quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Para cortar despesas, empresas seguram salários, bônus e demitem

Os profissionais estão ganhando menos e trabalhando mais, mostra pesquisa

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Estruturas mais enxutas, reajustes salariais abaixo da inflação e bônus menores estão entre as estratégias adotadas pelas empresas nos últimos cinco anos para reduzir despesas, devido à crise econômica.  Pesquisa da consultoria de recursos humanos Mercer, realizada com 478 empresas de médio e grande porte, de diversos setores, mostra que um quarto delas registraram diminuição no quadro de funcionários neste ano, de 14%. A maior diminuição, 18% do quadro, foi no nível operacional, mas houve também cortes significativas no nível de diretoria (6%). "Isso mostra a juniorização das empresas, que estão demitindo pessoas mais caras e substituindo por mão de obra mais barata, usando o gerente para fazer o mesmo trabalho do diretor, ou gerando acumulação de funções", explica Rogério Bérgamo, líder de soluções de informação da área de talento da Mercer.

Reajustes
De acordo com o estudo, os profissionais estão ganhando menos, embora estejam trabalhando mais. O crescimento médio da remuneração total na comparação com o ano passado foi de 3,8%, abaixo da inflação, que fechou 2015 em 10,7% segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Os níveis operacionais foram os que registraram maior aumento, de 8,1%, por conta de acordos coletivos. Diretores e vice-presidentes tiveram o menor incremento, de apenas 0,7%, como reflexo dos cortes nesses níveis. Como contraste, gerentes e gerentes seniores tiveram aumentos de 2,5% e 3%, respectivamente. Já executivos de nível de presidência registraram aumento de 4,1%.

Bônus
Os bônus pagos no primeiro semestre de 2016, referentes ao desempenho de 2015, ficaram abaixo do esperado em todos os níveis. Os presidentes receberam 4,6 salários em incentivos de curto prazo, valor menor do que a meta de 7 salários, e do que o recebido no ano passado (5,4) e no ano anterior (6,5). Diretores ganharam 2,9 salários em bônus em 2016, contra 3,5 em 2015 e 4 em 2014. Os níveis mais juniores, como o operacional e de coordenação, foram os únicos que receberam incentivos de curto prazo em proporção similar ao ano passado, cerca de um salário, ainda que eles também tenham ficado abaixo da meta das empresas, de cerca de um salário e meio.

Fonte: Valor Econômico

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