terça-feira, 14 de abril de 2015

Aumento do limite do desconto em folha pode piorar endividamento

Em entrevista para o jornal O Globo, o professor Claudio Felisoni de Angelo, presidente do presidente do Conselho do PROVAR/FIA, acredita que esta medida terá pouco impacto macroeconômico, pois as famílias já estão com a renda muito comprometida.


Aprovada na última quinta-feira pelo plenário da Câmara dos Deputados, uma emenda à Medida Provisória (MP) 661/14 permitiu que trabalhadores, aposentados e pensionistas ampliem o limite para novos empréstimos com desconto na folha de salários ou benefícios em mais 10% da renda, para pagar dívidas com o cartão de crédito. Com a nova autorização, o comprometimento máximo com esses financiamentos — que têm os menores juros do mercado — sobe para 40%. Somados aos outros 10%, que hoje as empresas podem reter para cobrir gastos do trabalhador com plano de saúde, remédios e previdência privada, o desconto total poderá chegar a 50% do salário.

A emenda que permitiu ampliar os limites do crédito consignado foi incluída de última hora no texto do projeto de conversão pelo relator da MP 661, Leonardo Quintão (PMDB-MG). Segundo fontes da Câmara, isso ocorreu depois de um forte lobby de emissários do setor financeiro. E, com mais renda comprometida, especialistas temem que as famílias fiquem mais endividadas e tenham descontrole financeiro.

O relator nega que tenha cedido ao lobby:

— O pedido foi feito pelos próprios aposentados, por quatro entidades que fazem parte do Conselho Nacional de Previdência Social: CUT, Força Sindical, UGT e Confederação dos Aposentados. Há dois anos eles apresentaram este pleito, que incluísse esta modalidade de pagamento — disse Quintão ao GLOBO.
Fonte:http://provar.fia.com.br

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