quinta-feira, 17 de março de 2016

Pessoas no lugar certo e processos ajudam a enfrentar crise, diz Abílio Diniz


Pessoas no lugar certo e processos ajudam a enfrentar crise, diz Abílio Diniz

Segundo o empresário, o varejo é um dos negócios mais complexos que existem

O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF e sócio do Carrefour, afirmou que, se não se tomar cuidado, o pior período do Brasil tende a ser agora. 

Durante evento da incorporadora Cyrela sobre perspectivas para o Brasil e a importância do empreendedorismo, realizado nessa segunda-feira (14/03), em São Paulo, Diniz contou que, nas palestras em que realizou até 2015, dizia que esta não era a crise mais difícil pela qual havia passado, mas agora já não pode afirmar o mesmo.


Até então, de acordo com o empresário, o momento mais difícil havia sido no início da década de 1980, com o choque do petróleo, quando a inadimplência cresceu muito. Se o Brasil tivesse deixado de pagar os credores, naquele momento, segundo Diniz, teria se tornado uma Argentina.

Na sequência, houve o período da hiperinflação, os planos econômicos do governo de José Sarney, e o confisco da poupança na gestão de Fernando Collor de Mello. Diniz avalia o período em que Fernando Henrique Cardoso esteve na presidência do País como muito bom, calmo e tranquilo.

Em relação ao governo do PT, o empresário citou que os oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente possibilitaram uma transformação do país, com saída de número expressivo de pessoas da linha da pobreza.

Diniz afirmou que crises passam e que a atual passará, embora não se saiba quando. Em momentos de crise, empresários devem dar prioridade ao caixa e não ficar reclamando da situação, segundo ele. O empresário contou que, na crise de 2008, o Grupo Pão de Açúcar fez caixa e, no fim de 2009, o tamanho da companhia havia dobrado.

Segundo Diniz, o varejo é um dos negócios mais complexos que existem, mas se deparou com outro setor também complexo ao ingressar no conselho da BRF. Ele afirmou que todas as empresas são iguais, ao abrangerem gente e processos. Colocar as pessoas nos lugares certos e organizar os processos é o que permite seguir em frente, independentemente do setor, conforme o presidente do conselho da BRF.

Diniz citou que há governos que acreditam que empresários não podem ser aliados, outros que acham que isso é possível por conveniência e aqueles que consideram que o livre mercado é o motor mais forte para mover a economia.

Ele ressaltou que acredita nesta terceira opção e disse que o governo Lula, apesar de seus defeitos e problemas, fez com que a atividade econômica gerasse um sentido para o país. Já no governo da presidente Dilma Rousseff, de acordo com Diniz, as coisas estão mais difíceis para os empresários.


Fonte: Valor Econômico

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