sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

 

Quinze entidades empresariais alertam para o fato de que gastos com apostas atrai recursos da população, especialmente entre os mais pobres



Quinze entidades empresariais que representam setores de varejo e consumo divulgaram nesta quinta-feira um manifesto alertando para riscos associados ao crescimento das plataformas eletrônicas de apostas, conhecidas como bets”. O manifesto foi lido no encerramento do Latam Retail Show, feira de negócios e congresso do setor, que ocorreu esta semana, em São Paulo.

O documento, divulgado pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), uma das entidades signatárias, começa alertando para o fato de que o crescimento das “bets” atrai “recursos da população dos mais diversos segmentos e faixas etárias".


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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Segredos da redução de Perdas em Farmácias e Drogarias: Uma Abordagem Inovadora e Eficaz

 


Sim, o título deste artigo é provocativo, e assim como não há receita clara para o sucesso, o que abordarei aqui serão pontos relevantes e que, se bem aplicados e mantidos, deverão gerar excelentes resultados nas perdas de seu negócio, colaborando assim para melhora na experiência de compra do cliente e para o lucro líquido da companhia.

Antes de iniciar as orientações gostaria de analisar os resultados atuais, conforme apresentação realizada na Abrappe, informações que foram geradas mediante a análise de indicadores de varejistas em todo o Brasil. Nessa pesquisa a perda de drogarias e farmácias, atingiu em 2023 (ano base) 0,90% considerando o total de perdas a custo pelo total de faturamento do mesmo período, uma redução de 20,35% e 4,65% maior que o menor índice medido que foi em 2015. 

Já o nível de acurácia qualitativa de estoques que apresenta quão correto é nossos estoques físicos frente a posição de sistema alcançou 88,33% com queda de quase 5%, frente a 92,97% do ano anterior, o que significa que a cada 100 produtos em sistema 12 deles não possuem a mesma quantidade no estoque físico, impactando assim nas compras, distribuição e no atendimento ao cliente, pois podemos ter situações de excesso ou também de ausência destes itens.

Outro ponto de atenção foi o índice de ruptura que em 2023 atingiu 2,37% na Operacional e 4,16% na Comercial, totalizando 7,83%, uma melhora de 30% frente a 2022.

 

Tendo estes resultados como ponto de partida, percebemos que há oportunidades, e assim como qualquer negócio, é somente através de uma gestão eficiente, que nossas farmácias e drogarias poderão garantir a saúde financeira e a satisfação dos clientes, sendo este, um setor onde a rotatividade e a sensibilidade dos produtos são críticas, o essencial é implementar estratégias robustas para minimizar perdas e otimizar os resultados.

A seguir, apresentarei uma abordagem que talvez seja inovadora (total/parcial) e que combina boas práticas aplicadas hoje pelo mercado, com Análises Preditivas e Prescritivas, Business Intelligence (BI), Inteligência Artificial (IA) e outras soluções, para enfrentar os desafios associados a medicamentos éticos, controlados, termolábeis, genéricos, similares e também não medicamentos.

 

  • Análise Preditiva e Prescritiva: Antecipando e Agindo
  • Business Intelligence (BI): Transformando Dados em Decisões
  • Inteligência Artificial (IA): Automação e Otimização
  • Outras Soluções e Tecnologias Emergentes
  • Fazer o básico é sempre um passo para o resultado

1. Análise Preditiva e Prescritiva: Antecipando e Agindo

A análise preditiva usa dados históricos e técnicas estatísticas para prever tendências e comportamentos. Em farmácias e drogarias, isso pode significar a previsão de demanda para medicamentos específicos com base em padrões sazonais, históricos de vendas e fatores externos, como surtos de doenças ou mesmo variações na disponibilidade de fornecedores. Essa capacidade de antecipar necessidades pode permitir possíveis ajustes no estoque e na oferta de produtos, evitando assim, possíveis situações de escassez ou um excesso (lembrando que na escassez perdemos venda e até o cliente e no excesso produtos podem perder sua validade ou possível impacto na margem pela prática de descontos nos itens próximos do vencimento).

 

Ainda como continuidade de uma estratégia, podemos utilizar a análise prescritiva que vai além, pois ela passa a oferecer recomendações específicas sobre como agir para atingir objetivos desejados. Por meio de modelos preditivos, essa abordagem pode sugerir ações concretas para otimização dos estoques, como ajustar pedidos com base em previsões de demanda e condições climáticas, dados demográficos, características dos medicamentos e não medicamentos, custos, preços, informações de fornecedores (como a disponibilidade já mencionada), possíveis regulamentações e até fatores econômicos, ou implementar estratégias para evitar o vencimento de medicamentos controlados.

 

2. Business Intelligence (BI): Transformando Dados em Decisões

Já muito utilizado por várias empresas, mas não por todas as áreas, o Business Intelligence é uma ferramenta poderosa que transforma dados brutos em informações consolidadas e por vezes mais claras quanto a leitura do usuário. Com sistemas de BI, farmácias e drogarias podem consolidar dados de vendas, inventário (perda não identificada), informações de quebra operacional (perda identificada), tendências de mercado e outras, em dashboards intuitivos e que direcionam as equipes a realizar ações onde realmente há oportunidade. Esses dashboards permitem monitorar o desempenho em tempo real, identificar padrões de compra, gerar relatórios detalhados sobre a rotatividade de produtos, análise de produtos de curva A, B e C, etc.

 

Através do BI, as farmácias podem identificar quais medicamentos estão vendendo bem e quais estão em risco de vencimento, facilitando a tomada de decisões informadas sobre promoções e ajustes de estoque, e dependendo da estratégia utilizada, isso pode ser feito desde os Centros de Distribuição até as lojas, permitindo que as ações sejam mais rápidas. Além disso, é possível analisar variados cenários, como por exemplo a margem de lucro de diferentes produtos e ajustar preços e estratégias de compra de forma mais eficiente, avaliar trocas e devoluções recorrentes, etc.

 

3. Inteligência Artificial (IA): Automação e Otimização

Enquanto as análises preditivas e prescritivas trabalham baseados em fatos históricos, a IA pode analisar informações em real time, reagindo de forma instantânea e aprendendo de forma continua, podendo assim revolucionar a gestão de farmácias e drogarias ao automatizar processos e fornecer insights profundos. Algoritmos de IA podem analisar grandes volumes de dados para identificar padrões complexos que são difíceis de perceber manualmente. Isso pode incluir a previsão de demanda com maior precisão, a detecção de padrões de fraude e o ajuste automático de níveis de estoque.

Além disso, a IA alinhada a aplicação de sensores de IoT (Internet das coisas), pode ser utilizada para otimizar a gestão de medicamentos termolábeis, monitorando continuamente as condições de armazenamento e ajustando as condições para garantir a integridade do produto. Em relação aos medicamentos controlados, sistemas baseados em IA podem ajudar a rastrear e prevenir desvios e perdas, garantindo conformidade com regulamentos e evitando problemas legais.

É importante ressaltar que mesmo havendo um grande avanço na qualidade das IAs disponíveis e em sua popularização assustadora, ainda há limitações pontuais que devem ser avaliadas de forma individual, pois poderão variar de empresa para empresa, mesmo dentro do mesmo setor de atuação:

1. Disponibilidade e Qualidade dos Dados

2. Conformidade Regulatória Complexa

3. Integração com Sistemas Legados

4. Limitações de Infraestrutura

5. Restrições Orçamentárias

6. Fatores Culturais e Comportamentais

7. Necessidade de Capacitação e Especialização

 

 

4. Outras Soluções e Tecnologias Emergentes

 Além das soluções mencionadas, várias outras tecnologias podem contribuir para a redução de perdas:

·       Sistemas de Gestão de Inventário: Softwares avançados que integram informações de vendas e estoque, oferecendo previsões e recomendações para melhorar o nível de acurácia e reduzir o de ruptura com ações pontuais, como por exemplo expor itens que estão somente no estoque da loja (ruptura operacional) e reduzir o excesso de estoque em especial de itens que estão com excesso de dias parados, mas que possuem boas vendas em outras unidades ou que poderiam se melhor trabalhado dentro da loja.

·       Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento: Dispositivos e sensores (aplicação IoT) para monitorar as condições de armazenamento e rastrear a movimentação de produtos, garantindo assim, que os medicamentos sejam mantidos em condições ideais e reduzindo o risco de perdas.

·       Ferramentas de auditoria: soluções que através de um celular permitam validar itens como por exemplo se o preço exposto é o mesmo do sistema e com isso reduzir descontentamento de clientes na frente do caixa ou direcionando os esforços das equipes onde há as maiores oportunidades de resultado, mas permitindo ao gestor ter uma avaliação geral, por regiões, lojas, departamentos, fornecedores ou mesmo produtos. 

·       Plataformas de E-commerce e Omni-channel: Facilitar a compra online e o acesso a uma gama mais ampla de produtos pode ajudar a otimizar o estoque e reduzir perdas devido a excesso de produtos não vendidos. Vale lembrar que quanto maior as ações em omnichannel, maior a necessidade de um alto nível de acurácia de estoques.

 

5. Fazer o básico é sempre um passo para o resultado

 Precisamos nos atentar que há muito a ser feito para redução das perdas relacionadas a vencimento, avarias, furtos, erros de inventário, erros administrativos e fraudes, abaixo relaciono pontos básicos que por vezes existem, mas não estão padronizados, ou não há monitoramento, enfim, são itens a serem revisados:

 

 1. Redução de Perdas por Vencimento:

   - Controle de FEFO: Realize a rotação de estoques utilizando o método FEFO (first expired/first out) ou conhecido como PVPS (primeiro que vence primeiro que sai), para garantir que produtos com datas de vencimento mais próximas sejam vendidos primeiro, isso deve ser revisado na área de vendas, no estoque, nos centros de distribuição e entre eles.

   - Monitoramento de Datas: Utilize sistemas automatizados para rastrear as datas de vencimento dos medicamentos e gerar alertas antecipados para itens próximos ao vencimento, quanto mais informação a loja possuir, mais eficiente são as ações para reduzir tais perdas.

   - Revisões Regulares: Faça revisões periódicas dos estoques para remover produtos vencidos ou quase vencidos e ajustar as compras com base nas demandas reais, bem como realizar ações pontuais para reduzir impacto da perda.

 

 2. Redução de Perdas por Avaria:

   - Condições de Armazenamento Adequadas: Mantenha os produtos em condições apropriadas de temperatura e umidade, e utilize embalagens adequadas para minimizar danos.

   - Treinamento de Funcionários: Treine os funcionários sobre o manuseio correto dos produtos para evitar quebras e danos durante o armazenamento e o transporte, é importante haver conscientização (explique sempre o porquê das coisas) e não somente informar o que deve ser feito.

   - Inspeções Regulares: Realize inspeções regulares para identificar e corrigir qualquer problema nas condições de armazenamento e manipulação.

 

 3. Redução de Furtos:

   - Segurança Física: Instale câmeras de segurança e sistemas de alarmes para monitorar as áreas de armazenamento e as áreas de atendimento ao cliente.

   - Controle de Acesso: Implemente sistemas de controle de acesso para áreas restritas e monitore o acesso ao estoque.

   - Políticas de Segurança: Estabeleça e faça cumprir políticas rígidas de segurança e conduta para funcionários e clientes.

   - Suporte de Tecnologia: Busque por soluções que apoiem na identificação e especialmente inibição de furtos, tendo em mente a análise de viabilidade financeira da solução.

 

 4. Redução de Erros de Inventário:

   - Sistemas de Gestão de Inventário: Utilize sistemas de gestão de inventário para registrar e rastrear entradas e saídas de produtos, garantindo a precisão dos dados.

   - Contagens Regulares: Realize contagens físicas de estoque regularmente e compare com os registros do sistema para identificar e corrigir discrepâncias.

   - Treinamento e Procedimentos: Treine os funcionários nos procedimentos corretos de registro e controle de inventário para reduzir erros.

 

 5. Redução de Erros Administrativos:

   - Padronização de Processos: Estabeleça procedimentos operacionais a serem mantidos como padrão para todas as atividades administrativas, como processamento de pedidos e controle de pagamentos.

   - Automação de Processos: Utilize ferramentas de automação para minimizar a intervenção manual e reduzir a probabilidade de erros humanos.

   - Revisão e Auditoria: Realize revisões e auditorias periódicas das operações administrativas para identificar e corrigir possíveis erros e com o resultado foque apenas o que deve ser melhorado, isso gera conversas mais objetivas. Aqui é importante controlar o avanço das avaliações, atuar de forma pontual em situações recorrentes e dar apoio, pois é fundamental que a área esteja junto na solução de problemas e não apenas sirva para pontuar erros, sendo que o ideal é tratar tudo como oportunidade.

 

 6. Redução de Fraudes:

   - Controle e Monitoramento: Implemente sistemas de controle para monitorar transações e acessos a dados sensíveis, detectando atividades suspeitas.

   - Segurança de Dados: Proteja os dados financeiros e de clientes com criptografia e outras medidas de segurança cibernética.

   - Políticas e Treinamento: Estabeleça políticas claras contra fraudes e forneça treinamento contínuo para funcionários sobre como identificar e reportar atividades fraudulentas.

 

Vale destacar ainda que o gestor deve ponderar e direcionar suas equipes tendo como base a definição de prioridades, o ideal é uma atuação 80/20, onde o foco será sempre o maior resultado financeiro, trazendo assim a visibilidade necessária sobre as ações da área.

 

 

Conclusão

A adoção de Análises preditiva e prescritiva, Business Intelligence, Inteligência Artificial e outras soluções tecnológicas é crucial, mesmo que de forma parcial e gradativa, para gestão de estoques e redução de perdas em farmácias e drogarias. Essas ferramentas não apenas ajudam a prever e responder a mudanças no mercado, mas também proporcionam uma base sólida para uma gestão eficiente e estratégica. Implementar essas abordagens permitirá melhorar a precisão do estoque, otimizar a operação, e com isso, oferecer a melhor experiência de compra aos clientes, garantindo assim o sucesso e a sustentabilidade do negócio.

Contudo, implementar e manter ações básicas ajuda a criar uma base sólida para a gestão das lojas, minimizando perdas e melhorando a eficiência operacional.

Vale ainda ressaltar, que para a referida adoção destas soluções, os gestores requerem avaliar se o cenário atual permite tal aplicação, seja pelo uso de recursos ou mesmo pela estrutura atual e também, mas não menos importante, entender e validar se os resultados obtidos realmente geram o retorno necessário.


Por fim, a combinação de tecnologias adequadas, processos bem definidos e treinamento contínuo são fundamentais para enfrentar desafios e garantir a integridade e a segurança dos negócios e o ponto de equilíbrio passa por uma análise individual e que reque alto nível de maturidade dos gestores.



quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Aplicação da Inteligência Artificial (IA) na Prevenção de Perdas

 



Assim como as mais variadas áreas do Varejo, Atacado(ejo) e Logística, a Prevenção de Perdas enfrenta vários desafios. Um dos principais obstáculos é a busca pelo ponto de equilíbrio entre as demandas e os recursos disponíveis, cenário agravado ainda mais pelas frequentes baixas nas equipes. Diante da necessidade crescente pela produtividade e assertividade, é crucial considera como as tecnologias podem ser úteis nesses processos.

Esse artigo tem como objetivo fomentar uma discussão entre as mais variadas equipes e grupos, sobre como a inteligência artificial (IA) pode apoiar a área de Prevenção de Perdas, mas se tratando de uma solução nova e que ganhou maior relevância com o surgimento de algumas plataformas como Copilot da Microsoft, ChatGPT da OpenAI, Claude da Anthropic, Gemini da Google, o Copilot da Microsoft, etc., a questão central permanece: como podemos integrar tais soluções em nossas operações diárias?

A área de Prevenção de perdas também possui desafios específicos e que abrangem toda a cadeia de valor da operação, alguns deles são ilustrados na imagem abaixo:

 


Com o aumento da complexidade, das limitações diárias e da constante necessidade de melhorar a eficiência, as tecnologias de IA se tornam ferramentas indispensáveis para enfrentar esses desafios e na prevenção de perdas não é diferente.

 

Abaixo, detalho as 12 aplicações potenciais de IA para prevenção de perdas, abordando as diferentes categorias de problemas enfrentados tanto no varejo, atacado e logística:

 

  • 1.       Previsão de Demanda e Gestão de Inventário
  • 2.       Análise de Dados para Identificação de Fraudes de Terceiros
  • 3.       Detecção de Furto Interno e Externo com Análise de Vídeo
  • 4.       Monitoramento de Armazenamento e Condições Ambientais
  • 5.       Otimização de Layout de Lojas e Armazéns
  • 6.       Monitoramento e Gerenciamento de Vencimentos
  • 7.       Análise de Feedback e Reclamações de Clientes
  • 8.       Detecção de Anomalias em Transações Financeiras
  • 9.       Prevenção de Perdas em E-commerce com Análise de Dados
  • 10.   Análise de Performance das equipes
  • 11.   Treinamento e Capacitação de Funcionários
  • 12.   Gestão sobre o recebimento e expedição

 

 

Previsão de Demanda e Gestão de Inventário: através da criação de modelos preditivos e prescritivos que ajustam os níveis de estoque com base em dados históricos e tendências de mercado, minimizando erros de inventários, reduzindo o risco de perda por perecibilidade ou vencimento ou mesmo reduzindo custos com operações logísticas em relação a movimentações desnecessárias de mudança de estoque entre Centros de Distribuição ou Lojas.

 

Análise de Dados para Identificação de Fraudes de Terceiros: através de algoritmos de IA que podem analisar grandes volumes de transações e comunicações para detectar padrões de fraude em fornecedores e parceiros, diminuindo possíveis impactos financeiros de fraudes externas e assim melhorar a confiabilidade da cadeia de suprimentos.

 

Detecção de Furto Interno e Externo com Análise de Vídeo: onde são utilizados sistemas de IA que analisam imagens de câmeras de segurança em tempo real e confrontam com históricos, para identificar comportamentos suspeitos e padrões em ações de furtantes como por exemplo dia, horário, área, produto, tempo de permanência, etc., permitindo assim a redução a incidência de furtos internos e externos através da geração de alertas em tempo real. Tarefas que antes eram realizadas de forma manual e que em alguns casos eram quase impossíveis em virtude dos extensos períodos de gravação.

 

 

Monitoramento de Armazenamento e Condições Ambientais: por meio de sensores IoT é possível monitorar a temperatura, umidade e outras condições no armazenamento, onde a IA realiza a análise dos dados para detectar problemas., evitando assim a deterioração de produtos devido a armazenagem inadequada ou mesmo variações de temperatura que possam impactar na qualidade dos produtos. Outro ponto é que em ações preventivas ou reativas a possibilidade de automação, evitando assim a necessidade de ações manuais, como por exemplo abrir um chamado para envio de técnicos na necessidade de manutenção.

 

 

Otimização de Layout de Lojas e Armazéns: a IA pode avaliar layouts atuais e sugerir otimização com base em análises de fluxo de clientes e eficiência de armazenamento, reduzindo assim possíveis problemas de exposição inadequada, melhora a acessibilidade dos produtos e na produtividade das equipes.

 

Monitoramento e Gerenciamento de Vencimentos: soluções que, baseadas nas informações coletadas no recebimento, transferências e padrões como Shelf Life, podem através da IA rastrear as datas de vencimento dos produtos ou lotes e alertar sobre itens próximos da expiração, isso pode diminuir perdas de produtos pelo vencimento ou mesmo gerar impacto positivo na margem, pois itens próximos de vencimento normalmente requerem ações pontuais de descontos e alterações de preço e exposição, que além de tomar tempo das equipes acabam por prejudicar a margem dos produtos.

 

Análise de Feedback e Reclamações de Clientes: a exemplo do indicador NPS Net Promoter Score, é uma métrica utilizada para avaliar o nível de satisfação a IA pode processar feedback e reclamações destes clientes para identificar padrões de problemas com produtos ou serviços, ajudando a ajustar processos para prevenir avarias, manuseio inadequado, custos de operação logísticas por exemplo em devoluções e em especial impacto na experiencia de compra do cliente,

 

Detecção de Anomalias em Transações Financeiras: Algoritmos de IA analisam transações financeiras em busca de padrões fraudulentos ou inconsistentes, como por exemplo verificar a consistência das transações em relação aos contratos e acordos, identificando, pagamentos em montantes que não correspondem aos valores acordados. podendo minimizar fraudes internas e externas ao identificar atividades suspeitas.

 

Prevenção de Perdas em E-commerce com Análise de Dados: Algoritmos de IA analisam comportamentos de compra online para identificar fraudes, padrões suspeitos ou mesmo na análise de devoluções e reembolsos, podendo reduzir perdas devido a fraudes, devoluções fraudulentas ou mesmo atrasos e erros no atendimento ao cliente.

 

Análise de Performance das equipes: Sistemas de IA podem monitorar as atividades e o desempenho das equipes em tempo real, analisando dados de produtividade, comunicação e colaboração, através de Algoritmos de IA podem analisar os registros de atividade em plataformas de colaboração e comunicação para avaliar como e quanto os membros da equipe estão contribuindo para projetos específicos, permitindo a identificação rápida de áreas que precisam de suporte e ajuste, ajudando a manter a produtividade e a eficiência da equipe. Podem ainda fornecer feedback personalizado para cada membro da equipe com base em sua performance e recomendar treinamentos ou recursos específicos para melhorar suas habilidades.

 

Treinamento e Capacitação de Funcionários: mediante o uso de soluções que utilizam plataformas de IA adaptando quais módulos/treinamentos devem ser realizados conforme a necessidade do funcionário, sendo essa em relação a sua análise de performance ou mesmo no controle de reciclagem ou avaliação do nível de absorção do conteúdo, melhorando o conhecimento, a conformidade e o padrão entre os funcionários, reduzindo erros operacionais, administrativos ou mesmo a perda da produtividade.

 

Gestão sobre o recebimento e expedição: IA pode analisar documentos de recebimento e expedição, comparando com informações de pedidos e identificando discrepâncias automaticamente ou ajudar no rastreamento das cargas através de sensores/rastreadores, com isso pode acompanhar o estado das cargas ou sugerir rotas e métodos de envio com base em dados históricos e condições atuais, melhorando a eficiência na expedição.

 

Estas possíveis aplicações podem ser implementadas por meio de desenvolvimento interno ou através de soluções já integradas com plataformas de inteligência artificial (IA), sendo que, tais integrações não apenas potencializam a gestão de estoques, mas também aprimoram a segurança e a eficiência operacional, resultando em uma possível redução substancial das perdas nos mais variados setores do varejo, atacado e logística.

 

No entanto, para alcançar tais benefícios, é essencial que os profissionais da área se mantenham atualizados com as inovações tecnológicas, inclusive que sejam críticos, podendo assim compreender como aplicá-las a suas realidades. Muitas empresas enfrentam desafios como sistemas ERP desatualizados, escassez de mão de obra qualificada e desorganização de dados, especialmente quando há a coexistência de múltiplas plataformas. Portanto, a adaptação e integração eficaz dessas soluções tecnológicas é crucial para superar tais obstáculos e otimizar as operações e o sucesso será sempre validado mediante a definição de métricas que apresentem o retorno gerado em cada um dos investimentos.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

A história de Ernest Shackleton e sua aplicação a Prevenção de Perdas.

 


Recentemente fiz um curso rápido disponibilizado pela Harvard com o título de Liderança Resiliente, o qual utiliza como base Ernest Shackleton, figura lendária na história da exploração polar que liderou uma expedição épica em 1914 a bordo do navio "Endurance" com o objetivo de atravessar a Antártida.

Na viagem eles enfrentaram imensos blocos de gelo que começaram a reduzir a velocidade da embarcação e em 20/01/1915, a 160 quilômetros da Antártica, o Endurance estava completamente parado.

A tripulação trabalhou por mais de 48h na retirada do gelo que impedia o barco de seguir viagem, eles não poderiam imaginar que ficariam presos por meses, o tempo ia passando, a temperatura parecia ser cada vez menor chegando a -30 °C.

Foi em 27/10/1915 que Shackleton ordenou o abandono total da embarcação e o Endurance afundou quase um mês depois.

O grupo seguiu então por terra e em improvisadas embarcações até a ilha mais próxima, enfrentando ainda, caminhadas com gelo até os joelhos e a alimentação cada vez mais escassa.

 

Em dezembro, após uma caminhada de 7 dias, chegaram ao hoje chamado de Patience Camp, novo acampamento, que na verdade era uma placa de gelo utilizada como abrigo, onde permaneceram por longos três meses. Esse foi o local onde os cães começaram a ser sacrificados, pois já não havia comida suficiente para todos.

 

Somente depois de quase 500 dias que a equipe de Shackleton pode chegar a terra firme e em 10/05/1916, Shackleton e outros cinco homens que o acompanharam finalizavam, na Geórgia do Sul, uma das mais perigosas viagens marítimas da história.

 

A tripulação chegou ao Porto de Stromness, em 20/05/1916, quase dois anos depois do Endurance deixar a Inglaterra.  A equipe completa desembarcou em Punta Arenas, no Chile, no dia 03/09/1916, sem registro de baixa.

 

A viagem é considerada uma das mais impressionantes histórias de sobrevivência e embora a expedição não tenha alcançado seu destino original, Shackleton se tornou exemplo notável de liderança e resiliência, abaixo pontos-chave da sua incrível jornada:

 

1. A Missão Audaciosa - Ele e sua tripulação partiram da Inglaterra com a missão de cruzar a Antártida, uma façanha nunca antes realizada e por isso com desafios desconhecidos, e para isso utilizaram o navio Endurance ,que foi projetado para resistir às condições extremas do gelo antártico.

2. O Desafio no Gelo - Durante a expedição, o Endurance ficou preso entre as geleiras, fazendo com que Shackleton e sua equipe enfrentassem temperaturas congelantes, ventos fortes e escuridão constante.

3. Liderança Exemplar -  Shackleton demonstrou coragem, otimismo e empatia, ele manteve a moral da tripulação alta, promovendo atividades sociais e mantendo todos ocupados.

4. A Incrível Jornada de Sobrevivência - Quando o Endurance afundou, a tripulação ficou presa no gelo à deriva, então Shackleton liderou-os em uma jornada épica de sobrevivência, atravessando o gelo em pequenos botes até chegarem à ilha Elephant.

5. Resgate Heróico - Shackleton e alguns homens navegaram mais de 1.300km em um pequeno barco até a Geórgia do Sul, ele conseguiu resgatar todos os membros da tripulação, sem perder nenhuma vida.

6. Legado Duradouro - Ernest Shackleton será sempre lembrado como um líder que priorizou a segurança e o bem-estar de sua equipe acima de tudo, e sua história inspira líderes até hoje, mostrando que a resiliência e a determinação podem superar até os desafios mais extremos.

 

Essa história oferece valiosos ensinamentos que podem ser aplicados à gestão de estoques e à prevenção de perdas na Logística. Vamos explorar como esses princípios podem ser adaptados:

 

1. Planejamento e Resiliência -  Shackleton planejou meticulosamente sua expedição, mas quando as coisas deram errado, ele se adaptou rapidamente, na logística, é essencial ter plano detalhado do que será realizado, deixando claro quem, quando e como cada tarefa será realizada, além disso não podemos esquecer o plano de contingência para situações imprevistas, como avarias, atrasos ou problemas com fornecedores, mas a adequação poderá ser constante, pois sempre há situações que fogem ao controle e nesse momento agir com ponderação na tomada de novas decisões transparecendo a equipe o controle necessário.

 

2. Comunicação Eficiente – Ele manteve sua equipe informada e motivada, mesmo nas circunstâncias mais difíceis o que nos mostra que a comunicação clara entre fornecedores, transportadoras e equipes internas é fundamental para gestão de estoques e controle das perdas. Aqui o destaque para o porque das coisas, é muito comum focarmos no o que e no como, mas o porque pode ser o diferencial em um plano de ações de curto, médio e longo prazo, pois ajuda a conscientizar cada membro da equipe sobre a importância da tarefa e do papel que ele desempenha no todo.

 

3. Gestão de Riscos – Shackleton avaliou constantemente os riscos e tomou decisões calculadas, em nossas operações logísticas, identificar riscos potenciais (como roubos, danos ou obsolescência) e implementar medidas preventivas são ações comuns, pois geraram impacto na experiência de nossos clientes e parceiros, bem como no resultado financeiro da empresa. Entender quais são os riscos, através do correto mapeamento e entendimento do processo é fundamental para sabermos onde estão os pontos de maior atenção e com isso direcionarmos os esforços em itens de maior preocupação dentro de uma relação de impacto e probabilidade.

 

4. Inventário Criterioso – Ele sabia exatamente o que tinha à disposição em termos de recursos, realizar inventários regulares (gerais, rotativos, cíclicos) ajuda ter visibilidade sobre a acurácia dos estoques e a evitar perdas por falta de controle ou excesso de estoque. É comum vermos empresas que apontam 10% ou mais como fatores de perdas, sendo assim, é evidente que o processo de inventário deve ser algo a ser revisado e validado, desde o preparo, sua execução e em especial a consolidação das informações. É importante lembrar que um inventário bem realizado permite visibilidade correte do nível de acurácia quantitativa e qualitativa dos estoques, bem como da ruptura operacional, dando oportunidade a equipe da loja de realizar reposições e como isso reduzir impacto da perda da venda ou da margem.

 

5. Foco na Equipe: – Priorizou a segurança e o bem-estar de sua equipe, isso significa que devemos cuidar dos colaboradores e treiná-los adequadamente, o que contribui para evitar erros e perdas. Este é um ponto fundamental, pois cada gestor deve conhecer bem sua equipe, entender suas necessidades e ouvir pontos que são preocupações de cada um e isso se da normalmente por conversas individuais, onde o individuo percebe que há atenção sobre suas opiniões e que é valorizado. Saber lidar com cada situação nunca é algo simples, aqui o nível de flexibilidade é fundamental para gestão de conflitos e de entendimentos, mas é com isso que o gestor consegue maior união com o grupo.

 

6. Flexibilidade e Adaptabilidade – Mudou os planos quando necessário, mantendo o objetivo final em mente, nosso aprendizado fica em sermos flexíveis diante de mudanças na demanda, rotas ou condições climáticas e isso se aplica nosso dia a dia, pois a área de prevenção de perdas lida com o estoque, com a operação e o mais importante, pessoas, sendo estas, a equipe, os clientes, prestadores de serviço e fornecedores, então estar preparados para situações pontuais é importante para que possamos passar por obstáculos.

 

7. Monitoramento Constante – Shackleton estava sempre atento às condições do ambiente, na logística ou operação de lojas, o uso de tecnologias como rastreamento de cargas ou vídeo analítico, entre outras, ajuda a monitorar o estoque e evitar perdas, podendo ainda utilizar análises preditivas ou prescritivas. É importante que as equipes conheçam bem os recursos, para que possam realmente gerar os melhores resultados, além disso, o uso de tecnologias pode permitir que as equipes sejam mais produtivas, em alguns casos, somente com tecnologia a equipe será realmente eficiente, pois o volume de informação ou de validações pode se tornar inviável de forma manual.

 

Em resumo, a história de Shackleton nos ensina a sermos resilientes, adaptáveis e focados na equipe, sendo o fator humano sempre o mais importante em qualquer tipo de projeto ou setor de atuação. Outro ponto percebido e de aprendizado é a atenção ao mapeamento e estratégia de uso de das ferramentas que temos ao redor e hoje nos deparamos com soluções que vão desde as mais antigas como CFTV, EAS, Controle de Acesso, Sistema de Detecção e Combate de Incêndio, vídeos analíticos até soluções de BI e a aplicação da inteligência artificial (AI). Sendo assim, o que percebemos é que esses princípios podem ser aplicados em qualquer setor e operação logística para garantir eficiência, reduzir perdas e superar desafios, maximizando assim os resultados e percepção de clientes e parceiros sobre a qualidade de nossa operação, consequentemente tornando a empresa cada vez mais lucrativa. 

 

Fonte:

Harvard - Liderança Resiliente

https://lessons.online.hbs.edu/lesson/resilient-leadership

Lições de liderança com a jornada endurance de Ernest Shackleton

https://cfa.org.br/liderando-em-tempos-de-crise/.


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Resultado de perdas 2023, atenção ou oportunidade?


A pesquisa apresentada no 6° Fórum de Prevenção de Perdas Abrappe mostrou que o indicador de perda de estoque referente ao ano de 2022 foi de 1,48%, sendo destacado um crescimento de 22% em relação ao indicador de 2021, onde o resultado foi de 1,21%. O impacto é tão grande que, aplicado ao faturamento estimado do Varejo Restrito (comércio de bens não-duráveis e semiduráveis) gera um valor total de R$31,7Bi. 

Neste ano tive a honra de poder apoiar a equipe da KPMG na curadoria da pesquisa e consegui ver a seriedade e quão grande foi o trabalho de consolidação para geração do resultado final, sendo visível a busca de equilíbrio sobre a extensão da pesquisa, frente a qualidade ou mesmo nível de avaliação de determinadas informações dos varejistas. O que tende a deixar a pesquisa maior, demandando mais esforço dos varejistas, é na verdade o que permite a geração de tantas informações que ajudam a direcionar as análises e a riqueza do conteúdo final.


A Abrappe mostrou que sua base de associados dobrou entre 2021 e 2022 e o crescimento de empresas participantes na pesquisa foi de 53%, mas mesmo assim, a participação dentre a base de empresas associadas ainda não supera os 30%, havendo uma oportunidade muito grande quanto a quantidade  de empresas participantes e com isso uma possível melhora na abrangência das informações, foi destacado durante o fórum que a pesquisa não possuía base suficiente em alguns setores que não foram relacionados, por não atenderem a pré-requisitos da  metodologia ou quantidade de respondentes insuficientes de determinadas informações.


Neste ano também tivemos algumas alterações na forma de avaliação de indicadores como por exemplo a junção de Eletromóveis e Informática, ou a separação entre Magazines Regionais e Nacionais o que gera ponto de atenção sobre como as empresas destes segmentos farão suas análises e comparações.


O indicador apresentado, possui variação entre os segmentos que participaram da referida pesquisa conforme gráfico abaixo:



Vale lembrar que os resultados dos segmentos possuem grande variação por vários fatores, sendo talvez o principal, as diferentes características quanto ao mix de produtos que cada um possui, alterando as dificuldades e a forma de atuação quanto as práticas para redução das perdas de cada um.
A perda total é dividida em 2 principais classificações, a primeira Perdas Identificadas (PID) ou Quebras Operacionais e a segunda as Perdas Não identificadas (PNID) que são registradas mediante Inventários (totais, cíclicos, rotativos ou parciais), nomenclaturas que podem variar conforme cada empresa. A grande diferença é que nas Perdas Identificadas (PID) temos informações que permitem uma atuação mais direcionada e com isso a probabilidade ou mesmo agilidade na tratativa é maior. 

Abaixo a distribuição destas perdas em cada segmento:





Na comparação de cada segmento entre os resultados 2022 e 2021 identificamos aumento em Supermercados, Perfumarias, Artigos de Esporte, Construção/Lar, Drogarias, Moda e Magazines Regionais/Nacionais, mas também houve redução identificada em Calçados, Eletromóveis e Informática conforme abaixo:





É importante lembrar que pelo índice ser resultante do cálculo entre o resultado de perda do ano e o resultado de faturamento líquido do mesmo período, podemos ter reflexos não só de aumento financeiro das perdas, mas também possíveis situações pontuais de redução de faturamento, gerando maior representatividade a tais prejuízos.


Em 2022, tivemos diversos impactos econômicos e sociais que, mesmo tendo variação por segmento, região e outros fatores, podem ter gerado aumento no índice de perda de estoques, entre estes impactos podemos destacar:
1. Instabilidade econômica
2. Problemas na gestão dos estoques
3. Problemas logísticos
4. Mudanças nos padrões de consumo:
5. Aumento da criminalidade:
6. Aumento nos índices de criminalidade

Instabilidade econômica: Flutuações econômicas como recessões, incerteza gerada pelo período de eleição, inflação (mesmo encerrando 2022 com alta de 5,8%, sendo este um recuo em relação ao observado em 2021  de 10,1%) e o desemprego (mesmo com uma média anual do índice foi de 9,3% no ano, o que representa uma retração de 3,9 p.p. frente a de 2021, quando marcou 13,2%), podem ter gerado redução no poder de compra dos consumidores, o que resulta em menor demanda por produtos e, consequentemente, um aumento nas perdas devido à redução das vendas. Outro impacto foi relacionado as substituições de profissionais experientes e consequentemente com salários mais altos por pessoas que possuem por vezes menos experiência, nesse caso o varejo reduzia o custo da folha de pagamento, mas a curto, médio e longo prazo, sofria com possíveis ineficiências ou baixa assertividade das ações da nova equipe.

Problemas na gestão dos estoques: A baixa acurácia nos estoques faz com que varejistas não consigam manter o equilíbrio adequado entre a oferta e a demanda e com isso ajustar seus pedidos, passa a enfrentar problemas como excesso de estoque (produtos obsoletos ou perecíveis/vencidos) ou a falta de estoque (perda da venda, margem e até do cliente). Problemas com falta de insumos, como por exemplo na fabricação de embalagens, também geraram impacto nas previsões de compras e reposições durante o ano.

Problemas logísticos: Dificuldades relacionadas a cadeia de suprimentos, como atrasos em entregas, falhas na distribuição ou problemas de armazenamento, podem causar perdas, pois se os produtos não chegam no tempo esperado ou se apresentarem danos/avarias (ocasionadas durante o transporte ou armazenamento), podem resultar em itens que serão devolvidos, não vendidos e com isso o aumento da perda. Empresas que possuem acordo de troca de mercadorias com os fornecedores podem reduzir suas perdas, porém isso chama atenção quanto ao risco de perda do cliente por falta de atendimento em situações de ruptura.

Mudanças nos padrões de consumo: Ainda por reflexo de mudanças repentinas nos hábitos e preferências dos consumidores que podem ter gerado aumento na obsolescência de produtos e consequentemente impactos na venda e nos resultados de perdas, por exemplo, onde um determinado produto/item se torna menos popular, devido a mudanças nas tendências ou em caso de avanços tecnológicos, o varejista em questão pode ficar com um estoque excessivo desse item, em muitos casos a saída é uma redução significativa em margem mediante venda com descontos.

Aumento nos índices de criminalidade: foi percebido aumento na criminalidade, em casos de roubos e furtos, situações reportadas pela mídia, mas por serem em sua grande maioria eventuais, dificultam as ações preventivas, gerando perdas de estoque significativas para os varejistas, eventualmente mais incidente em regiões com altos índices de criminalidade, onde os comerciantes enfrentam desafios relacionados à segurança, mas hoje percebido que, mesmo em menor número de ocorrências, vem acontecendo em locais que antes não sofriam com tais problemas.

Furtos e Fraudes internas: Seja realizado pelo funcionário ou através de conluio/conivência, os furtos e fraudes internas também geram perdas de estoque, que em muitos casos são tratadas como perdas não identificadas, apuradas somente através do inventário. A falta de controles e validações geradas por reduções no quadro de funcionários pode sim, gerar impactos desastrosos, pois tais atos podem ser recorrentes aumentando e muito o indicador de perda.


Esses são apenas alguns exemplos de impactos que possam ter justificado o aumento das perdas de estoque no varejo restrito brasileiro em 2022 e o que chamou a atenção é que durante a apresentação dos resultados o entendimento de grande parte dos presentes é que a uma preocupação com empresas que não aferem de forma adequada estes indicadores e também com possível aumento para 2023. 
Durante o evento foram apresentadas palestras sobre assuntos importantes e dois painéis que trouxeram discussões sobre o cenário atual dos negócios mediante a visão de CEOs de grandes varejistas, bem como uma discussão autoridades estaduais relacionadas à Segurança Humanizada e os desafios existentes ao varejo de forma geral.


A conclusão resultante desta pesquisa e dos assuntos tratados durante o evento é que as mudanças geradas e eventualmente não só Brasil, mas no varejo de forma geral traz a necessidade destes varejistas estarem cada vez mais preparados para atuar com cenários de constantes mudanças, que eventualmente o básico pode ser a solução mas também que o preparo das equipes e a resiliência em tratar cada situação será cada vez mais um desafio, mas principalmente que a informação estruturada e por vezes traduzida em indicadores, trarão o norte necessário a tais empresas, tornando áreas com Gestão de Estoques e Prevenção de Perdas mais estratégicas ao sucesso e lucratividade de cada empresa.

Autor: Gilberto Quintanilha Júnior