segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

GPA diz que fortaleceu governança e não vê risco de novos ajustes em balanço

O vice-presidente de Finanças do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Christophe Hidalgo, rebateu questionamentos do mercado sobre a governança corporativa na companhia e afirmou que não vê riscos para novos impactos negativos no balanço consolidado do grupo relacionados a práticas contábeis.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele comentou ofício recente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre registros contábeis da empresa de comércio de eletroeletrônico do grupo, a Via Varejo.

"Acredito que num grupo grande como o GPA, complexo e abrangente, é normal que haja algum questionamento, mas o que quero ressaltar é que nós desenvolvemos práticas nos últimos períodos e seguimos fortalecendo órgãos de governança corporativa", disse, citando a atuação de comitês de vigilância para transações entre partes relacionadas e de auditoria.

Os questionamentos feitos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) à Via Varejo, empresa dona das Casas Bahia e do Pontofrio, envolvem o reconhecimento de um ágio de R$ 627 milhões, além de um ganho de R$ 543 milhões, ambos provocados por negociações que a empresa fez em 2013.

O executivo afirmou que esse ofício faz parte de questionamentos recorrentes e considerou que nenhum dos dois efeitos traz impactos de caixa para a Via Varejo.

"São efeitos contábeis e que não tiveram efeito nem na base tributária nem na distribuição de dividendos", declarou, acrescentando ainda que esses impactos são individuais para a Via Varejo e que foram neutralizados nos resultados consolidados do GPA.

Outro processo envolvendo empresas do grupo diz respeito à empresa de comércio eletrônico Cnova. Investigação sobre as práticas de empregados na gestão dos estoques resultaram em perdas de R$ 177 milhões na companhia de venda online.

A administração do GPA afirmou na divulgação de resultados de 2015 que durante a preparação das demonstrações financeiras considerou todas as informações disponíveis sobre a investigação interna em relação à Cnova e que "não acredita que novas informações poderão impactar ou mudar de forma relevante os ajustes identificados até o momento."

Investimentos

Hidalgo comentou ainda sobre os planos de investimentos do GPA em 2016. A empresa divulgou uma expectativa de investimento de ao redor de R$ 1,5 bilhão em 2016, ante R$ 2 bilhões investidos em 2015.

O executivo detalhou os investimentos afirmando que a companhia espera pelo menos manter o ritmo de expansão e de abertura de novas lojas do Assaí, bandeira de "atacarejo" do grupo que inaugurou 11 lojas em 2015.

Já a Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Pontofrio, não deve abrir lojas novas no ano, disse Hidalgo. "O momento não se presta a isso e não faria sentido, num mercado que decresce, abrir lojas novas. Então, não vamos fazer isso", completou.

A estratégia do grupo está sendo substituir espaços de bandeiras menos rentáveis por bandeiras que têm desempenho melhor de vendas, caso do Assai.

Apesar de ter inaugurado ao todo 118 novos pontos de venda em 2015, o total de metros quadrados do GPA quase não mudou, o que é explicado pelos fechamentos de 50 lojas na Via Varejo. "Fechamos metros quadrados não rentáveis e trocamos por metros quadrados de formatos que têm maior retorno sobre o capital como o Assaí ou o modelo de proximidade (minimercados)", disse o executivo.

Nessa linha, o GPA considera a possibilidade de investir em converter algumas lojas, como por exemplo, transformar lojas do Extra menos rentáveis em lojas Pão de Açúcar ou até em Assaí, quando for possível.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/

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