sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Walmart deve inaugurar cinco lojas no Nordeste

Segundo Guilherme Loureiro, presidente da rede, serão abertos cinco hipermercados da bandeira Todo Dia, com foco em preço baixo. Saiba mais nesta entrevista

O ano passado foi de reestruturações para o Walmart. A rede freou investimentos em expansão e terminou 2014 com as mesmas 544 unidades de 2013. Registrou queda real de 2,1% no faturamento bruto, que alcançou R$ 29,6 bilhões. Mas o ano passado também foi marcado por iniciativas que visavam ganhos em produtividade e redução de custos. Agora, com a lição de casa já encaminhada, a rede volta investir em abertura de lojas. O foco principal é o Nordeste, onde já abriu um hipermercado neste ano e pretende inaugurar mais cinco com a marca Todo Dia. A informação foi dada por Guilherme Loureiro, presidente da companhia no Brasil, ontem (24/8), durante o evento Latam Retail Show, promovido pela consultoria GS&MD, em São Paulo. Segundo Loureiro, a bandeira Todo Dia de hipermercados é dirigida principalmente ao público das classes C, D e E e estará localizada em bairros distantes dos grandes centros. O formato prioriza preços baixos, tem custo menor de operação e variedade de até 4.000 itens no sortimento. “É um modelo entre o ‘soft e hard discount’. Estamos felizes com os resultados da primeira filial até agora”, afirmou o executivo. “Precisamos vender mais barato e esse é um formato que permite isso.” Confira os principais trechos da entrevista.

Custos e integração de lojas

Há dois anos, passamos por um forte processo de redução de despesas no Brasil. Fizemos, por exemplo, a revisão de toda logística, cujo custo é muito alto. Também visando maior eficiência, iniciamos a integração de sistemas de tecnologia em todas as lojas do País. Já concluímos a tarefa no Sul. No Nordeste, integramos mais de 20 unidades e devemos finalizar o processo no segundo semestre do ano que vem.

Hipermercados

O formato sofre um pouco mais com a falta de dinheiro do consumidor. Ele vai a essas lojas se abastecer no início do mês, mas no final só tem recursos para fazer a reposição do básico. Por conta disso, o consumidor faz a compra picada no pequeno varejo, pois no grande ele pode cair na tentação de gastar mais.

Fechamento de lojas

Neste ano, não fechamos lojas. Mas isso acontece no varejo independente de crise. Afinal, não acertamos em tudo o que abrimos. A loja demora alguns anos para maturar e, por isso, de tempos em tempos, é preciso fazer uma revisão. Embora fechar uma filial não seja barato, é sempre melhor reconhecer o erro e voltar atrás. O que acontece é que, em um momento de crise, o varejo costuma fazer mais análises. Mas essas avaliações não podem se pautar na crise. A loja deve fechar porque não tem o público esperado.

Preço Baixo Todo Dia

O mercado brasileiro está aprendendo a trabalhar no conceito Preço Baixo Todo Dia. Por exemplo: quando um fornecedor acha que está vendendo pouco, faz uma promoção. Mas ele precisa desenhar essa ação para o nosso formato. Se ele não pensar no Walmart, vai fazer uma ação que só serve para os outros. Nos últimos três anos, começamos um trabalho forte de Preço Baixo Toda Dia para os fornecedores mais importantes entenderem como ele funciona e para saber como algumas dessas promoções podem ser aproveitadas dentro desse modelo.

Pressão dos fornecedores

Tem havido bastante pressão, o que é natural, pois os custos dos fornecedores são dolarizados. Quando o dólar aumenta, eles não conseguem segurar. Nosso papel é postergar o máximo possível os repasses e minimizar o impacto.

Natal

Alguns produtos já foram comprados em setembro e outubro do ano passado. Caso dos importados. O Natal é uma época de boas vendas, mas será preciso apostar nele com cuidado. Há produtos nacionais que ainda estamos avaliando como será o movimento. Mas não será um Natal fácil com o dólar atual.


Comércio online 

Em 2008, lançamos o comércio eletrônico no Brasil, mas chegamos à conclusão de que era necessário separar os negócios físicos e eletrônicos. Acreditamos que no futuro o consumidor utilizará os dois canais. Ele, às vezes, quer comprar na loja física e, em outro dia, prefere o online, recebendo o produto em casa. Mesmo na crise, o e-commerce cresce dois dígitos e vai continuar assim. No site do Walmart, recebemos 15 milhões de visitas por mês. Já sabemos que 30% dos clientes que vão às lojas físicas buscar os produtos que compraram pela internet acabam adquirindo outros itens na loja.

Fonte: http://www.sm.com.br/

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