sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Latam Retail Show - 25/08/15

Em continuação, compartilho aqui alguns momentos dos Fóruns/Paletras que pude acompanhar:

Dia 25/08/15


Palestra: Crises, dilemas e aprendizados

Abílio Diniz / Presidente do Conselho de Administração da BRF e membro do Conselho de Administração do Carrefour

Destacou o impacto na economia chinesa. Momento onde o consumidor não quer comprar.
Na década de 90 o Pão de Açúcar parecia estar desaparecendo, mencionou também que o impacto de sua saída do Pão de Açúcar após 50 anos, porém com a visão que a empresa era um negócio que não podia parar. Saiu para BRF e logo em seguida uma atuação forte no Carrefour.
O que estamos vivendo agora não é nem se longe o pior momento histórico, destaca como pior crise a década de 80. Em 89/90 com o fim do período militar, ainda havia o impacto da inflação.
O que temos hoje é um resultado de crise não só Econômica como também Política.
Somente união do povo Brasileiro será possível uma mudança!

Crise:
·         Aprendizado
·         Espírito de sobrevivência
·         Olhar a crise como um todo (visão macro)
·         Não reclame ou culpe da crise
·         Não culpe os outros (olhe pro espelho e não pra janela)
·         Saiba antecipar para sair mais forte
·         Saída crise com planos
·         Não tome decisões a noite ou antes do tempo - pondere sobre tudo
·         Em chinês Crise significa perigo e oportunidade

O Brasil é mais forte que suas crises e seus governantes!!!!

Destacou que até junho o Carrefour cresceu 6%

Perguntas:
Cátia Simões do Valor Econômico
Qual a visão sobre MPE na crise?
Resp.: Não é porque é pequeno que você esteja descapitalizado, você pode estar bem preparado, todos devem ter uma boa gestão.

Fernanda de lá Rosa - Frecomercio
Projeções mostram retomada em 2016, qual o momento que isso poderá ocorrer?
Resp.; Não tenho como prever, mas há indicações, pois a crise é muito mais política, impactando na confiança da população. Somente com investimento podermos crescer!

Artur da Gouveia de Souza
O que falta pro meio público fazer acontecer?
Precisamos parar de criticar os governantes, claro que a corrupção deve ser atacada, mas isso não é exclusividade nossa, a exemplo da china. Paciência e olhar o que nós podemos fazer para ajudar, até porque quem elegeu os governantes fomos nós.

Paula do Iguatemi
Na crise a varias ações diferentes, qual a povoação sobre inovação ou não na crise?
Resp.: Minha atuação com grupo de investimentos mostra que há uma extrema cautela, porém há um olhar sobreinovação tendo como base o que está acontecendo no mundo e não ao redor.
Cópia também permite inovar, cabe cada um avaliar o risco de quanto podemos inovar sem copiar.

Hugo
Qual o caminho da união de toda a cadeia em busca da governabilidade?
Resp.: Sou apenas um empresário "vendedor de frango", mas com a voz que adquiri vou continuar falando que precisamos nos unir. O pensamento deve ser coletivo, mas temos que investir, gerar emprego e administrar bem a empresa é que vai contribuir para o pais, mas o pais de forma geral deve ser mais produtivo. Isso se da com investimento, gestão e capacitação.
Estamos preocupados e capacitar, todos sabem o que deve ser feito e qual a melhor forma?
Se isso for feito o salto será mais alto, temos de ser competitivos.


Palestra
Fernando Henrique Cardoso / Ex-presidente da República
A época da inflação era mais prejudicial ao pobre, pois este não podia guardar e a empresas também, pela dificuldade de executa planos de negócio. A vinda do Real foi para colocar em ordem as contas em especial as públicas.
Ainda em 90 a economia era muito fechada, onde quando era necessário um produto de fora o mesmo era criado aqui no Brasil.
Quando ministro da fazenda sofreu pressões em voltar a fechar a economia. Havia uma idéia de criação de monopólios, sendo preciso mudar essa mentalidade, pois trava-se de criar condições pro Brasil atuar de forma global. Assim o Brasil teve um crescimento no comércio devido a flexibilidade de atuação com demais países.
Ainda tínhamos o pensamento que o crescimento do Brasil era tido somente pelo mercado interno. A globalização trouxe maior competitividade e maior exigência por padrões de qualidade.
Foi criada então maior organização, com metas, porém não havia estrutura. Em 88 criou-se o SUS, onde ainda é perceptível que há ainda de se melhorar. Houve também uma sustentação para o crescimento do salário mínimo.

Já em 2008 houve uma instabilidade da economia, havia a atuação no Brasil em manter o credito.
O saga mundial hoje é por inovações  tecnologias, onde se destaca o sistema americano que possui liberdade, transmitindo informação criada com relações privadas ou governamentais.

Nessa ocasião havia uma redução na pobreza, e foi quando se começou a ter uma preocupação com o meio ambiente, mas no Brasil não houve foco nesse assunto.

Na parte de energia não houve atuação em tecnologias de uso de baixo carbono, sem investimentos no etanol ou mesmo energia eólica e sim uma aposta no pré-sal, fonte de energia altamente poluente.

Aqui tínhamos um uso muito forte do BNDES com um uso alto de crédito. A idéia era sempre de atender demandas com aumento de imposto, mas nos últimos 5 ou 6 anos os gastos do governo foram maiores que a receita gerada pelos impostos.
O que ocorre hoje são situações como o governo não ter dinheiro para pagar salários.
O "pacto" com a sociedade deverá ser renegociado, gerando mais dinheiro ou reduzindo os gastos.

Temos que ter um horizonte, deve haver mudanças!

Problemas políticos:

Sem alianças não se governa, porém em determinado momento essas alianças formaram o "mensalão". Devemos ter um VALOR, mesmo que sempre há interesses.
Hoje temos organizações que colhem voto e não há uma representação da massa, somente interesses pontuais. Mas com as redes sociais e a tecnologia podemos mobilizar grandes volumes de pessoas, mas não há uma ligação clara dessa comunicação com os poderes do governo.

Ver oportunidades e atuar com investimento baseado em confiança. Não estamos em um "beco sem saída".


Marcos Gouvê de Souza / Diretor Geral GS&MD  
Quando anunciam seu nome todos aplaudem de pé, isso seria um respeito ou um volta?
Resp.: Isso é apenas um sinal de respeito, mas hoje o governo precisa de liderança, independente do nome dessa liderança.

Guilherme Loureiro / Presidente do Walmart
Os partidos devem ser contra ou a favor do governo?
Resp.: Deve haver coerência com voto no que se acredita.

Flávio Rocha / Presidente da Riachuelo
Com o aumento do gasto público e com um aparato que não cabe no PIB qual o papel do estado?
Resp.: O gasto não pode se expandir mais rápido que o crescimento do PIB, caso contrario temos a situação atual em que o governo é intimidado. Hoje temos um inchaço na máquina, o tamanho do estado tem que variar conforme a situação da população.

Manuel Corrêa / CEO da Telha Norte
Em seu livro A soma e o resto, você explica que temos que ter varotes e princípios, mas com flexibilidade e tolerância, como isso se reflete para o futuro?
Resp.: Por exemplo em programas de saneamento devemos ter ações que convençam a população. Devemos ter regras mas ser flexíveis.

Marcos Gouvê de Souza / Diretor Geral GS&MD
1 - Qual sua visão sobre novas lideranças políticas em relação ao momento?
Resp.: O Brasil cresceu, os talentos foram pro mercado, e houve uma inclusão de indivíduos sem preparo na vida pública. O momento é que pessoas que não possuem vida polícia também falem com suas idéias e conhecimentos. Dever haver uma regeneração da política, com a voz de todos.

2 - Na apresentação do Abílio foi feita a pergunta de como unir o país, e ele disse que o Fernando Henrique Cardoso poderia responder?
Resp.: Deve haver uma voz com força institucional. O arranjo político atual não está satisfazendo o país.

Os próximos meses devem ser muito difíceis na política, mas na economia há ciclos e com certeza será retomada.

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