quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Rodízio de setores para funcionários antigos na empresa

Maior engajamento e produtividade são benefícios para as companhias ao promover um treinamento em que os colaboradores com maior tempo de casa passam um período em outros setores. Veja como implantar:


Adotado para formação de trainees, o job rotation começa a ser utilizado para desenvolver pessoas com maior tempo de casa. A ferramenta consiste em fazer o profissional passar por diferentes áreas durante um determinado período, preparando-o para se transferir de setor definitivamente ou retornar a seu posto. “Com o job rotation, as empresas conseguem desde preparar lideranças até disseminar conhecimento entre filiais ou formar pessoas-chave com visão 360º do negócio”, explica Edson Herrero, consultor da Integração Escola de Negócios. Veja a seguir os benefícios do programa e como estruturá-lo.

Retenção de talentos, menos despesas com recrutamento, motivação da equipe, maior produtividade e decisões mais assertivas. Esses são alguns benefícios do rodízio entre áreas promovido para profissionais com maior tempo de casa. É o que afirma Maria Sartori, gerente de divisão da Robert Half. A essa lista, ela acrescenta redução de conflitos e oxigenação entre os departamentos. “Com o job rotation, o varejo de alimentos, que sofre com turnover alto, consegue ainda desenvolver equipes de loja multitarefas”, afirma a consultora. Ou seja, enquanto um colaborador é capacitado para realizar atividades da padaria e da rotisseria, outro aprende sobre açougue e peixaria. Repositores, por exemplo, podem ser treinados para atuar como operadores de caixa e vice-versa.

Os profissionais que irão participar do programa devem estar abertos ao aprendizado ou a mudar de área, caso seja esse o objetivo. “É inviável colocá-lo no job rotation apenas porque não está satisfeito com sua atividade. A mudança precisa gerar valor para a empresa. Esse é um fator-chave para o programa funcionar”, alerta Maria. A recomendação é priorizar quem tem mais de três anos de casa, é especialista em sua área e já tenha desenvolvido bons projetos. “O colaborador deve vestir a camisa da companhia e contar com potencial interno”, acrescenta Herrero, da Integração Escola de Negócios.


Como pode ser o rodízio

O rodízio de funções pode envolver pessoas do mesmo departamento ou de áreas diferentes, ou acontecer entre filiais, regionais ou até países, se a companhia for multinacional. Para Joel Dutra, coordenador do Programa de Estudos em Gestão de Pessoas da FIA (Fundação Instituto de Administração), um gerente de loja, por exemplo, pode passar por várias filiais. A ideia é que ele compartilhe sua experiência para aprimorar processos internos, entre outras melhorias. Compradores, fiscais de loja e o pessoal de logística, por sua vez, podem participar de intercâmbio entre suas áreas para um entender melhor a rotina do outro. Com isso, a relação melhora, o que reduz conflitos e eleva a produtividade.

Já o grupo de prevenção de perdas pode desenvolver um projeto para outra área, tendo como base seu conhecimento. Outro exemplo é o profissional de RH que tem potencial para atuar com compliance (área responsável pela implementação de processos que garantam o cumprimento de regras e da legislação vigente). “Essa pessoa pode até mudar de setor”, avalia Dutra. Um profissional mais velho, mas com boa disposição, pode ser incentivado a aprender novas habilidades. “Ele se sentirá mais útil e motivado. O job rotation, portanto, favorece também os profissionais”, afirma Maria Sartori, da Robert Half.

Roteiro de áreas e duração

Os setores que serão alvo do rodízio e o tempo que os profissionais ficarão em cada departamento dependem do objetivo da empresa. “Se a ideia é apenas ampliar o conhecimento do colaborador quanto às diversas etapas que envolvem seu trabalho, a permanência em cada setor pode ser de dois meses”, explica Edson Herrero, da Integração Escola de Negócios. Por outro lado, se o profissional precisa aprender detalhadamente uma atividade mais complexa, o período pode ser maior. Em muitos casos, o job rotation chega a durar um ano ou mais. “Quem pode indicar o tempo mais adequado são os gestores dos departamentos envolvidos, pois conhecem o grau de dificuldade das atividades”, observa Herrero.


Principais dificuldades

Apesar das vantagens, o job rotation pode gerar problemas para a empresa se não for implementado corretamente. Um dos principais é a resistência, segundo Joel Dutra, da FIA. Ele explica que, quando voltada a profissionais mais experientes, a ferramenta tende a promover uma mudança radical na rotina do funcionário. “Dependendo do tempo de atuação numa mesma área ou função, esse medo, seja do novo, seja de não se encaixar ou de errar e se frustrar, é normal”, afirma. A resistência também pode partir do gestor, que não quer abrir mão de um bom profissional. Ou ainda de outro funcionário, por achar que vai perder a posição na companhia. Há também problemas envolvendo questões trabalhistas, caso uma mudança definitiva de atividade não seja atualizada na carteira de trabalho do colaborador. Estruturar um programa de job rotation, com diretrizes de funcionamento, comunicação e regras claras, é a melhor maneira de evitar situações como essas.

Fonte: http://www.sm.com.br

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