terça-feira, 8 de agosto de 2017

Entenda como a Supreme virou um fenômeno

Um dos maiores fenômenos recentes do alto luxo, grife de streetwear se transformou na grande obsessão dos fashionistas em várias partes do mundo.


supreme

Em 2000, a marca de streetwear Supreme lançou uma série de camisetas e uma prancha de skate decoradas com o monograma da Louis Vuitton. A maison francesa não gostou da apropriação e exigiu legalmente que a produção fosse encerrada, e o já existente, queimado. Corta para janeiro de 2017: durante a semana de moda masculina de Paris, a mesma label de luxo apresentava sua nova, e desejadíssima, colaboração… com a Supreme.
A internet veio abaixo com discussões mil. Alguns entraram em êxtase, outros viram a parceria como uma venda barata da label. Opiniões à parte (os produtos só começam a chegar às lojas nos próximos meses), o fato é que a Louis Vuitton é apenas mais uma grife em busca do toque de midas cool da Supreme. Antes dela, Lacoste, Comme des Garçons Shirts, Vans, Nike e The North Face já haviam se juntado à marca do logo vermelho.

O motivo de tanta idolatria é um misto de hype, modelo de negócio acertado e muita coerência no discurso. “O fenômeno da Supreme e essa vontade de se associar a seu universo vem da sua autenticidade, que se manteve intacta nas mais de duas décadas de história”, diz o publicitário e skatista Arthur Bortolin, consumidor e admirador da marca.

Desde o lançamento, em 1994, foram muitas as colaborações da etiqueta de skate e streetwear – e não só com empresas de moda, mas com artistas plásticos, músicos e publicações. Porém, depois dos anos 2000, do boom das redes e mídias sociais e da atual obsessão fashion com o estilo das ruas, as parcerias ganharam toda uma nova roupagem. É que a Supreme se tornou um case de êxito. Virou sinônimo de sucesso absoluto de vendas, com filas do tipo arrasa-quarteirão (existem casos até de intervenção policial para conter multidões).

Para entender a fundo esse fenômeno, é preciso olhar para a história da Supreme e para o estado do mercado hoje em dia. Criada por James Jebbia, na Nova York dos anos 1990 – mais especificamente na Rua Lafayette, no Soho –, a loja logo se tornou um misto de clube underground, galeria de arte e ponto de encontro para skatistas e mentes criativas antiestablishment. “Essas pessoas fizeram da Supreme parte do lifestyle delas. Se encontravam na loja para andar de skate, depois iam a algum coquetel na galeria de arte que o amigo trabalhava, se infiltravam no after no apartamento de um colecionador e, quando menos esperavam, estavam bebendo com grandes nomes das artes, da moda e do cinema”, explica Arthur.

Era época de Wu-Tang Clan, das intervenções artísticas de KAWS e do longa Kids (1995), de Larry Clark, sobre adolescentes, sexo e drogas na era da aids. “Era como o próprio filme na vida real”, disse Clark, em entrevista ao The New York Times. Apesar de ter nascida focada no universo skater, a Supreme jamais se limitou a isso. A mistura com outras culturas e tribos sempre foi muito presente.


Fonte: http://elle.abril.com.br

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