quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Especialistas dão dicas para empresários do setor varejista

O comércio varejista do país finalizou o mês de agosto com queda de 0,9% nas vendas em relação a julho, elevando a retração acumulada nos primeiros oito meses do ano (janeiro-agosto) para 3%. O resultado é o pior dos últimos 15 anos. Os dados foram divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e indicam retração de 6,9% na comparação com agosto do ano passado. A queda no volume de vendas do varejo entre julho e agosto foi o sétimo resultado negativo seguido, acumulando no período perda de 6,4%. Ainda em relação a agosto, o recuo de 6,9% é a quinta taxa negativa consecutiva.

João Gomes, economista e consultor do Simerj (Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico, Eletrônicos e Eletrodomésticos do Rio de Janeiro) explica, no relatório econômico da instituição, que em ambos os casos há um aprofundamento do cenário negativo a partir do início deste ano. “Avaliando os dados nacionais e regionais usando o volume de vendas na comparação com o ano passado do índice de vendas do varejo podemos reparar que, em ambos os casos, há um aprofundamento do cenário negativo a partir do início deste ano. No mês de agosto, porém, o resultado ficou um pouco melhor para o estado dado que a queda foi abaixo de 6% e para o país quase 7%. A distância não é grande mas mostra que o Rio mesmo com as dificuldades recentes não passa por problemas mais intensos do que os observados nos dados nacionais. Em última análise podemos dizer que ainda não vemos reversão para as vendas no curto prazo. Ou seja, tendência para o Brasil e para o estado ainda não são favoráveis. Assim, podemos dizer que o empresário precisa ficar de olho e não projetar para o final do ano em seus pedidos um grande volume de vendas”, explica João.

João também chama a atenção para a queda nas vendas de eletrodomésticos. “Quando olhamos no detalhe um setor muito dependente do crédito que no passado apresentou resultados positivos e hoje não vai muito bem, vemos um volume de vendas de eletrodomésticos com uma queda significativa. A variação menos negativa observada no mês de julho, uma ligeira melhora em relação ao dado anterior, não se manteve. Agosto retomou a forte tendência de queda. Com crédito em ritmo bem menor e os dados do emprego adversos também não nos remetem a uma reversão de tendência neste final de ano. É preciso organizar bem os estoques e fazer promoções que os resultados podem vir”, afirma.

Antônio Florêncio, presidente do Simerj, também comentou a pesquisa. “Sendo nosso setor muito dependente do crédito, o efeito da política econômica é sentido de imediato e o ritmo inflacionário, principalmente nos setores de serviços e preços administrados, consome a renda das famílias impedindo qualquer movimento positivo de consumo”, comenta Florêncio.

Fonte: http://www.varejista.com.br/

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