Mesmo com as ações efetivas, ainda há aumento de casos nesta época do ano; nesta semana, gestante foi detida por furtar 13 ovos de Páscoa.
A Páscoa está próxima e o impulso das pessoas em consumir o produto é potencializado diante de tanta exposição nesta época do ano. E alguns cometem até crimes para levar os deliciosos ovos para casa.
É o caso de uma gestante de 21 anos presa na tarde da última quarta-feira (25), em Bauru, após furtar 13 ovos de Páscoa em uma loja de departamento no Calçadão da Batista de Carvalho. Ao JC, a jovem disse ter furtado por não ter dinheiro para comprar os produtos para a filha de 2 anos. Mas ela confessa que também pretendia vender parte dos ovos (leia mais abaixo).
Tal comportamento leva o segmento comercial a intensificar a segurança nesse setor, a fim de inibir o furto dos tão procurados ovos de Páscoa.
Erlon Carlos Godoy Ortega, diretor de uma rede de supermercados, confirmou o aumento do índice de furtos já nos primeiros dias do período pré-Páscoa, mesmo com a ação efetiva em segurança.
“Por conta da exposição intensificada do chocolate nesta época do ano, aumenta o índice de furtos, mas não há como quantificar o percentual”, diz.
Prevenir
Diretores e gerentes de alguns estabelecimentos indicam que a ação inibitiva com câmeras de vigilância e profissionais da segurança interna tem funcionado para evitar crimes.
“Investimos em câmeras de segurança por toda a loja e os seguranças internos trabalham em esquema de rodízio pelos setores, mas, neste período do ano, fiscalizamos com mais atenção e tempo onde há concentração de chocolates”, informa um gerente de compras, que pediu para ter a identidade preservada.
O perfil das pessoas que furtam chocolates nos estabelecimentos é variado. “Quem comete este tipo de delito se assemelha apenas pelo ato em si. São pessoas de todos os tipos e perfis”, lamenta Erlon Carlos Godoy Ortega.
Outros métodos
Alex Machado, gerente de outro estabelecimento, informou que, há três anos, é realizado um inventário rotativo de produtos, onde são confrontados informações de estoque, caixa e mostruário.
“Neste período fazemos também dos ovos de Páscoa, mas, até o momento, não houve registro de perdas”, garante Machado.
A aplicação de etiqueta magnética nos produtos mais caros já é uma realidade nos chocolates. “Seu magnetismo, que aciona as antenas antifurtos, é desativado no caixa. O custo inviabiliza sua colocação em chocolates, por exemplo, mas, por amostragem, algumas unidades podem receber e identificar possíveis atos ilegais”, indica Ricardo Thuler, gerente administrativo de outro supermercado.
A prisão depende do histórico do acusado
Mesmo com a dificuldade de flagrar um furto a chocolate – considerando seu tamanho e fácil consumo no interior das lojas – há registros feitos na Polícia Civil. E se o acusado é preso ou não depende do entendimento do delegado no momento, baseando-se em diversos fatores.
Isso é o que diz o delegado seccional Ricardo Martinez. “Por ser considerado de valor pequeno ou crime famélico – que é o ato de furtar para consumo próprio, saciar a fome e não vender – o delegado pode considerar diversos fatores na hora de conduzir o registro, como, por exemplo, a forma com que foi feito o flagrante e os antecedentes criminais do indivíduo. De qualquer forma, é elaborado um boletim de ocorrência (BO) e o inquérito é apurado”, explica.
Ano todo
Apesar do aumento de índice de furtos a chocolate no período de Páscoa em alguns estabelecimentos, a ação ocorre o ano todo. Um dos fatores apontados como causa é o tamanho das unidades. Tanto que, de acordo com os diretores e gerentes dos estabelecimentos, o formato em barra é a preferência dos ‘ladrões’.
Grávida é detida após furtar 13 ovos de Páscoa: ‘Eu perdi a cabeça’
Uma jovem de 21 anos, grávida de 4 meses, foi presa, no final da tarde de quarta-feira (25), acusada de furtar 13 ovos de Páscoa. Os produtos foram subtraídos de uma loja de departamentos no Calçadão.
A acusada teria sido vista pela gerente da loja retirando ovos do suporte de exposição e colocando-os em uma sacola. Ao sair da loja, ela foi abordada por dois seguranças. Uma terceira pessoa que estaria com ela fugiu. Acionada, a PM deu voz de prisão em flagrante para a acusada, que, além dos ovos, que totalizaram montante de R$ 538,87, também levava na bolsa um par de chinelos, dez tiaras, duas lâmpadas e um suporte para TV, de outras três lojas do calçadão.
Prisão
Na Central de Polícia Judiciária (CPJ), ela foi ouvida e autuada pelo furto.
Ao final da manhã de ontem, uma fiança de dois salários mínimos foi paga e a jovem, liberada para responder pelo delito em liberdade. Os produtos apreendidos foram entregues aos representantes de cada empresa.
Pagar contas
Em entrevista ao JC, a jovem de 21 anos, acompanhada por seu marido, disse ter cometido o delito com vistas a vender parte dos ovos para pagar contas. “Estamos com a água cortada há uma semana. Eu e meu marido ficamos desempregados e estamos vivendo de doações. Perdi a cabeça e acabei furtando”, alega a mulher, que faz bicos como babá e não possuía antecedentes criminais.
Trabalhador rural, o marido dela, de 28 anos, disse ter se assustado ao receber a ligação da esposa na delegacia. “Nunca imaginei que ela pudesse se desesperar a esse ponto. Vivemos com dificuldades, mas somos honestos”, comenta o homem, que informou ter emprestado dinheiro de amigos para conseguir arcar com a fiança.
O casal possui uma filha de 2 anos e um dos ovos furtados, segundo a acusada, seria para dar à garota na Páscoa.
Fonte: http://www.jcnet.com.br/
Excelente artigo.
ResponderExcluirO produtos de alto risco, principalmente os sazonais, podem gerar excelentes margens, se o viés negativos das quebras for controlado.