quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Abit e IEMI apresentam balanço da cadeia têxtil e vestuário

Legenda: O presidente da Abit, Fernando Pimentel.

"Tínhamos expectativas otimistas para 2018 que, infelizmente, não se confirmaram. Em vez de fecharmos o ano com crescimento de 2,8% devemos ficar em 1,4%", disse Fernando Pimentel, presidente da Abit – Associação Brasileira da Indústrias Têxtil e de Confecção, durante apresentação do balanço setorial, realizado na sede da entidade, em São Paulo, no último dia 28 de setembro. Ao lado do economista Marcelo Prado, diretor do instituto IEMI Inteligência de Mercado, especializado em números da cadeia têxtil/vestuário/varejo, Pimentel disse que apesar do recuo da produção - acentuado a partir do segundo semestre deste ano, após a greve de 11 dias dos caminhoneiros - o setor têxtil/confecção "ainda sim resistiu, o que é alentador num ano de economia difícil no país".

Para 2019, o presidente da Abit espera que a economia brasileira reaja. "Nossa projeção é um crescimento de 2,9% na produção têxteis. E isso não dependerá só da flutuação do câmbio (que favorece as importações de vestuário quando o real se desvaloriza), mas também da retomada do consumo interno. "Se houver aquecimento da economia e geração de empregos nos primeiros meses do próximo ano, os volumes de importação deverão permanecer estáveis. Por outro lado, a demanda interna aquecida movimentará também a produção nacional, estabilizando o mercado", avalia.

Raio X da cadeia têxtil

O economista do IEMI, Marcelo Prado, apresentou um balanço do setor nos últimos cinco anos, compreendendo o período de 2013 a 2017, para mostrar a evolução da cadeia têxtil brasileira. De acordo com o estudo Brasil Têxtil 2018, o mais completo relatório macroeconômico da indústria têxtil e confeccionista do país, editado pelo IEMI desde 2001, neste período houve queda no número de indústrias operando no Brasil, reflexo da crise econômica que se acentuou a partir de 2014. No têxtil, a redução foi de 17.0% enquanto que a queda no número de confecções foi de 17,8%. A produção do setor caiu 7,7%, de 2013 a 2016. Em 2017 houve uma recuperação de 3,2%, muito além da expectativa.

LEGENDA: O economista do IEMI, Marcelo Prado, explica os números do setor.
De acordo com relatório (dados de 2017), no Brasil existem 27 mil indústrias formais atuando na cadeia têxtil/confecção, sendo 21 mil no segmento vestuário. Com um faturamento da ordem de US$ 52 bilhões, e 1,5 milhão de empregos gerados, a indústria têxtil e de confecção está presente em todo o território nacional, embora, a maioria das fábricas esteja concentrada na Região Sudeste, que abriga 46,1% das unidades produtivas, seguida pelo Sul com 31,5% e Nordeste com 17,6%. A produção têxtil brasileira é de 2 milhões de toneladas ano, e da confecção, que inclui vestuário, meias, acessórios e roupas de cama, mesa e banho, é de aproximadamente 6 bilhões de peças/ano. Ainda de acordo com o IEMI, no ano passado, foram investidos na cadeia têxtil US$ 398 milhões em tecnologia e estrutura de produção.
Varejo em números
O varejo de vestuário registrou evolução significativa em 2017, com 8,1% de crescimento em número de peças comercializadas. Para 2018, espera-se um crescimento de 1,8% no acumulado do ano. "Embora seja um número positivo, está aquém do esperado, assim como a perspectiva geral do setor. Isto é reflexo da instabilidade do cenário nacional e da redução de confiança do consumidor", atesta Marcelo Prado.
No segmento Jeanswear, um dos mais fortes no mercado brasileiro de vestuário, Marcelo Prado, entretanto, espera bom desempenho. Segundo ele, em 2019 deverá crescer 2% em volume de produção – cerca de 4 a 5 milhões de peças a mais - e 5% em valores nominais. "Trata-se de um produto de massa, usado em todas as ocasiões, por todas as classes sociais, e que possui também apelo de moda", diz. Estima-se que o Brasil produza hoje 270 milhões de pares de jeans por ano, sendo 18% desta produção localizada no estado de Pernambuco.
O estudo do IEMI registra que em 2017, o varejo físico movimentou R$ 220,4 bilhões em vendas. O Brasil contou com 152,4 mil pontos de venda de vestuário, incluindo lojas especializadas e não especializadas (exemplo: lojas de departamento e hipermercados). Cerca de 52 mil deles (35%), englobam os 571 shoppings em operação no País. Todavia, a crise também afetou drasticamente este segmento, causando o fechamento de 11 mil pontos de venda de moda. "O canal que mais sofreu com a crise foi o pequeno varejo independente (multimarca; não organizado em redes). Entretanto, as lojas independentes ainda são o principal canal de varejo do vestuário em volumes, com 36,5% do total", explica Prado. O economista também apresentou projeções para 2022, conforme mostram as tabelas.
Marcelo Prado destacou ainda que as lojas de departamento (C&A, Renner, Riachuelo, Marisa, entre outras) permanecem como as principais âncoras dos shoppings. Porém, ele aponta que o perfil do varejo de vestuário no Brasil está mudando, seguindo a tendência internacional. "Antes era o varejo de preço baixo, hoje já existe um apelo de moda maior, de customização conforme a demanda e de produtos com preços acessíveis".

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Por: Marcia Mariano
Fonte: http://www.textilia.net/

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