quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Associação de supermercados diz que afastará estabelecimento envolvido com roubo de carga Leia mais: https://oglobo.globo.com/rio/associacao-de-supermercados-diz-que-afastara-estabelecimento-envolvido-com-roubo-de-carga-21743285#ixzz4tyYXTz3o stest

Segundo delegado, segunda fase de operação contra o crime terá como alvo grandes marcas


RIO - A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), que representa 300 empresas, disse, por meio de nota enviada ao GLOBO nesta quinta-feira, que está à disposição da Polícia Civil para colaborar com as investigações que visam a apurar o envolvimento de grandes marcas com ladrões de cargas. E que caso seja comprovada a participação de alguma rede de supermercados no esquema ela será afastada da entidade.


"A Asssociação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro informa que está à disposição para colaborar com as investigações da operação Ordinem, que investiga o roubo de cargas no Estado, e que é uma das principais interessadas em acabar com esse crime. A Associação alerta que ao não nomear os responsáveis, a operação põe sob suspeita todo um setor que preza pela segurança e abastecimento da população. Caso seja comprovado o envolvimento de alguma rede de supermercados que seja associada à ASSERJ, ela será afastada. Há bastante tempo a ASSERJ vem liderando uma série de discussões e iniciativas para coibir essa prática no Estado do Rio de Janeiro, visando à segurança de seus colaboradores e cidadãos. A ASSERJ reforça o fato de a atividade supermercadista ser de extrema importância para a sociedade e a economia, prestando um serviço essencial: o abastecimento seguro da população", diz a nota enviada pela Asserj.

A polícia está investigando o envolvimento de grandes redes de supermercados com organizações criminosas especializadas em roubos de cargas. Na manhã desta quinta-feira. sem citar nomes, o delegado Fábio Asty, da 44ª DP (Inhaúma), responsável pela investigação que revelou um esquema criminoso de venda de cargas roubadas a pequenos empresários do subúrbio e da Baixada Fluminense, disse que a segunda fase da Operação Ordinem terá como alvos grandes marcas deste tipo de comércio. Ele contou que existe a possibilidade de que supermercados estejam recebendo mercadorias roubadas. E ressaltou o fato de que comerciantes chegavam a pagar pelas mercadorias antes mesmo de os crimes acontecerem. A certeza da impunidade era tanta, que os comerciantes escolhiam os produtos que queriam e encomendavam aos bandidos.

Segundo o delegado, a primeira etapa da Operação Ordinem prendeu pelo menos 15 pessoas nesta quinta-feira.

- A segunda fase vai apurar também a participação de macro-empresários, de estabelecimentos comerciais, mercados e afins, que compravam essas mercadorias dos ladrões. Há possibilidade de grandes marcas também estarem sendo abastecidas de mercadorias roubadas - revelou.

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Asty disse ainda que em regiões da Baixada Fluminense como Jardim Anhangá e Nova Campina, em Duque de Caxias, traficantes cobravam pedágio para que ladrões pudessem roubar nessas regiões.

- Foi apurado também que em locais, principalmente na Baixada Fluminense, havia uma espécie de pedágio pago ao tráfico de drogas para que os roubadores pudessem agir nessas áreas. Tinham que pagar até 50% do valor da venda da carga roubada. Se não pagassem, quebraria o acordo e, provavelmente haveria retaliações. Para agir na Rodovia Washington Luís e Rio-Magé, por exemplo, os criminosos pagavam.

A investigação da operação contra o roubo de cargas no Rio e na Baixada Fluminense, realizada nesta quinta-feira, durou oito meses. Além dos assaltantes, receptadores como donos de pequenos mercados na Zona Norte e na Baixada Fluminense também estão sendo procurados. A investigação contou com várias interceptações telefônicas mostrando a comunicação desses empresários com ladrões de cargas e as encomendas feitas.

- As encomendas eram feitas através de comunicações telefônicas, de mídias. E eles pediam para os roubadores trazerem cargas diversas como, por exemplo, carga de laticínios, de bebidas, de modo que eles incentivavam, fomentavam as pessoas a roubarem essas mercadorias e ficavam seguros para levar até eles por que eles já estavam comprando essas mercadorias. A gente verificou que muitas vezes eles consignavam o pagamento antes de o roubo acontecer.



Entre os presos estão seis ladrões de cargas identificados como Romário Nunes de Almeida; Dione da Silva Souza; Leandro Fontenelle de Figueiredo Cunha; Ricardo da Silva Neves; Pedro da Conceição Muniz; e Carlos Donizetti da Silva Filho.

Também foram presos na ação Candido Ricardo Carvalho da Silva, Alexandre Monteiro de Souza, Elcimar Diniz de Farias, Carlos Henrique da Conceição de Lima, Antonio Rodrigues Carneiro, Wallace Emídio da Rocha, Flavio Renato do Nascimento Maia, Valdir Silva Figueiredo, Candido Ricardo Carvalho da Silva e Elcimar Diniz de Farias. O modelo Warlen de Aquino Casemiro, também preso na ação, é acusado de traficar ecstasy. Ele foi flagrado em grampos feitos durante a investigação negociando a droga com traficantes.

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A ação foi batizada de Operação Ordinem. Além do roubo de cargas, os policiais combatem, também, roubos a residência e tráfico de drogas. Os agentes estão nos bairros de Marechal Hermes e Osvaldo Cruz, na Zona Norte; e Bangu, na Zona Oeste. Há equipes também nas comunidades da Quitanda, da Pedreira e da Lagartixa, na Zona Norte; Agostinho Porto, em São João de Meriti, na Baixada, e Jardim Anhangá, em Imbariê, também na Baixada.

As investigações que resultaram na operação foram feitas pela 44ª DP. Em apoio à ação estão atuando equipes do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).


Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/

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