quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Trabalho e dedicação durante anos marcam história do fundador da Hope

Nissim Hara já vendeu mais de 50 milhões de calcinhas. 
Libanês de 81 anos é dono de uma das maiores marcas de lingerie do país



O Brasil está cheio de histórias de imigrantes que chegaram ao país com nada no bolso e construíram uma vida. O libanês Nissim Hara é um deles. Ele tem 81 anos e é dono de uma das maiores marcas de lingerie do país, a Hope. Já vendeu mais de 50 milhões de calcinhas.

Há 51 anos, Nissim vai trabalhar todos os dias na empresa. “Não tem segredo, o segredo é fazer um produto que fique bonito em qualquer corpo, não precisa ser manequim. Se você escolhe a peça certa, no tamanho certo, pra vestir qualquer tipo de mulher, ela fica linda. É o grande segredo”, afirma o empresário.


Questionado sobre quando vai se aposentar, ele é categórico: “Nem pensei nisso. Você me pegou agora. Não pode parar. Só quando me param, agora eu tô trabalhando”.

O bom humor ajuda no relacionamento com as três filhas, que hoje tocam o negócio com o pai. E elas, mais do que ninguém, sabem como ele chegou até aqui. “Quando ele fundou a empresa, não existiam lojas de lingerie, tinha armazéns que vendiam escondidos, não tinha shopping center. Ele soube enxergar essa mudança de mercado através do tempo e fazer o que a empresa é hoje”, conta a filha Sandra Chaayo. 

Nissim começou a trabalhar cedo. Perdeu os pais aos 12 anos e, para sobreviver, vendia tudo que encontrava pelas ruas de Beirute, capital do Líbano, onde nasceu: “Eu trabalhei com todo tipo que você podia imaginar, catando garrafas vazias. Com 12 anos, o que eu podia fazer?”.

Nos anos 50, para fugir das guerras, Nissim foi tentar a vida na Europa. Depois, foi para os Estados Unidos. Em 1958, um tio o convidou para cuidar de uma obra no Rio de Janeiro. De lá, se mudou para Belém e montou uma transportadora. Um ano depois foi para São Paulo e começou a vender calcinhas. “Eu produzia, comprava a matéria-prima, fazia, tingia, vendia, entregava, cobrava. Aí chegaram meus irmãos e crescemos bastante”, conta.

Os irmãos acabaram saindo da sociedade e Nissim começou a investir em campanhas publicitárias ousadas. Uma delas na novela Roque Santeiro, nos anos 80: “Colocamos a menina de calcinha no outdoor da praça. Tinha um bêbado que pensava que era louco, então ele viu a calcinha se mexendo, chamava todo mundo, causou uma polêmica”.

Nessa época, o empresário ainda ditava a moda das lingeries. “Eu que escolhia os modelos. Tinha gosto por mulheres”, conta. Agora, ele tem uma modelista, Celia Trancho, que está na empresa há 28 anos e é a mais antiga funcionária: “A gente costuma dizer que lingerie é a arte sob a roupa. Ela modela ou pode detonar um visual. Tem todo efeito na modelagem e a modelagem é fascinante”.
Em 1999, as três filhas se juntaram ao time. Com elas, a rede formatou franquia e partiu para a venda online. Uma sugestão, aliás, de Nissim. “Ele estava enchendo a gente que precisava vender pela internet, nem tinha ferramenta ainda e ele fez a gente fazer uma loja. Ele foi atrás até conseguir e hoje é um sucesso”, conta a filha Sandra.

Hoje, a rede vende 500 mil peças por mês. Além das lingeries, também oferece roupas fitness. São 165 lojas franqueadas no Brasil e em mais 18 países. Veja no vídeo acima qual foi o primeiro modelo da marca e a evolução que as peças passaram.


Fonte: http://g1.globo.com/economia

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