quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Alô Bebê cresce enquanto outra grande concorrente não nasce

Bebês nascem todos os dias, em todas as estações do ano, tanto faz se em tempos de crise financeira ou não.

De mimos a itens indispensáveis, as compras não se restringem apenas aos pais - parentes e pessoas próximas à família também querem participar os pequenos. 

Isso explica, em parte, porque o negócio da Alô Bebê se transformou em um negócio de 200 milhões de reais de faturamento por ano.

A outra parcela ficou por conta da inexpressiva concorrência encontrada pela varejista no caminho – pelo menos até agora. Por enquanto, ela concorre com lojas de bairro e multimarcas menores, além de supermercados e magazines.

Fundada por dois amigos na década de 80, a empresa começou com uma pequena loja de fraldas na rua João Cachoeira, em São Paulo.

Com o aumento da procura, tratou se encher as prateleiras com outras opções.

De roupas a utensílios, mais de 8.000 produtos de 150 fornecedores são vendidos atualmente nas 27 lojas nas cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Goiânia, Uberlândia, Balneário Camboriú e Joinville.

“Somos um negócio que nasceu para crescer e soube se adaptar às mudanças de consumo dos brasileiros”, diz Milton Bueno, diretor de marketing e porta-voz da rede a EXAME.com.

O próximo passo, além da abertura de mais lojas nos próximos meses, é a marca própria de artigos de cama e banho.

Edredons e lençóis Alô Bebê já estão sendo vendidos desde 2013, mas a ideia é ampliar os itens até 2017.

Tudo para incrementar o faturamento, que subiu 13% no último ano, a mesma porcentagem que a companhia espera ter neste ano de crise.


A falta de concorrência direta fez com que a Alo Bebê se moldasse ao mercado no ritmo que bem entendesse, enquanto engordava a receita em 6% a cada ano.

Crescia conforme seu capital próprio deixava e escolhia as direções e tipos de lojas, de acordo com as oportunidades que apareciam. 
Investiram em um site, pela primeira vez, em 1999. A página funciona como uma vitrine virtual, sem a ambição de que nada fosse vendido por ali. 

Em 2002 veio a nova imagem visual das lojas e apenas em 2012 é que o primeiro investimento em e-commerce chegou.

No ano seguinte, um centro de distribuição só para atender a demanda online foi construído ao lado do espaço destinado ao estoque destinado às lojas físicas.

“Hoje 70% do que vendemos no mundo real está disponível no virtual e faturamos a mesma coisa que um de nossos pontos comerciais”, explica Bueno.

A entrada e crescimento de – agora - perigosos concorrentes na web, como a Tricae (comprada pela mesma dona da Dafiti, em junho), não assusta, garante o executivo.

“O nosso grande trunfo é que investimos tanto nas lojas físicas quanto nas lojas online, o que nos coloca a frente de qualquer concorrente”, diz ele.

Independência financeira

O fato de um número cada vez maior de casais irem para fora do país fazerem o enxoval de seus filhos não interfere nas decisões – ao contrário. Em tempo de dólar caro os negócios nem se abalam.

“Não dá para trazer tudo do exterior, sempre haverá o que comprar por aqui e termos tudo reunido em um só espaço facilita a vida dos clientes”, afirma.

Enquanto uma rival de peso equivalente não nasce no Brasil, a Alô Bebê segue o mesmo modelo que a fez chegar onde está.

“Temos horror de depender financeiramente de terceiros e nem cogitamos trabalhar com franquias”, diz o diretor.

Bueno é, por sinal, um bom exemplo de como a empresa é conservadora até na maneira de lidar com gente.

Ele está há 15 anos na empresa, tempo médio da maioria dos 50 profissionais da área gerencial – ao todo são 1.500 funcionários.

Os dois sócios-fundadores também seguem a tradição de se manterem avessos a entrevistas, enquanto o negócio segue alimentado por novos brasileiros a cada dia.


Fonte: http://exame.abril.com.br/

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