quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Caso Americanas (AMER3) vira desafio extra para as varejistas em 2023

Profissionais do mercado apontam que há um longo caminho para a retomada do consumo e queda da inflação nos próximos meses


As empresas ligadas diretamente ao consumo da população deverão ter mais um ano difícil para seus negócios e em um contexto ainda mais desafiador do que o visto há um ano. Se até meses atrás a expectativa era de um alívio nos juros e desaceleração da inadimplência, agora a tendência é de continuidade no esmagamento das margens das varejistas ao menos nos dois primeiros trimestres.


A incerteza fiscal, que fez subir novamente a curva de juros futuros, indicando um aperto monetário mais longo do que o estimado, bem como o abalo de confiança causado pelo escândalo contábil da Americanas (AMER3), que deve aumentar o prêmio no custo de capital das empresas, são os principais desafios, na avaliação de profissionais de mercado ouvidos pelo InfoMoney.


Desde o início do aumento da taxa Selic, no primeiro trimestre de 2021 e que levou o índice de 2% para 13,75% ao ano, o setor de consumo viu a inadimplência disparar a níveis recordes e o custo de capital cada vez maior, tendência que segue neste início de 2023.


“O cenário desafiador [para o consumo] continua. Há uma proporção muito grande de famílias endividadas que não há como diminuir do dia para a noite, não existe bala de prata”, avalia a economista Izis Ferreira, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).


“A inadimplência vem crescendo desde o fim de 2021 e é difícil estimar uma restauração da capacidade de consumo no curto prazo”, explica Ferreira.


Em 2022, a cada 100 famílias, 78 se endividaram, segundo pesquisa da CNC. É o recorde de uma série anual iniciada em 2010. O crescimento do endividamento entre 2021 e 2022 foi de 7 pontos percentuais (de 70,9% para 77,9%) , sendo o quarto consecutivo e o maior já observado na pesquisa.


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