domingo, 20 de dezembro de 2015

O dólar no FLV.

O dólar no FLV.

Moeda americana sobe 47% num período de 12 meses e gera ajustes no setor de FLV para não prejudicar o consumo.

De novembro de 2014 a novembro de 2015, o dólar saiu da casa dos R$ 2,50 e foi para R$ 3,70, subindo 47% (em setembro ultrapassou a máxima histórica de R$ 4). E o setor agrícola brasileiro foi influenciado pelo aumento da moeda americana em situações distintas.

Agricultores exportadores, por exemplo, riram à toa com o lucro obtido com as vendas para outros países. Por outro lado, aqueles que comercializam os produtos no mercado interno sofreram bastante, visto que muitos dos insumos agrícolas são importados e tiveram grande aumento de preços durante o período.

Na Tomita Hortaliças, sediada em Salesópolis (SP), o aumento nos preços dos insumos tem preocupado a diretora, Eliana Tomita. Segundo ela, os fertilizantes, por exemplo, tiveram aumento de até 50%. A agricultora salienta que a empresa tem como política de preços fazer apenas um reajuste anual, sempre no mês de janeiro, o que dificultou ainda mais as coisas. “Tivemos que absorver esses custos maiores para não perdermos vendas”, lamenta Tomita, que trabalha com 7 hectares próprios de plantio, além de comprar a produção de inúmeros microagricultores de sua região.

A produtora de hortaliças alerta também que, embora os fertilizantes tenham sido os campeões de aumento, outros itens também tiveram alta. “Sementes e adubos especiais também aumentaram de preços. E tudo isso sem falar na energia, que também subiu muito”, destaca Eliana.

Ela lembra também das embalagens que têm o preço diretamente ligado ao dólar e fala ainda que problemas econômicos do país preocupam os produtores. “Mesmo que o dólar estabilize, a economia interna é preocupante. Ainda não decidimos o reajuste que faremos em janeiro e já temos que nos preocupar com o próximo ano, caso o preço do dólar e a nossa economia permaneçam desfavoráveis para o pequeno agricultor”, conclui.

A La Vita, sediada em Holambra (SP), é outra empresa agrícola cautelosa por causa do aumento do dólar. O sócio-diretor Stefan Adriaan Coppelmans explica que para a agricultura familiar, o aumento da moeda americana ainda traz mais dor de cabeça, mas não quer dizer que para ele, produtor com 50 hectares de plantio, a situação seja confortável.

Coppelmans enfatiza que o seu plantio responde por 70% do que ele comercializa, mas adquire os outros 30% de agricultores familiares e eles não têm como arcar com o aumento dos custos. “É que estamos falando de aumentos muito altos e, às vezes, de insumos que representam parte considerável do custo de produção”, ensina. Até o mês de novembro o cálculo de inflação interna na empresa era de 14%, segundo Coppelmans, mas no fechamento do ano poderia ser ainda maior.

E o aumento de custo das embalagens utilizadas pela empresa é o que mais preocupava o produtor. “Pelo menos 80% das embalagens vêm de fora do Brasil, porque não temos todos os avanços tecnológicos nas fabricantes nacionais”, lamenta. Coppelmans diz, ainda, que uma embalagem com tecnologia antifog (que preserva a transparência e ainda deixa o produto vistoso) é fundamental em seu negócio e não deve ser substituída para não prejudicar o próprio produto no PDV.

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Fonte: http://www.supervarejo.com.br

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