualquer outro pano já feito. O resultado foi publicado nesta quinta-feira (1º) na revista Science.

O corpo humano emite calor na forma de radiação infravermelha --por isso os cobertores não nos deixam mais quentes, eles apenas ajudam a guardar esse calor perto da pele. E por isso também que os óculos de visão noturna que captam essa radiação térmica conseguem nos enxergar.

O tecido desenvolvido pelos engenheiros esfria deixando que o suor evapore através do pano, algo que as matérias comuns já fazem, porém ele também permite que o calor emitido como radiação infravermelha não fique acumulado, mas atravesse o "tecido de plástico".

Do que é feito?

Os pesquisadores misturaram nanotecnologia, fotônica (ciência da luz) e química para dar ao polietileno – aquele plástico que usamos para enrolar objetos na cozinha – as características de um tecido capaz de fazer a radiação térmica, o ar e o vapor de água atravessarem a matéria, mas permanecerem opacos à luz.

Os cientistas decidiram experimentar uma variante do plástico comum, usado na fabricação de baterias. O material foi modificado com produtos químicos para permitir que as moléculas de vapor de água pudessem evaporar através de nanoporos, fazendo o plástico respirar como uma fibra natural.

A pesquisa levou a uma matéria de folha única, que reunia critérios básicos para um tecido de refrigeração. Para tornar o material mais parecido com um tecido para roupas, eles criaram uma versão de três camadas: duas folhas de polietileno tratadas, separados por uma malha de algodão. Isso garantiu resistência e espessura.

Os cientistas então compararam o potencial de refrigeração da matéria de três camadas e do tecido de algodão. As amostras, de espessura comparável, foram colocadas em superfície tão quente quanto a pele humana nua.

O tecido de algodão deixou a superfície 3,6º mais quente do que a matéria criada pelos pesquisadores.
Uma diferença, que segundo eles, pode afetar a decisão de ligar ou não o ventilador ou ar condicionado. 

Se você pode esfriar as pessoas ao invés dos edifícios onde elas trabalham ou vivem, vai poupar energia

Yi Cui, professor associado de ciência de materiais e engenharia de fótons da Universidade Stanford

Os pesquisadores estão estudando como dar outras cores e texturas ao material produzido e formas de adaptá-lo para a criação de mais produtos.

"Se você quiser fazer material têxtil, precisa ser capaz de produzir em grandes quantidades e a um custo baixo", disse Cui.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia

Fusão da Cnova e Via Varejo repara erros do passado

Loja do Ponto Frio no Shopping Vila Olímpia
Depois de operarem de forma separada por anos, as donas das lojas online e física da Casas Bahia e Ponto Frio irão se unir. Para analistas ouvidos por Exame.com, a união poderá corrigir uma estratégia que não fazia sentido no momento atual, de competição interna por preços e estruturas duplicadas.

A Cnova Brasil, que opera o comércio eletrônico das duas marcas e do Extra.com.br e Cdiscount.com.br, será incorporada completamente pela Via Varejo, responsável pelo varejo físico. As duas companhias estão dentro do Grupo Pão de Açúcar.

Segundo a empresa, a fusão, anunciada no começo do mês, tem potencial para criar valor para a Via Varejo e seus acionistas por simplificar a estrutura de governança.

Os analistas do BB Investimentos Maria Paula Cantusio e Victor Penna comentam, em relatório, que "não fazia sentido manter as operações separadas e conservar estruturas duplicadas, como equipe, logística, marketing e estoque para as mesmas marcas".

Além disso, as duas empresas eram concorrentes e prejudicavam uma à outra.

"A dinâmica de competição dos dois canais é diferente e a Cnova adotou uma política de preços agressiva para ganhar mercado. Canibalizava inclusive a Via Varejo", disse o analista Guilherme Assis, do banco Brasil Plural. "Não dava lucro e ainda queimava caixa".

Preços bem mais baixos para ganhar mercado no comércio eletrônico não foi uma estratégia usada apenas pelo grupo, mas permeou todo o setor nos últimos anos, afirma Ricardo Neves, sócio e líder de varejo e consumo da consultoria PwC.

No entanto, as operações de e-commerce tinham margens pequenas e não eram eficientes ou lucrativas, diz ele. Com a queda na renda e consequentemente no consumo, essa tática se tornou inviável, ainda mais dentro de um mesmo grupo, como o caso da Cnova e Via Varejo.

Nunes afirma que, hoje, a tendência é a união do físico e online. O lançamento do comércio eletrônico do Carrefour em julho é um exemplo. Além disso, a integração entre os canais tem ajudado a Magazine Luiza a se destacar.

Separadas no nascimento

As vendas físicas e online da Casas Bahia e Ponto Frio operavam de forma separada por uma decisão do francês Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar.

O plano era reunir todas operações globais de comércio eletrônico do conglomerado francês em uma mesma empresa, para ganhar com sinergias e ter mais força para negociar com fornecedores multinacionais, como Whirpool, Samsung ou Apple.

Outro motivo era valorizar as ações das empresas de comércio eletrônico na bolsa, já que os investidores tendem a encontrar mais valor em negócios do ramo se comparados a varejistas.

No entanto, a estratégia não deu tão certo, nem globalmente e nem no Brasil, explica o analista da Brasil Plural.

"Lá fora, o Casino enfrentou problemas em seu caixa e precisou vender operações no Vietnã e Tailândia, por exemplo, e a Cnova NV irá fechar o seu capital", afirma ele. "Já no Brasil, o problema foi a competição entre duas empresas do mesmo grupo".

Ano passado, a Cnova Brasil sofreu outro percalço: foram descobertas fraudes na gestão de estoques, que geraram perdas contábeis de R$ 400 milhões ao seu patrimônio.

"Há muitos desafios internos para resolver, ainda que alguns tenham sido aparentemente solucionados depois das investigações, em especial os relacionados à governança corporativa e à contabilidade", afirmam os analistas do Banco do Brasil.

Milhões em sinergia

Com a união das duas empresas no Brasil, desaparecem o conflito de interesses e a competição entre duas empresas do mesmo grupo.

Para incorporar completamente a operação da Cnova Brasil, a Via Varejo irá abrir mão de sua participação de 22% da Cnova NV, a companhia global, e ainda desembolsar uma diferença de R$ 16,5 milhões.

Entre os ganhos com a operação, estão a integração das plataformas logística e comercial das duas plataformas e a unificação de equipes.

As empresas projetam sinergias de R$ 245 milhões já em 2017 e ganhos não recorrentes de R$ 325 milhões.

Fonte: exame.abril.com.b

domingo, 4 de setembro de 2016

A má reputação do algodão egípcio

Os estilhaços do escândalo que abalou o negócio e a reputação da Welspun India Ltd., a maior produtora indiana de têxteis-lar, nomeadamente lençóis e toalhas, podem vir a atingir o prestígio do algodão egípcio.

A 19 de agosto, a Target Corp. informava que 750 mil lençóis da Welspun, supostamente de algodão egípcio e com um preço premium, foram feitos com outro tipo de algodão. Como resposta, a Target cortou a Welspun como fornecedor, privando de imediato a empresa de cerca de 90 milhões de dólares (aproximadamente 80,7 milhões de euros) em vendas anuais, ou cerca de 10% da sua receita total. Outros clientes da Welspun, incluindo o Wal-Mart Stores Inc., Bed Bath & Beyond Inc. e a J. C. Penney Co. estão também a fazer as suas próprias investigações.

A Welspun fez mea culpa, noticia a Bloomberg. «Houve uma falha da nossa parte», lamenta o diretor Rajesh Mandawewala. «O erro está do nosso lado, por isso temos de assumir a responsabilidade», acrescenta, sublinhando que o sucedido foi um problema de origem da fibra e não de qualidade do algodão.

Legalmente, o “algodão egípcio” significa exatamente o que diz. Não é necessariamente o melhor, o mais suave ou o mais forte. Há, apenas, a garantia de que é cultivado no Egito.

O Egito é, desde o século XIX, reconhecido pelo seu algodão de fibra longa ou extralonga, contudo, este algodão é responsável por apenas cerca de 2,5% do consumo mundial.

As fibras mais longas fazem fios mais fortes, mais suaves, e o selo de garantia “algodão egípcio” faz com que o produto pareça especial, como o couro marroquino ou o perfume francês.

Mas são as fibras longas, e não um atributo exclusivo do solo ou do clima egípcio, que fazem com que o algodão seja melhor.

Nem todo o algodão egípcio é de fibra longa e nem todo o algodão de fibra longa é produzido no Egito.

Na verdade, sublinham os analistas, os agricultores egípcios estão a diminuir a área cultivada dedicada a produzi-lo, porque a procura por fibras curtas e médias é maior.

No ano passado, a produção de algodão egípcio caiu mais de 50% em resposta às políticas do governo, com quase toda a área cultivada perdida anteriormente dedicada a culturas de fibra longa.

Atualmente, os EUA já ultrapassam o Egito como maior produtor mundial de algodão de fibra longa, conhecido localmente como Pima, com uma quota de exportação reservada, inclusivamente, para o Egito.

De acordo com um relatório de março do Foreign Agricultural Service do Departamento de Agricultura dos EUA, o algodão egípcio de fibra extralonga «não é adequado ao fabrico da maioria dos tecidos produzidos no Egito, uma vez que grande parte dos fios produzidos requer algodão de fibra curta e média. Mesmo aqueles que fabricam fios com algodão de fibra extralonga escolhem a variedade Pima como alternativa melhor, devido à sua maior qualidade».

Desde 1954, os produtores de algodão norte-americanos oferecem também a sua própria garantia de qualidade, utilizando a tipologia Supima para indicar não só a proveniência, mas que se trata de algodão de fibra extralonga.

Fonte:http://www.portugaltextil.com/

H&M É ACUSADA DE EMPREGAR ADOLESCENTES DE 14 A 17 ANOS


Foto: Divulgação
Eles cumpririam uma carga horária de mais de 12 horas por dia

Uma das maiores redes de fast-fashion do mundo, a H&M é acusada de empregar adolescentes de 14 a 17 anos, que teriam uma jornada de trabalho com mais de 12 horas por dia nas fábricas da República de Myanmar.

Segundo os autores do livro Fashion Slaves,  Moa Kärnstrand e Tobias Andersson, a marca suíça emprega menores desde 2013. A dupla conversou com jovens de 15 anos que confirmaram a existência da jornada extensa nas fábricas Myanmar Century Liaoyuan Knitted Wear e Myanmar Garment Wedge.

De acordo com a empresa, medidas já foram tomadas. Em depoimento ao The Guardian, a etiqueta defende as suas ações: “Quando um jovem de 14 a 18 anos está trabalhando, não é um caso de trabalho infantil. De acordo com as leis internacionais do trabalho, é importante para região empregar cidadãos nessa faixa”.

O local tem causado preocupação devido às poucas condições trabalhistas. Em 2015, o governo aprovou o salário mínimo de 3.600 Kyat (cerca de US$ 2,80) para oito horas de trabalho – “um dos mais baixos do mundo”, resumiu a publicação.

by Eduardo Rolo
Fonte: http://harpersbazaar.uol.com.br/moda